segunda-feira, 24 de março de 2014

As manias dos atletas: banho gelado, sungas vermelhas e 'TOC' com o sol

Por superstição, Thiago encarou banho a 10ºC na Polônia. Além de 'manias comuns', Bruno usa protetor 110, camisa comprida e pomada para assadura

Por Direto de Maceió, AL


Entrar com o pé direito na quadra, fazer uma oração ou o sinal da cruz e usar amuletos. Esses são os rituais clássicos dos jogadores, mas existem ainda outras formas peculiares de atrair sorte no esporte. Às vezes, pode até parecer loucura, mas as superstições ajudam a atingir um bom desempenho. Atual campeã do Circuito Mundial, Talita só pisa na areia pela primeira vez com o pé esquerdo. Thiago, por exemplo, tinha tantas manias que até uma psicóloga precisou intervir. Um dos hábitos do atleta, assim como Rafael Nadal, era tomar um banho gelado antes dos jogos. Certa vez, ele encarou um frio de 10ºC a céu aberto em uma etapa da Polônia para espantar o azar. 

Outra mania era usar sunga vermelha, como a que vestiu ao passar do qualifying. No armário, uma coleção de cuecas vermelhas. Mas estas são apenas algumas das superstições.

vôlei de praia thiago santos e Oscar Brandão etapa de são paulo (Foto: FIVB)
Thiago cortou manias, mas manteve 
uma: ficar do lado direito da quadra 
no início do jogo (Foto: FIVB)

- Eu tinha muitas manias, mas a psicóloga pediu para eu parar. Eu entrava com o pé direito em quadra, só ficava do lado direito no início da partida e tomava sempre banho frio, independentemente da temperatura no local. Quase morri de frio na Polônia, estava muito frio, 10ºC. Aos poucos, fui tirando as manias, mas foi difícil. Às vezes, ficava mais preocupado por deixar de praticar algum ritual do que com o próprio jogo. Quando você tem uma superstição e ganha, se sente incomodado ao quebrá-la. A primeira vez que passei do qualifying estava de sunga vermelha, então, eu só usava sungas vermelhas. Só viaja com a mesma camiseta e por aí vai. Hoje, a única que eu ainda mantenho é ficar do lado direito da quadra no início do jogo - disse Thiago, bem humorado.

Alison e Bruno Schmidt treinam na Praia da Costa, em Vila Velha (Foto: Divulgação/Everton Nunes/COES)
Bruno Schmidt treina na Praia da 
Costa com camisacomprida (Foto: 
Divulgação/Everton Nunes/COES)

Além de manias como entrar com o pé direito em quadra, se benzer e tocar na rede antes de seus adversários, Bruno Schmidt coleciona hábitos pouco comuns para quem vive na praia. Para evitar a exposição ao sol, o brasiliense radicado no Espírito Santo usa protetor solar fator 110 no rosto e de 50 a 99 no corpo. Nos treinos em Vila Velha, o jogador usa até uma camisa de manga comprida como proteção contra os raios solares. Nas horas vagas, quando gosta de praticar surfe e kitesurfe, Bruno aplica uma pomada para assadura em cima do bloqueador.

- Eu não consigo ficar com exposição ao sol em qualquer hora do dia. Estou sempre com proteção e bloqueador de fator alto no rosto e no corpo, protetor labial, camisa com proteção solar até o punho nos treinos... Quando acaba o jogo, eu me cubro com uma toalha, já virou até um "TOC" (Transtorno Obssessivo Compulsivo). Me incomoda se eu estiver no sol sem proteção, mas é uma situação boa, né? Vai me proteger a longo prazo. Não gosto de ficar bronzeado. Gosto de manter a minha pele branca, clara, sem queimaduras.

Quando pratico meu lazer, um surfe ou kitesurfe, a exposição é ainda mais intensa e o bloqueador vai cedendo. Por isso, gosto de aplicar o proteror e por cima colocar a pomada. Fico com aquela máscara branca bizarra, mas não quero ficar bonito dentro d'água, estou lá para fazer meu lazer - revelou o atual campeão brasileiro vice-campeão mundial.

Bruno Schmidt usa protetor solar fator 110 no rosto e no corpo de 50 a 99 (Foto: Carol Fontes)
Bruno Schmidt usa protetor solar fator 
110 no rosto e de 50 a 99 no corpo 
(Foto: Carol Fontes)

O ritual musical é uma estratégia usada por muitos jogadores. Evandro é um deles. Dependendo do clima, ele escuta um ritmo diferente. Quando precisa se motivar, prefere escutar um eletrônico. Para ficar tranquilo, um pagode.

- A música faz parte do meu ritual de concentração. A música eletrônica dá uma ativada, enquanto um pagodinho, como um bom carioca, me deixa bem para o jogo. Mas também escuto rap. Tudo depende do momento - disse o gigante de 2,10m.


vôlei de praia Emanuel e Pedro (Foto: Paulo Frabk / CBV) 
Emanuel se diz um "vidente ao 
contrário": prefereprevenir do 
que remediar (Foto: 
Paulo Frabk/CBV)

Maior vencedor da história do vôlei de praia, com 152 conquistas, Emanuel descarta superstições e outras manias. Dono de três medalhas olímpicas, sendo uma de cada cor, o paranaense se considera um "vidente ao contrário". Prefere prevenir do que remediar, como diz o velho ditado popular.

- Eu tento antecipar as coisas. Gosto de ter o controle da situação para evitar futuros problemas. Eu confio naquilo que posso controlar. Faço o meu treino, preparo a minha bebida e tento me prevenir. Não sou uma pessoa supersticiosa.

Nas areias da Praia de Pajuçara, em Maceió, apenas duas duplas brigam pelo título da temporada 2013/14 do Circuito Brasileiro: Ágatha/Bárbara Seixas e Juliana/Maria Elisa. Entre os homens, Ricardo e Márcio conquistaram o título antecipado desta edição nas quartas de final da etapa paraibana.


FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-brasileiro-de-volei-de-praia/noticia/2014/03/manias-dos-atletas-banho-gelado-sungas-vermelhas-e-toc-com-o-sol.html

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