Após ser campeão mundial de surfe em 2015, Adriano de Souza falou sobre os prós e contras do título para a temporada deste ano e diz que brasileiros serão pressionados
Mineirinho diz que trabalho psicológico foi bom (Foto: Tiago Leme)
- Eu tive um trabalho psicológico muito bom no início da carreira, e isso foi fundamental. Hoje eu consigo ter um autocontrole tanto nas dificuldades quanto também nas vitórias. Porque para você ter uma postura de campeão, é preciso ser muito forte para não se abalar, não perder o foco. Quando você é campeão, muitas coisas entram na sua vida, e você tem que manter aquela certa concentração.
Então nesse ano de 2016 vou ter que ter uma nova postura e já estou trabalhando em cima dela.
Espero começar o ano com a mesma pegada de 2015. Em breve começo a minha preparação e não quero ficar em uma zona de conforto, sei que terei que trabalhar o dobro - disse o surfista do Guarujá, em evento de um de seus patrocinadores, nesta terça-feira, no Rio de Janeiro.
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Mineirinho já realizou exames médicos para o início da temporada e neste mês de janeiro vai conciliar os treinamentos com compromissos profissionais e de patrocinadores. No dia 23 de janeiro, ele vai se casar com a namorada Patrícia Eicke, em cerimônia que será realizada em Florianópolis. O Mundial de surfe de 2016 começa no dia 10 de março, em Gold Coast, na Austrália, etapa que teve Filipe Toledo como campeão no ano passado.
- Os brasileiros vão se sentir mais pressionados que os gringos, com certeza. A responsabilidade vai aumentar assim como a cobrança. O Filipe vai chegar em Gold Coast como defensor do título, tem essa pressão logo na primeira etapa. Mas ao mesmo tempo todo mundo está em busca disso, todos querem ter esse privilégio em mãos. Quando você conquista, esse é o preço - afirmou.
Adriano de Souza vê pressão maior em 2016
(Foto: Divulgação)
Mas como o próprio Mineirinho destacou, não dá para "reclamar" de ser campeão do mundo. Ao realizar o sonho de infância e atingir o maior prêmio do surfe no mundo, o experiente Adriano ganhou muito mais do que pressão. Na verdade, um ano antes, dele o título inédito para o país de Gabriel Medina no WCT já tinha dado aos brasileiros um reconhecimento bem maior.
- Mudou bastante, principalmente a conduta da organização. Acho que o Medina foi fundamental nisso. Ser o mais jovem campeão do mundo, igualar o Kelly Slater nisso, foi uma arma. Nós brasileiros temos uma grande arma em mãos, que deixa os gringos, toda a comunidade do surfe com o pé atrás. Pensam, "esse cara vai incomodar por muitos anos ainda. Tem também o Adriano que é experiente. Agora tem um novo, que é o Filipe. O respeito está se ganhando gradativamente, com o tempo. Com certeza ainda tem muito a se provar, o surfe é um esporte novo no Brasil, em comparação com Austrália, Estados Unidos. Espero que essa nova geração possa preencher muitas lacunas que estão em branco, que eu possa fazer o meu melhor e trazer muita coisa ainda - explicou o campeão.
Na temporada de 2015, Mineirinho conseguiu uma boa regularidade nas 11 etapas até conquistar o troféu em Pipeline, incluindo um primeiro lugar, um segundo e um terceiro nas três primeiras etapas. Diferentemente do que aconteceu com Gabriel Medina, campeão em 2014, que começou mal no ano passado, indo apenas uma vez às quartas de final nas cinco primeiras etapas. Apesar da recuperação na segunda metade do Circuito, Medina terminou na terceira colocação no geral.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/noticia/2016/01/mineirinho-projeta-2016-espero-comecar-o-ano-com-mesma-pegada.html
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