sábado, 18 de julho de 2015

Lutadora vê rótulo de musa como algo positivo: "Me divirto. Portas se abrem"

Após polêmica com Ingrid Oliveira dos saltos ornamentais, Raphaella Galacho critica quem "julga por uma foto", mas diz que é preciso estar preparada para as críticas



Por
Direto de Toronto, Canadá

Raphaella Galacho gosta de tirar selfies e diz que rótulo de musa pode ser positivo (Foto: Reprodução/Instagram)Raphaella diz que rótulo de musa pode ser positivo (Foto: Reprodução/Instagram)


Bonita, talentosa e ativa nas redes sociais, a lutadora Raphaella Galacho, do taekwondo, tem um perfil parecido com a de Ingrid Oliveira, personagem da primeira semana dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. A atleta dos saltos ornamentais, mesmo sem querer, se viu no meio de uma polêmica por conta de comentários em uma foto postada na internet. Também no Canadá para a disputa da competição, Galacho enxerga o lado positivo ao ser chamada de musa - apesar de não se considerar uma - e afirma ter bastante cuidado com o que posta em sua conta pessoal.

- Me chamam de musa, e eu falo: "Oi? Está falando comigo?". Me divirto. Quero aparecer pelo meu esporte, mas não atrapalha. As portas se abrem, os patrocinadores buscam isso. Querendo ou não, quando começaram a me chamar de musa, passei a aparecer mais. Se ela não fosse considerada musa, não ia aparecer tanto. Ahhh, ganhou uma medalha nos saltos? É que nem uma medalha no taekwondo... Infelizmente, não aparece tanto quanto outras modalidades. 

Acho que ajuda as pessoas a conhecerem e se interessarem mais pelo esporte como um todo - opinou a jovem, que passou a ser chamada de musa no Pan de Guadalajara 2011 e chegou a ser eleita uma das 10 taekwondistas mais bonitas do planeta por uma revista americana.

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Raphaella Galacho treina em Toronto com a seleção de taekwondo (Foto: Reprodução/Instagram)
Raphaella Galacho treina em Toronto com a 
seleção de taekwondo (Foto: 
Reprodução/Instagram)


Raphaella nega ter passado por algo com tamanha repercussão como o caso de Ingrid, mas diz já ter lido muitos comentários negativos em suas fotos. Apesar da "maldade" das pessoas, a santista afirma que é preciso estar preparado psicologicamente para as críticas e, mesmo adorando usar as redes sociais, garante: se estiverem atrapalhando, prefere parar de postar. Ela, inclusive, aconselha:

Mosaico Raphaella Galacho, a musa do taekwondo, nas redes sociais (Foto: Globoesporte.com)Raphaella Galacho é muito ativa nas redes sociais (Foto: Globoesporte.com)


- Sempre procurei postar coisas que não fossem só minha beleza ou atributos físicos. Quero que apareça mais o que faço pelo esporte do que eu mesma. Claro, gosto de tirar selfies. Se for olhar meu Instagram, é só foto minha, mas tento me policiar um pouco e, se perceber que isso me prejudica, corto. O foco é o taekwondo. Se fosse eu (no caso Ingrid), deixaria um pouco de lado. 

Ninguém gosta de receber críticas e tem gente muito folgada mesmo sem ter o que fazer. Julgar alguém sem conhecer, por uma foto, é o cúmulo. Talvez ela tenha se desestabilizado, mas tem de ter um pouco de cuidado com o conteúdo da internet.

De acordo com Raphaella, que é sargento do Exército, não há uma orientação na seleção brasileira de taekwondo quanto ao uso das redes sociais. Quando fica em dúvida, consulta seus amigos ou colegas de equipe.

- Temos discernimento para saber o que é positivo e negativo. Quem gosta de mídia social precisa saber como se portar. Sempre tomei cuidado, mas quando tenho uma dúvida, pergunto: "Acha legal colocar isso?". Não temos como ter controle, qualquer um pode comentar o que quiser.

A taekwondista afirma que Ingrid, por competir em um esporte aquático e estar sempre de maiô, está mais exposta. Para ela, durante um torneio grande como os Jogos Pan-Americanos, com imprensa de diversos países, competidores e torcedores estrangeiros, a repercussão de uma foto pode ser enorme e, no fim das contas, prejudicar o rendimento.

- Ninguém sabe da nossa história, de quanto temos que ralar. Talvez a Ingrid nem quisesse (chamar atenção), mas ela compete de maiô (e está sempre mais exposta) - concluiu a taekwondista.

Raphaella Galacho compete na categoria mais de 67kg. Ela vai lutar no dia 22 de julho e, por conta do pequeno número de participantes em sua categoria, pode garantir a medalha de bronze se ganhar uma luta apenas.



FONTE:
http://glo.bo/1StvCGE?utm_source=link&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

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