MUNDIAL DE SURFE
Apesar do revés, brasileiros lutam pela sobrevivência na repescagem (5ª fase). Por vaga nas quartas, Medina enfrenta Mineirinho, e Wiggolly encara Filipinho no round 5
No ano passado, o ataque de tubarão a Mick Fanning em plena final contra Julian Wilson em Jeffreys Bay, na África do Sul, assombrou o mundo do surfe. A sexta etapa do Circuito Mundial de 2016 terminou sem vencedores, e Julian voltou este ano determinado a conquistar o troféu. Na terceira bateria da quarta fase, no entanto, o australiano tinha uma pedreira pela frente diante de duas das maiores forças do Brazilian Storm (Tempestade Brasileira): Gabriel Medina e Filipe Toledo. Em uma disputa de altíssimo nível, Wilson mostrou todo o seu poder de recuperação em uma virada emocionante nos instantes finais para chegar a 15.43 pontos, superando Medina (13.83) e Filipinho (13.77) para avançar às quartas de final. Apesar do revés, os brasileiros têm a chance de lutar pela sobrevivência na repescagem (quinta fase). O Brasil tem cinco surfistas ainda na briga pelo caneco nas longas direitas do pico sul-africano.
Julian Wilson derrotou Gabriel Medina e Filipe
Toledo na quarta fase em J-Bay (Foto: Twitter/WSL)
Atual campeão mundial e único brasileiro a vencer em J-Bay, em 2012, pela divisão de acesso (QS), Adriano de Souza tirou boas notas (7.00 e 8.27) para somar 15.27 na quarta bateria do round 4, porém, acabou na lanterna diante de Fanning (17.00) e Wiggolly Dantas (16.93). Em busca da vaga nas quartas, Mineirinho terá pela frente Medina, na terceira bateria da quinta fase, enquanto Guigui enfrenta Filipinho no quarto e último confronto da repescagem.
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Tricampeão do mundo e da etapa sul-africana, Fanning começou com 8.00 e 9.00, praticamente selando a vitória, contudo, precisou frear uma perigosa reação de Wiggolly no fim, que perdeu por apenas sete centésimos. O paulista de Ubatuba teve uma precisão cirúrgica e mostrou sintonia com as direitas em apenas duas ondas (8.43 e 8.50) para chegar a 16.93. Guigui, como é conhecido, terá uma nova chance na quinta fase contra Filipinho. Nascido em Mar del Plata e criado em Bombinhas, no litoral catarinense, o brasileiro Alejo Muniz caiu diante de Slater e Michel Bourez e também irá disputar a repescagem.
Medina levou virada no fim na 4ª fase, mas segue vivo na disputa em J-Bay (Foto: WSL/Kelly Cestari)Wilson entrou com sede de vitória em busca de uma vaga nas quartas de final. Ele surgiu com o rosto marcado de sangue por conta depois de se machucar nas rochas da bancada durante uma sessão de free surf, mas veio destemido. Após aplicar boas rasgadas, o australiano emendou com um aéreo e ganhou 8.83 na primeira onda, assumindo a liderança da disputa contra Medina e Filipinho. Mas Gabriel também estava faminto e não demorou a se impor sobre os rivais. Com um surfe consistente, o fenômeno de Maresias combinou um leque de manobras, surfando de costas para as longas direitas, para assumir a ponta, com 13.83 (6.00 e 7.83). Julian sentiu a pressão e cometeu dois erros incomuns na sequência, sofrendo duas quedas.
Toledo cresceu na disputa e entrou na briga com 5.50. Em seguida, aplicou manobras fortes, jogando muita água para o alto. Ele ainda acelerou no fim, mas poupou o aéreo no lugar de um estilo clássico para arrematar nota 8.17, subindo para a segunda posição, com 13.77, passando à frente do australiano (11.70). A partir daí, os três brindaram o público com um show de surfe. Medina combinou manobras explorando muito bem a parede da onda com cutbacks e fechando com snap vertical. Depois, Filipinho acertou um aéreo alley oop, e Julian combinou manobras fortes para levar 6.60 e reassumir a ponta nos instantes finais. O australiano chegou a 15.43 pontos e ultrapassou Medina (13.83) e Toledo (13.77). Nos últimos segundos, Gabriel partiu para o tudo ou nada em busca do 7.61 da virada, decolou em um aéreo que lhe daria grande nota, porém, caiu e não teve mais tempo de reagir.
Julian Wilson com o rosto machucado, após se
machucar nas rochas de J-Bay antes da bateria
(Foto: WSL/Pierre Tostee)
Mineirinho se concentra antes da bateria e é
apoiado pelo técnico Leandro Dora, o Grilo
(Foto: WSL / Pierre Tostee)
BATERIAS DA 3ª FASE
2: John John Florence (HAV)14.83 x Dusty Payne (HAV) 13.93
3:Italo Ferreira (BRA) 14.20 x Josh Kerr (AUS) 16.40
4: Adrian Buchan (AUS) 5.20 x Kelly Slater (EUA) 11.73
5: Sebastian Zietz (HAV) 11.26 x Michel Bourez (TAH) 11.26
6: Matt Wilkinson (AUS) 10.27 x Alejo Muniz (BRA) 12.20
7: Gabriel Medina (BRA) 16.00 x Adam Melling (AUS) 15.17
8: Julian Wilson (AUS) 15.80 x Joel Parkinson (AUS) 13.67
9: Filipe Toledo (BRA) 16.67 x Miguel Pupo (BRA) 5.67
10: Mick Fanning (AUS) 18.37 x Kanoa Igarashi (EUA) 14.60
11: Caio Ibelli (BRA) 10.66 x Wiggolly Dantas (BRA) 13.93
12: Adriano de Souza (BRA) 14.73 x Davey Cathels (AUS) 12.30
BATERIAS DA 4ª FASE
2: Kelly Slater (EUA) 18.07 x Michel Bourez (TAH) 17.67 x Alejo Muniz (BRA) 10.503:
Gabriel Medina (BRA) 13.83 x Julian Wilson (AUS) 15.43 x Filipe Toledo (BRA) 13.774:
Mick Fanning (AUS) 17.00 x Wiggolly Dantas (BRA) 16.93 x Adriano de Souza (BRA) 15.27BATERIAS DA 5ª FASE (REPESCAGEM)
2:
Michel Bourez (TAH) x Josh Kerr (AUS)3:
Gabriel Medina (BRA) xAdriano de Souza (BRA) 4:
Wiggolly Dantas (BRA) xFilipe Toledo (BRA)BATERIAS DAS QUARTAS DE FINAL
2: Kelly Slater (EUA) x a definir
3: Julian Wilson (AUS) x a definir
4: Mick Fanning (AUS) x a definir
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2016/07/julian-wilson-derrota-medina-e-filipe-toledo-e-avanca-quartas-em-j-bay.html
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