domingo, 27 de julho de 2014

Abatido com seu primeiro revés em casa, Lopes pontua: “Nada deu certo”

Treinador, que sofre primeira derrota no Heriberto Hülse como treinador do Criciúma, aponta erros determinantes na expulsão de Escudero e desperdícios no ataque


Por Criciúma


A derrota por 3 a 1 para o Vitória é uma daquelas para o torcedor do Criciúma esquecer. Para o técnico Wagner Lopes não é bem assim. Trata-se de uma lição, ainda que dura, para a sequência no Campeonato Brasileiro. É o primeiro revés dele como treinador do Tigre jogando no Heriberto Hülse. Para Lopes, a noite de sábado foi aquela que nada deu certo, mas não pode ser apagada.

O Criciúma tomou o gol antes do 20º minuto e terminou a etapa inicial com um a menos no número de jogadores, com Escudero expulso por reclamação. No segundo tempo, apesar das tentativas, o empate passou longe. Os baianos fizeram mais dois e determinaram a pior derrota do Tigre em seus domínios nesta temporada.

- Hoje nada deu certo. Erramos na expulsão, e perdemos muitos gols. Tivemos oportunidades de marcar até com um jogador a mais no ataque. Teve situação em que poderíamos finalizar de fora da área e erramos. Jogadores que acertam nos treinos e hoje não acertaram, como o Rafael Costa. Nada deu nada certo, mas temos que pegar os pontos positivos e não deixar de lembrar deles daqui para frente – pontuou.

Wagner Lopes  Criciúma (Foto: João Lucas Cardoso)
Wagner Lopes perde o primeiro jogo 
com o Tigre em casa 
(Foto: João Lucas Cardoso)

Análise do jogo
- Eu entendo que no primeiro gol um passe errado foi desviado e acabou sobrando. Da visão que tive, acho que tivemos dificuldade no posicionamento, houve falha ao diminuir espaço e tomamos o primeiro gol. Com a saída do Michael e a entrada do Danilo não conseguimos rodar a bola. Depois teve a expulsão e piorou tudo, foi um divisor. Apesar das chances com o 1 a 0, não tivemos competência para fazer, apesar de criarmos. Temos que pegar as lições e tirar o que foi positivo, a vontade, o esforço e a determinação, e usar como experiência para que isso não aconteça. Sabíamos que seria um jogo difícil, muito igual, e que uma falha iria determinar um gol e desvantagem para qualquer lado. O Vitória é bem armado, foi passado isso aos jogadores, mas hoje nada deu certo. Nada funcionou e ainda tivemos expulsão, quando estávamos desfavoráveis no placar, e com um a menos ficou mais difícil ainda.  Mesmo com 10 estávamos mais próximos de marcar do que tomar. Numa falha de marcação tomamos o segundo gol, e na marcação individual, como foi passado. Porém, só ocorre gol no futebol quando alguém falha. Mesmo assim continuamos tentando. Os jogadores batalharam, todos deram o seu melhor, mas hoje o melhor não foi suficiente. Vamos continuar trabalhando. o trabalho é sério e, na minha visão, correto. Temos que buscar forças para não cometer os erros que ocorreram aqui. 

Reforçar o meio após a expulsão
- Cheguei a pensar. Mas o Vitória tinha três atacantes e uma recomposição forte, a gente perderia marcação e saída rápida com o Serginho e o João Vitor. Cheguei a pensar em tirar o Baier, mas perderíamos a bola parada. O Danilo vem treinando bem, se esforçando, mas infelizmente não entrou bem. Tive que tomar uma decisão muito rápida. Julguei que poderíamos ter força para jogar pela beirada do que ter um atacante fixo. Se não houvesse infiltração na beirada, não ia conseguir finalizar como queríamos.

Nervosismo da equipe
- Acho que umas das coisas que mais falo é sobre o equilíbrio emocional, de mostrar força  também no equilíbrio emocional. Não falo de arbitragem e nem transfiro responsabilidade a ele, porque não pode tomar cartão por reclamação, é inadmissível, e a gente fala e cobra para que não aconteça. O ser humano é passível de erros e erramos em coisas primárias que não poderíamos. Faltou calma e equilíbrio para fazer coisa correta. A situação do Escudero vamos resolver internamente, temos que conversar e saber o que foi dito na hora do nervosismos. Até pela diferença de idioma pode ocorrer desvio do que foi dito e entendido. É momento e tem que ter calma e conversar para pontuar erros e acertos. Tem que ser cobrado, não podemos ficar com uma menos, o que atrapalhou muito a gente, mas temos que dividir responsabilidades e sem comentar injustiças.

Wagner Lopes  Criciúma (Foto: João Lucas Cardoso)Wagner Lopes identifica descontrole emocional da equipe durante jogo (Foto: João Lucas Cardoso)

Defesa invicta toma sete em três jogos
- Temos trabalhado e pontuado para passar confiança e determinação para que cada um faça o melhor. Nada deu certo hoje, os erros resultaram em gols. Sem contar o gol de falta, que, na  minha opinião, foi mais mérito do Ayrton, foi feliz na batida. Temos que continuar trabalhando com equilíbrio. Sabemos que a torcida fica chateada, porém temos que continuar o trabalho, erguer a cabeça porque tem mais jogos pela frente. 

Lucca em vez de Bruno Lopes
- Ele treinou o coletivo entre os titulares. Durante a partida, quando se faz uma mudança, é por questão técnica ou tática. O Bruno é aguerrido, volta e ajuda marcação, faz um papel tático muito importante. Mas tecnicamente o momento do Lucca é melhor. Está recuperando a confiança no treino. Acho que ele entrou bem, tem boa velocidade e boa batida na bola. Ele entrou numa situação difícil, mas se esforçou e batalhou. Vai reconstruir a confiança com as atuações, vai ganhar com elas e é assim que tem que ser. 

Parte emocional
- A gente conversa muito com o jogador e pergunta se tem alguma dificuldade de realizar o que pedimos. Gosto de conversar para saber como é a mentalização dele de como vai fazer no jogo. Acho que temos boas ferramentas para analisar, conversar e readquirir a confiança para fazer no treino como no jogo. Na hora com uma multidão ao redor, da pressão, porém, cada ser humano reage de um jeito. Minha intenção é de que reajam da melhor maneira. Gosto de ver reação do atleta quando toma vaia ou é aplaudido, temos um perfil traçado de cada um inclusive em cima disso, para que possam todos estejam bem preparados psicologicamente. 

4 cartões em 4 minutos
- Eu vejo que entramos num descontrole. Concordo que houve algo para reagir daquela maneira por causa de marcação ou não de faltas, mas a gente orienta o jogador para deixar o árbitro interpretar como ele acha melhor e nos concentrarmos no jogo. A gente cobra e conversa. Apesar de bom árbitro (Marcelo de Lima Henrique), em alguns momentos, suas interpretações irritaram os jogadores. Não vejo maldade ou erros grotescos, mas foram interpretações. Porém, é algo a nos cobrarmos internamente. 

Dois jogos sem pontuar
- Era um jogo de seis pontos e agora tem buscar três fora de casa, não tem outro jeito. Diante do torcedor ninguém quer perder. Vamos ter calma e equilíbrio para buscar fora. O São Paulo (próximo adversário, no sábado) é difícil, mas a Chapecoense foi lá (Morumbi) e conseguiu vencer. Isso não quer dizer que vai acontecer o mesmo conosco. Mas com força e determinação vamos trabalhar para mudar o panorama.


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