terça-feira, 28 de outubro de 2014

Após 2 meses, Patrícia Moreira não sai de casa e espera escapar de denúncia

Gremista que ofendeu Aranha em 28 de agosto na Arena pode ser denunciada caso goleiro faça representação; ela mantém rotina de reclusão e alugou sua residência


Por Porto Alegre


Patrícia Moreira participou do programa Encontro com Fátima Bernardes (Foto: Reprodução/TV Globo)Patrícia Moreira mantém rotina de
reclusão no RS (Foto: Reprodução/TV Globo)


Dois meses após a eclosão do “caso Aranha”, a torcedora identificada gritando “macaco” contra o goleiro do Santos na Arena do Grêmio mantém uma rotina de privações. Patrícia Moreira, 22 anos, ainda não conseguiu se estabelecer em residência fixa e se concentra na expectativa de não ser denunciada pelo crime de injúria racial.

Patrícia foi indiciada com mais três torcedores pela polícia gaúcha há mais de um mês, mas ainda não se tornou ré no processo judicial. Para haver prosseguimento no caso, Aranha precisa fazer uma representação formal contra os quatro indiciados.

O advogado da jovem, Alexandre Rossato, acredita que só a partir do encerramento desse capítulo ela poderá começar a ter uma vida normal. Caso Aranha não faça a representação,  processo prescreve seis meses após a data em que ocorrera, ou seja, 28 de agosto.

- Já que o Aranha fez todo esse barulho e estava exigindo punição, havia a expectativa da representação, teria que fazer isso. De certa forma, fica por parte da Patrícia a ansiedade se responderá por um crime. A expectativa é de que ele não preste. Ela espera que esses meses passem voando - conta Rossato, ao GloboEsporte.com.

Enquanto isso, Patrícia segue desempregada e se reveza como hóspede nas casas de seus três irmãos, que moram em regiões distintas da Região Metropolitana de Porto Alegre. A casa em que residia na zona norte foi alugada por um ano, e o dinheiro a ajuda nas despesas. Uma rotina certa é o tratamento psiquiátrico a que é submetida.

De acordo com o advogado, Patrícia até chegou a sair para tomar chimarrão num parque da capital gaúcha. No entanto, foi abordada por curiosos, o que a fez voltar a ter receio de sair de casa.

- Ela segue bastante abalada, sem conseguir sair para a rua. Agora, ela só quer que volte a cair no anonimato - define.


Casa de Patrícia Moreira é incendiada (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)
Casa de Patrícia Moreira é incendiada 
(Foto: Fábio Almeida/RBS TV)

Relembre o caso

incidente ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, da partida vencida pelo Santos diante do Grêmio por 2 a 0, em 28 de agosto, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, na Arena, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo.

Patrícia Moreira, mostrada pelas imagens do canal ESPN, foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha.  Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia no dia seguinte à partida. A torcedora, que deixou a casa onde morava, teve parte da residência incendiada por um jovem que confessou o crime.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) eliminou o clube da competição por conta do ato de torcedores. Os auditores votaram contra a exclusão e decidiram punir os gaúchos com a perda de pontos, o que acarretou na eliminação da equipe, já que esta havia perdido a partida de ida para o Santos por 2 a 0, pelas oitavas.


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F0NTE:
http://globoesporte.globo.com/rs/noticia/2014/10/apos-2-meses-patricia-moreira-nao-sai-de-casa-e-espera-escapar-de-denuncia.html

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