Seleção faz 3 a 0 no antigo algoz, amplia hegemonia continental e diminui vantagem peruana em decisões. Glamour de 81 fica muito aquém em 05. Adenízia é a baixa
- É sempre um título importante porque se mantém a hegemonia na América do Sul. Desde que o Brasil passou a ser o time a ser batido na América do Sul, todo mundo quer ganhar, ganhar set. Sempre muito difícil. Não é fácil ganhar um Sul-Americano - declarou o técnico Zé Roberto Guimarães.
Vitória diante do Peru deu ao Brasil o 11º título
consecutivo do Sul-Americano (Foto: Fabio Leme)
Se
em 1981, sua participação na finalíssima não passava de
incentivos da arquibancada, em 2015, o técnico Zé Roberto Guimarães foi o
condutor desta geração dourada. Seguindo o planejamento de rodízio entre
as
jogadoras, ele mexeu na formação titular em relação ao jogo contra a
Colômbia,
pela semifinal. Camila Brait retornou no lugar de Léia. Com uma virose
contraída na sexta-feira, Adenízia sequer recebeu a medalha de ouro no
ginásio. Suas companheiras posaram no pódio com sua camiseta.
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Acabou que a Adenízia estava um pouco mal ontem à noite, acordou muito
mal hoje, pegou uma virose que atingiu outras jogadoras aqui no
campeonato, teve um pouco de febre, não se sentiu nada bem e não teve
condições de vir jogar. Mas a gente trouxe a camisa dela para poder
homenageá-la. Sei que ela vai ficar muito feliz. Para a gente, ela
esteve dentro de quadra e vamos levar esse prêmio para ela - disse a
MVP.
Meninas do Brasil fazem selfie no pódio com a camisa 5 de Adenízia ao fundo (Foto: Fabio Leme)
Natália
foi a maior pontuadora da final, com 16 acertos, e pintou como a
favorita para levar o prêmio de MVP (melhor jogadora da competição), Mas
ele foi dado para sua companheira de posição, time (Rio de Janeiro) e
camisa canarinho Gabi, que anotou 11 e esteve presente na seleção do
campeonato, junto com Juciely, eleita uma das melhores centrais.
O fim do Sul-Americano marca também o término do calendário
da seleção brasileira neste ano. A delegação retorna neste domingo para o
Brasil, onde cada atleta se apresentará aos seus respectivos clubes para a
temporada. As meninas voltam a se reunir em abril de 2016, quando darão
continuidade à preparação olímpica.
Cartagena é verde-amarela
A potência das ponteiras deu ao Brasil uma boa vantagem no início do jogo. Gabi de um lado e Natália do outro venceram o bloqueio peruano (8/3). Sem a mesma variedade do que Dani Lins, Muñoz buscou a força de Leyva, sem sucesso. A parada técnica não fez bem ao Brasil. Dois aces rivais e dois erros de passe colocaram as adversárias na partida (12/10). Natália, em contra-ataque do fundo, e Fabiana (bloqueio e ataque) colocaram a diferença na casa dos cinco (16/11). O crescimento da central fez Dani insistir com bola de meio. Pontuar ficou difícil para o Peru. Foi, justamente, uma central que fechou a parcial. Juciely, em bola chutada (25/17).
Natália sobe alto para marcar um dos seus 16
pontos na decisão (Foto: Fabio Leme)
O nível técnico da partida caiu, muito por culpa do Brasil e
seus erros na defesa e no passe. Não fosse sua superioridade técnica, o segundo
set poderia ter ido para o outro lado. Desconcentradas, as meninas viram o serviço
de Regalado ajudar o Peru a fazer o que nenhuma outra seleção do campeonato
havia conseguido: ficar duas rotações à frente no placar (8/7). Zé chamou a
atenção: “joga o jogo”. O time melhorou, virou o placar, mas a atuação era
irregular (16/12). A entrada de Gomez no saque quebrou a recepção do Brasil. O
Peru conseguiu ser a única das cinco seleções a anotar mais de 20 pontos numa
parcial. Só que Juciely, outra vez, decretou o final do set (25/21).
O desempenho anterior despertou as brasileiras. O saque
rente à rede de Natália criou problemas no passe peruano. Juciley fechou a
porta três vezes. Gabi, outra (8/2). O Peru desmoronou, o passe saiu ruim, o
levantamento fora do tempo e o ataque sem direção. Aquela rivalidade de fazer
os torcedores roerem as unhas ficou no passado. Após três tentativas fracassadas no bloqueio adversário, o 11º título
sul-americano consecutivo veio com um saque para fora das peruanas. O que todos sabiam antes de começar a
competição aconteceu. Brasil, campeão pela 19ª vez (25/13).
Meninas brincam ao serem anunciadas como
campeãs (Foto: Fabio Leme)
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