domingo, 12 de junho de 2016

Um mês sob Temer, o mal amado. Por Paulo Nogueira



FONTE:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/um-mes-sob-temer-o-mal-amado-por-paulo-nogueira/



Postado em 12 Jun 2016
Uma desgraça, mais que um presidente interino
Uma desgraça, mais que um presidente interino
Churchill foi um frasista insuperável.
Certa vez, ao se referir ao líder trabalhista Clement Attle, que o derrotara nas primeiras eleições pós-guerra, Churchill disse: “Um táxi chegou vazio à Downing St [sede do governo] e dele desceu o Attle.”
A frase vale para Michel Temer, que acaba de completar um mês como presidente interino. Temer, ao entrar no Planalto, representava o vazio.
As comparações param aí. Pois Attle foi um gigante: ele construiu o estado de bem estar social britânico. É dele, por exemplo, o NHS, o fabuloso sistema de saúde pública local. Nem Thatcher conseguiu desfazer a obra de Attle em favor dos menos favorecidos no Reino Unido.
Quanto a Temer, ele vem tentando destruir o pouco de proteção social que o Estado brasileiro oferece aos desfavorecidos. É o oposto de Attle.
Colocou nas principais posições econômicas gente que quer implantar um tardio thatcherismo no Brasil. É incrível. Os próprios conservadores britânicos rejeitaram o thatcherismo, que serviu apenas para ampliar exponenciamente a desigualdade social na Inglaterra.
Há um agravante em Temer. Ele não teve votos para subverter a política econômica em curso. O programa escolhido por 54 milhões de homens foi outro.
Isto é um crime. Temer vem se comportando como se fosse não um interino, mas um presidente sagrado pelas urnas. Esta ousadia indecente o faz ainda menor do que já é.
Temer era ignorado até trair Dilma. Em um mês, tornou-se o homem mais odiado do Brasil. É Temer, o mal amado.
O início de qualquer governante registra altos índices de aprovação, que vão baixando à medida que os dias correm. Temer desceu ao abismo numa velocidade inédita. Como mostrou uma pesquisa da CNT, ele chafurda em 11% de apoio — mesmo com a Globo ajudando-o como pode.
Prometeu um ministério de notáveis, e entregou uma malta de enjauláveis. Falou em salvação nacional, e não foi capaz de salvar sequer a si próprio.
Não é um presidente; é uma desgraça.
Cada dia que passa com ele no Planalto é um dia a mais de suplício para a nação.
Há uma condição básica e essencial para a recuperação política, econômica e moral do Brasil: que Michel Temer, o mal amado, seja enxotado.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).

Nenhum comentário: