Após derrota para o Internacional, na Arena Fonte Nova, treinador concede entrevista e diz que não fica mais no clube. Gilson Kleina é candidato ao cargo
Marquinhos Santos não é mais técnico do Bahia (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)
E o adeus não demorou muito para ser dito. Logo após a partida, o treinador anunciou durante a entrevista coletiva que não fica mais no clube baiano. Marquinhos revelou que a demissão já estava acertada desde o meio da semana, após a derrota por 3 a 0 para o Corinthians, pela Copa do Brasil.
- Todo treinador passa por esse momento. A gente sabe das dificuldades.
Gostaria de continuar até o fim do ano, confio na equipe, na diretoria. Não tenho dúvida de que o Bahia sairá dessa situação e alcançará um pelotão intermediário. A responsabilidade tem que ser dividida.
Tenho minha parcela.
Conversamos logo após a partida contra o Corinthians. Mas sou profissional, para não deixar o Bahia na mão fiz esse jogo. Mediante a situação do Bahia, sabia que seria inevitável a demissão. Encerra-se uma passagem, vida que segue - disse o técnico.
Com a demissão de Marquinhos Santos, o Tricolor precisará conciliar a tentativa de recuperação no Campeonato Brasileiro, onde ocupa a 17ª posição, com a busca por outro treinador. A procura, entretanto, não deve se prolongar por muito tempo. Rodolfo Machado, que se diz assessor de Gilson Kleina, confirmou neste sábado, antes mesmo do pedido de demissão de Marquinhos Santos, que houve um contato do Bahia com o ex-técnico do Palmeiras e que as conversas foram iniciadas.
Bahia foi derrotado pelo Internacional
na noite deste sábado (Foto: Alexandre
Lops/Divulgação Inter)
sem mágoas
- Lá atrás já poderiam ter feito minha demissão. Não me sinto traído de maneira nenhuma. Agradeço a diretoria do Bahia, que tem pessoas que aprendi a admirar. Não tenho dúvidas de que o Bahia está em boas mãos - afirmou Marquinhos Santos.
O treinador lamenta apenas não ter conseguido encaixar a equipe após a conquista do título baiano. Após um começo promissor do Campeonato Brasileiro, o Bahia de Marquinhos Santos sofreu com lesões de atletas importantes e patinou na disputa da competição nacional.
- Buscamos. Trabalhamos intensamente para encaixar uma equipe. Como não teve oportunidade de trazer um camisa 9 antes, encaixamos uma outra maneira de jogar. Só que futebol tem situações inexplicáveis. O Lincoln se machucou e o Talisca foi vendido. Isso comprometeu a estrutura de jogo. Tivemos que remontar a equipe - ponderou.
contradições
De início, Valton Pessoa declarou que o Bahia não procurou até o momento nenhum técnico para dirigir o time na sequência do Brasileiro. Segundo o vice-presidente tricolor, a medida foi tomada em respeito à Marquinhos Santos. Valton afirmou que, se o Bahia conseguisse vencer o Inter neste sábado, Marquinhos poderia permanecer no cargo.
- Isso foi combinado com o Marquinhos. Essa transparência. Foi conversado na quarta que se o resultado hoje... Precisávemos de um resultado positivo. Não procuramos nenhum treinador (...) O Marquinhos poderia ficar. Se o Bahia ganhasse jogando bem, poderia. Não temos nenhum treinador - declarou Valton.
Gilson Kleina, ex-técnico do Palmeiras, está na mira do Bahia (Foto: Mauro Horita / Globoesporte.com)
- Conversamos com alguns treinadores, vamos voltar a conversar. Mas se o Bahia ganhasse, o Marquinhos poderia ficar - disse.
Segundo Valton, Ney Franco, demitido recentemente do Flamengo, não foi procurado pelo Bahia.
- Não conversamos com o Ney Franco - declarou.
histórico
Prometendo uma ‘revolução’ no futebol do clube quando foi apresentado, passando por uma filosofia de jogo ofensiva, o perfil do treinador de 35 anos se adequava perfeitamente ao que queria à nova diretoria tricolor em dezembro do ano passado. Logo em sua apresentação, Marquinhos Santos deixou claro o que se podia esperar do trabalho dele.
- Junto com a diretoria, vamos fazer um grande trabalho em 2014, uma revolução. Aliado à grande torcida do clube, queremos estar no topo do futebol - disse Marquinhos ao site oficial do clube, quando foi confirmado como novo técnico.
O futebol ofensivo, entretanto, ficou apenas no papel. Com Marquinhos Santos, o Bahia não conseguiu vencer nenhuma partida com vantagem superior a dois gols. A relação entre Marquinhos e a torcida do Bahia também não foi das melhores. Treinador jovem, sem muita bagagem, que chegava sob olhares desconfiados, Marquinhos foi eliminado da Copa do Nordeste na primeira fase, sofreu com as críticas e por pouco não foi demitido durante o Campeonato Baiano.
A reviravolta veio no estadual. Após dificuldades na fase classificatória, o treinador acertou no esquema tático, deu padrão de jogo à equipe e o Bahia faturou o 45º título estadual com sobras em cima do rival Vitória, com atuações decisivas do meia Anderson Talisca, hoje no Benfica, de Portugal.
O título baiano deu tranquilidade para que Marquinhos Santos iniciasse o Campeonato Brasileiro. E o começo foi promissor. Com triunfos sobre Botafogo e Figueirense, além de um empate diante do Vitória, o Bahia chegou a figurar entre os quatro primeiros colocados. Só que as lesões vieram, e o time baiano começou a degringolar. Sem alguns dos seus principais jogadores, entre eles Lincoln, Rhayner e Uelliton, a equipe começou a acumular uma série de resultados negativos. Marquinhos estava, novamente, pressionado.
A esperança era de que a pausa para a disputa da Copa do Mundo e os 41 dias sem jogos pelo Brasileirão fossem suficientes para que o treinador recolocasse o Bahia nos trilhos. Não houve tempo suficiente para que isso acontecesse. Apenas quatro jogos - com três derrotas e um empate, o técnico deixa o cargo.
Desde que chegou, Marquinhos comandou o clube baiano em 35 partidas, entre Campeonato Baiano (12), Copa do Nordeste (6), Campeonato Brasileiro (12) e Copa do Brasil (5). Foram 14 vitórias, 10 empates e 11 derrotas, aproveitamento total de aproximadamente 49%.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/bahia/noticia/2014/07/marquinhos-santos-pede-demissao-do-bahia-e-kleina-e-provavel-substituto.html
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