Campeã mundial sai em defesa de jogadoras que tiveram de pedir dispensa da seleção brasileira: "Sou contra usar a jogadora para conseguir o seu objetivo"
Hortência defende jogadoras
que pediram dispensa da
seleção (Foto: Marcos Guerra)
- Os clubes estão descontentes com a forma da gestão da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Eles resolveram se unir para reivindicar algumas coisas. Acho que algumas reivindicações são pertinentes, mas discordo da maneira que isso foi feito. Acho que tinha de ser feito em uma reunião, entre quatro paredes. Sou contra ir lavar roupa suja na imprensa e principalmente sou contra usar a jogadora para conseguir o seu objetivo. Umas aceitaram, outras não. Compreendo que algumas têm o seu dia a dia, precisam do clube, precisam daquele dinheiro, precisam estar trabalhando. Mas acho que não pode envolver atleta nessa briga, principalmente quando você proíbe atleta de vestir a camisa da seleção brasileira. Não passa pela minha cabeça. Não dá para entender - disse a comentarista do Time de Ouro da TV Globo.
O grupo de jogadoras que pediram dispensa por “motivos pessoais” conta com Adrianinha (América-PE), Gilmara (Corinthians/Americana), Jaqueline (Santo André), Joice (Corinthians/Americana), Tainá (América-PE), Tássia (Santo André) e Tatiane (América-PE).
O técnico Barbosa ainda sofreu dois desfalques por lesão:
Damiris (Corinthians/Americana) e Nádia (Sampaio Basquete). Assim, apenas três jogadoras das 12 na lista inicial se apresentaram na quarta-feira: Iziane e Isabela Ramona, do Sampaio Basquete, e Clarissa, que furou o boicote apoiado por seu time, o Corinthians/Americana. Foi preciso uma convocação de emergência para a seleção se apresentar com 11 atletas - uma jogadora ainda completará o time.
Com 11 jogadoras e convocação emergencial,
seleção iniciou treinos para o evento-teste
(Foto: Marcos Guerra)
A CBB ainda cumpriu duas solicitações do colegiado, trocando o técnico Luiz Augusto Zanon por Barbosa - oficialmente Zanon deixou o cargo por causa de um problema de saúde - e nomeando Adriana Santos para o novo cargo de coordenadora da seleção feminina.
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Hortência já foi diretora de seleções da CBB e diretora executiva da LBF e, por isso, tem relacionamento tanto com clubes como com a CBB. Ela acompanha toda a movimentação nos bastidores e só toma um lado: o das jogadoras.
- Imagina a jogadora que peitou o clube e está na seleção agora. Ela (Clarissa) vai jogar tranquila sabendo que pode ser demitida? É difícil. Não sou contra algumas reinvindicações, só discordo do momento e da maneira que fizeram. Tinha de ser feito lá trás ou esperar as Olimpíadas. Imagina uma jogadora, que não tem culpa nenhuma nesse processo, ser proibida de vestir a camisa de seu país. Imagino como elas se sentiram. Qual a opção que elas tiveram? “Eu preciso do meu trabalho e ao mesmo tempo eu amo vestir a camisa do meu país e estar participando das Olimpíadas em casa”. É uma decisão muito difícil. Eu não gostaria de estar no lugar delas - disse Hortência.
Hortência
concorda com algumas
reivindicações, mas não com a
maneira e o momento
que
foram feitas pelo colegiado
de clubes (Foto: Marcos Guerra)
A CBB e o técnico
Barbosa já garantiram que as portas da seleção brasileira estão abertas para as
jogadoras que pediram dispensa na caminho rumo às Olimpíadas do Rio de Janeiro.
Sem elas, o Brasil encara Austrália, Argentina e Venezuela no evento-teste.
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