OLIMPÍADAS RIO 2016
VÔLEI DE PRAIA
oBorger/Buthe dificulta em alguns momentos, mas não é páreo para o Brasil. Com foco total na medalha, elas chegam a quatro vitórias em quatro jogos na Olimpíada do Rio
Quando
se uniram em julho de 2014, Larissa e Talita entraram de cabeça em um
projeto cujo objetivo era só um: a medalha olímpica. Em todo o período
em que estiveram juntas, foram ajustando falhas, trocando ideia sobre
como evoluir, disputando e vencendo torneios. E elas chegaram com força
total aos Jogos Olímpicos. A cada "final", como decidiram chamar todos
os confrontos do torneio nas areias de Copacabana, elas têm dado seu
máximo.
Não foi diferente no jogo desta sexta-feira:
nas oitavas, encararam Borger e Buthe, segunda dupla da Alemanha. Em
sintonia, superaram as rivais em 36 minutos na Arena de Vôlei de Praia e
saíram vitoriosas por 2 a 0, parciais de 21/17 e 21/19 (assista ao vídeo clicando no LINK da FONTE no final da matéria abaixo).
Larissa e Talita voltam à quadra neste domingo para encarar nas quartas
de final as vencedoras do confronto entre as holandesas Meppelink e Van
Iersel e a parceria formada pelas suíças Heidrich e Zumkehr. Na manhã
desta quinta-feira, Ágatha e Bárbara Seixas passaram com facilidade
pelas chinesas Wang e Yue por 2 sets a 0 (21/12 e 21/16).
Em busca da vaga na semifinal, elas enfrentam a dupla vencedora do
duelo entre Ukolova/Birlova (RUS) e Liliana/Elsa (ESP), em outra partida
marcada para domingo. Os horários ainda não foram definidos.
Na
disputa masculina, Alison e Bruno Schmidt enfrentam nesta sexta-feira,
às 11h (de Brasília), os espanhóis Herrera e Gavira, pelas oitavas. Na
sequência, às 16h, Pedro Solberg e Evandro lutam por uma vaga nas
quartas diante dos russos Liamin e Barsuk.
Larissa e Talita estão nas quartas de final
com 100% de aproveitamento (Foto:
Yasuyoshi Chiba / AFP)
- Hoje, mais uma vez, o conjunto, a nossa união
ajudaram bastante. A gente não começou tão bem, da forma como a gente
esperava, mas a gente conseguiu transformar o jogo. Isso cada vez mais
faz a gente ficar confiante, faz com que a gente passe por momentos
difíceis, isso traz um crescimento para o nosso time. Foi mais um dia
especial, mais um dia pra gente aprender algumas coisas, eliminar os
erros e potencializar tudo que foi de bom - disse Larissa, valorizando a
comunicação quase telepática com a sua parceira:
-
A gente fala pelos olhares, pela telepatia, pela sintonia. O mais
importante era a certeza de quea gente ia conseguir. Independentemente de
estar três pontos atrás, a gente ia encontrar uma forma de reverter o
jogo - comentou a medalhista de bronze em Londres 2012.
-
A gente está junto o tempo inteiro. O importante é como lidar. Eu
confio nela, eu acredito nela, eu sabia que ela ia conseguir se superar e
eu estava pronta pra ajudar o tempo inteiro e fazer por mim e por ela
se precisasse, mas o importante é a certeza de que a gente ia conseguir
superar - analisou Larissa.
Para Talita, a dupla já
era esperado um jogo duríssimo com as alemãs. Segundo ela, o vento e o
saque das adversárias foram os pontos mais difícil no caminho para a
vitória.
- Foi um jogo bom, é um time bom, é um time
que vem de bons resultados, estava ventando um pouquinho, elas sacam
bem, então aproveitaram o lado bom, mas também aproveitamos quando
estávamos no lado bom, em uma sequência de bons saques, mas é isso.
Vento tem para os dois, vale quem estiver mais calma, paciência e
experiência. É o que a Larissa disse, é encontrar como reverter aquilo,
como nós já revertermos vários placares, ter a paciência, saber que a
gente vai limpar o jogo, com calma. O set só acaba quando o árbitro
apita. Até lá, o outro time vai ter que ficar pensando com pegar a
gente, montando estratégia. Quem sai mais rápido das situações difíceis é
que consegue ganhar - afirmou a atleta de Aquidauana (MS).
-
Estava ventando um pouco, então, era não se irritar com os erros,
porque elas iam conseguir bons saques. Era pensar: "Estou do lado ruim
agora, mas vou para o lado bom", com paciência, conversando dentro de
quadra, para se acertar e não ter ansiedade e afobação, nem esquecer do
resto do jogo, né, porque você precisa sacar, precisa fazer estratégia, é
não perder o foco. De tanto passar pelas situações, e como a gente joga
muito juntas, sempre falando. Em alguns momentos, nem precisa falar,
que a gente já sabe - acrescentou.
O JOGO
Larissa e Talita jogam bem e vencem
(Foto: Marcio Jose Sanchez/AP Photo)
(Foto: Marcio Jose Sanchez/AP Photo)
O
início do duelo não foi muito fácil para Larissa e Talita, que sofreram
com a artilharia pesada das alemãs e levaram 4 a 1. Depois, empurradas
pela torcida, elas se recuperaram: conversaram, repararam erros e
conseguiram a virada. A partir daí, houve tranquilidade. Soltas, as
brasileiras começaram a jogar muito bem. Exemplo disso foram duas
defesas espetaculares feitas por Larissa, depois de um bloqueio de
Talita: 14 a 9. Administrando a vantagem, fizeram 21 a 17.
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O
segundo set também não começou muito tranquilo para o Brasil. As alemãs
chegaram a tomar a dianteira, mas Larissa e Talita, novamente trocando
ideia, conseguiram deixar bem claro que seu objetivo é mesmo a medalha
olímpica. Um ace de Larissa em cima de Borger levantou o
público na arquibancada, e uma bola fora da mesma rival deixou tudo
igual: 13 a 13. Se Buthe não tem o físico de Larissa, Talita e de sua
companheira, ela compensava na técnica: fez vários pontos com belos
ataques, principalmente largadinhas, surpreendendo as donas da casa. Mas
as brasileiras deram o troco com sua habilidade e determinação e, em
uma pancada de Larissa, saíram com a vitória: 21/19.
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- Estou chorando por estar com este sentimento de que queríamos continuar lá na arena. A atmosfera está tão boa. Só de pensar que amanhã iremos acordar e não vamos mais poder jogar aqui de novo nos deixa tristes. Mas estamos orgulhosas. Uma vez, conseguimos vencer o Brasil, mas foi divertido jogar, sentindo a paixão da torcida. É emocionante ver a paixão dos brasileiros pelo esporte, dá um prazer a mais para as atletas em quadra.
A Alemanha teve bons momentos, mas não
foi páreo para Larissa e Talita (Foto:
Adrees Latif/Reuters)
FONTE:
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