Apesar de ser reserva nos Jogos, atleta prefere encerrar assunto Rio 2016 e focar no futuro após fim da parceria com Maria Elisa: "Olimpíadas são uma coisa morta agora".
Juliana ao lado de Taiana na etapa de Niterói do Circuito Brasileiro (Foto: Paulo Frank / CBV)
Mais tarde, Juliana ainda viu a vaga olímpica escorrer pelas suas mãos como areia. Não foi por falta de esforço. Ela manteve o profissionalismo a todo momento, tanto é que, no dia da morte do pai, ainda tomada pela tristeza da notícia, precisou viajar ao Rio de Janeiro, de onde pegou um voo para o Japão para disputar o Grand Slam de Yokohama, importante na briga pela classificação para os Jogos Olímpicos.
Mas a experiência, a força e a explosão dentro de quadra da dupla formada por ela e Maria Elisa não foram suficientes para passar pelos obstáculos do Circuito Mundial, nem para superar a excelente fase e a vivacidade de Ágatha e Bárbara Seixas e a sintonia e a técnica de Larissa e Talita, que acabaram classificadas para as Olimpíadas. À atleta, restou ficar com a vaga de suplente. Segundo a jogadora, caso Ágatha ou Talita, atletas de bloqueio, se lesionem, ela se classifica para o Rio 2016 automaticamente. Se Larissa ou Bárbara se lesionarem, Maria Elisa herda o espaço. Juliana, contudo, não se ilude:
- Para
mim, as Olimpíadas são uma coisa morta agora. Estou vivendo outra coisa
com a Taiana, mas vou estar jogando, me preparando. Sou um soldado indo
para a
guerra. Dependendo do esquadrão que precisar de mim, estou dentro -
falou a veterana de 32 anos.
Taiana e Juliana se juntaram após fim de
parceria da veterana com Maria Elisa
(Foto: Paulo Frank / CBV)
- Foi um balde de água fria, não desmerecendo as duas grandes equipes que vão representar o Brasil.
O país está muito bem representado, mas deu uma desanimada, uma esfriada, então resolvemos seguir caminhos diferentes. Mas nunca pensei em parar (com o vôlei de praia). Escolhi a Taiana pelas características dela e por tudo que ela fez pelo vôlei de praia. Ela foi campeã mundial com a Talita em 2013. Fomos campeãs juntas há 15 anos. A escolha foi sobretudo pela qualidade dela e a vontade que ela tem. Nós suspeitamos que poderíamos dar certo juntas - comentou.
Parceria
com Maria Elisa (à esquerda) teve
bons momentos, como o título no Major
Series de Stavanger e o título do
Circuito Mundial, mas acabou se
encerrando após a perda da vaga
olímpica (Foto: Denis Ferreira
Netto/CBV)
A nova dupla com Taiana, o novo ano e, principalmente, o período de férias que passou ao lado da família foram como um sopro na vida de Juliana, que já até começa a traçar novos objetivos, como montar uma boa base no Circuito Brasileiro para pavimentar o caminho até o Circuito Mundial e, quem sabe, voltar a representar o Brasil no futuro.
- Foi um ano complicado para mim, bem complicado (pausa)... Mas ainda bem que ele já passou, graças a Deus. Tentei ficar as férias quase que integralmente com minha família, principalmente com minha mãe. Todos esses dias eu estive do lado dela até a minha vinda para cá (Rio de Janeiro). Nós precisávamos desse tempo, como filhas, como amigas. E coincidiu de, graças a Deus, boa parte da minha família estar junta no Natal e no Ano Novo. Para mim, a família é muito importante. E ela está comigo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Passei alguns momentos com eles, dei uma zerada e estou começando um novo ano com disposição, alegria e vontade de fazer bonito de novo.
Acho que o atleta precisa de desafios e defender a bandeira do Brasil vem em primeiro lugar. Estou treinando muito forte para que isso possa voltar a acontecer.
A primeira competição da dupla recém-formada com Taiana foi a etapa de Niterói do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia. Elas ainda vão disputar mais duas no torneio nacional, em Natal e Fortaleza. Depois, João Pessoa, na Paraíba, recebe o SuperPraia.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei-de-praia/noticia/2016/02/apos-perda-do-pai-e-da-vaga-olimpica-juliana-se-reinventa-ao-lado-de-taiana.html
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