Dividindo o grid no Kart das Estrelas, Pietro Fittipaldi, Nelsinho Piquet e Bruno Senna trocam experiências e aproveitam a companhia de outros familiares pilotos na pista
Fittipaldi,
Piquet, Senna. Quando se fala na história do automobilismo brasileiro, é
impossível não citar estes sobrenomes. Após somar oito títulos mundiais
de Fórmula 1 no exato espaço de 20 temporadas (1972 a 1991), eles
seguem brilhando nas pistas através de seus herdeiros. Na edição 2014 do
Kart das Estrelas, eles são representados por Pietro (neto de Emerson),
Nelsinho (filho de Nelson) e Bruno (sobrinho de Ayrton). Mas ainda há
outros dois representantes destas dinastias presentes ao kartódromo Beto
Carrero World, em Santa Catarina: Laszlo, outro filho de Nelson Piquet, e Enzo, mais um neto de Emerson Fittipaldi.
Para quem viveu a era de polêmicas entre os “sennistas” e “piquetistas” nas décadas de 1980 e 1990, chega a ser engraçado ver como todos se dão muito bem hoje em dia. Bruno Senna e Nelsinho Piquet não correram juntos na Fórmula 1, mas têm praticamente a mesma idade, alguns gostos parecidos e disputaram as mesmas categorias rumo à elite do automobilismo. E apesar de ser 11 anos mais velho que Pietro Fittipaldi, Nelsinho também é amigo próximo do jovem piloto de 17 anos. Que passou a correr na Europa em 2013, mas iniciou sua carreira nos ovais da Nascar nos Estados Unidos, exatamente onde Piquet corre atualmente.
O
clima “família” no Kart das Estrelas fica ainda mais completo com a
presença de Laszlo Piquet em um dos eventos que compõem a programação:
um torneio de supermoto. Dois anos mais novo que Nelsinho, Laszlo correu
de kart por muito tempo, mas se descobriu sobre as duas rodas. Ele diz
que o pai cobra resultados, mesmo não conhecendo muito do esporte. E
torce para o irmão Pedro, de 15 anos, que neste mesmo fim de semana está fazendo sua estreia no automobilismo. Aos olhos atentos de Nelsão, claro.
- É legal acompanhar as informações da família pelas competições ao redor do mundo. Agora mesmo, meu irmão Pedro está correndo na Nova Zelândia, e eu aqui correndo com o Nelsinho. A gente geralmente compete separadamente, então é muito bacana dividir a mesma pista com ele. As outras famílias acham que todo mundo aqui é louco (risos). O meu pai não cobra tanto, ele sempre gostou de moto, mas nunca correu. Ele pergunta, é curioso. Tem menos pressão, mas a cobrança está sempre lá. Ele sempre diz: “Está ganhando? Se não, tem que melhorar!” – conta Laszlo.
Enquanto dá conselhos a Pietro Fittipaldi sobre os karts que são pilotados por eles no evento organizado por Felipe Massa, Nelsinho Piquet comenta que o contato com seu irmão Pedro, que deseja chegar à Fórmula 1, é baseado bastante em sua própria experiência. Tudo para que o menino possa aproveitar seu potencial sem se deixar levar por pressões externas. Como a que acabou fazendo Nelsinho deixar a categoria em meados de 2009, ao revelar que havia sido obrigado pelo então chefe da equipe Renault, Flavio Briatore, a bater de propósito durante uma corrida para beneficiar o outro piloto do time, Fernando Alonso, que venceu aquela prova.
- Tento ajudar o Pedro o máximo que posso. Ele está fazendo um caminho parecido do que eu fiz, então tem muita coisa que eu consigo passar pra ele, que eu já passei e agora sei lidar, sendo maduro e mais velho. Agora é mais fácil olhar para trás, ver onde eu errei, e tentar fazer com que ele não erre e não faça as mesmas besteiras que eu fiz – comenta Nelsinho, com franqueza.
A estreia de Pedro Piquet nas pistas também anima seu quase xará Pietro. Até 2012, o jovem Fittipaldi corria nos ovais norte-americanos, nas divisões de base da Nascar. Incentivado pelo avô Emerson, ele passou a competir na Europa, e recebeu a visita do bicampeão mundial de F-1 durante a rodada de Silverstone, no fim da temporada. Antes disso, ele já havia conquistado em outro circuito britânico sua primeira vitória nos monopostos, o que trouxe uma coincidência incrível com seu histórico familiar.
- É legal ver o Pedro começando, eu sou muito amigo do Nelsinho, a gente se fala muito. É bom ter outro piloto da mesma geração fazendo as coisas que estou fazendo. Agora eu tenho mais ideia de como funcionam as corridas na Europa, o que é o caminho para a Fórmula 1. E foi emocionante ganhar uma corrida da Fórmula 4 em Brands Hatch, justamente onde foi a primeira vitória do meu avô na Europa. Sempre procuro ouvir os conselhos dele, até porque é bom ter um cara duas vezes campeão mundial para você tirar alguma dúvida – conta Pietro.
A relação entre os Fittipaldi e as pistas não deve acabar tão cedo. Aos 13 anos, o irmão mais novo de Pietro já corre de kart e até disputou um Mundial da modalidade. Durante o fim de semana do Kart das Estrelas, Enzo tem procurado observar o trabalho de Pietro para assimilar novas experiências. Mas ainda titubeia quando perguntado sobre seu grande sonho, se dividindo entre a Fórmula 1 e a Nascar: “primeiro uma, depois a outra”.
Quem também se acostumou desde pequeno às cobranças relacionadas ao sobrenome é Bruno Senna. Ex-Fórmula 1 e atualmente no Mundial de Endurance, o sobrinho de Ayrton Senna é um dos embaixadores da campanha que lembra os 20 anos sem o tricampeão mundial de F-1, que morreu em 1994 em um acidente causado por uma falha mecânica quando liderava o GP de San Marino daquele ano.
Apoiando o Kart das Estrelas, o Instituto Ayrton Senna deu aos pilotos adesivos com o rosto do ídolo brasileiro para que colassem em seus karts. Todos fizeram isso, inclusive Nelsinho Piquet. Um tipo de cena que dificilmente seria vista há cerca de 25 anos, quando Ayrton e Nelson disputavam vitórias e títulos na F-1 e dividiam a torcida brasileira.
- A rivalidade ficou no passado, com certeza. A gente compete na pista, mas fora dela a relação é amigável. Eu conheço o Nelsinho há bastante tempo já, e a gente sempre se deu muito bem. Então, essa rivalidade é uma coisa que foi dos nossos parentes, mas não faz parte da nossa geração, não - frisa Bruno Senna.
A Rede Globo exibe a bateria final do Kart das Estrelas ao vivo, na manhã deste domingo, dentro do Esporte Espetacular. O Kart dos Artistas, que reunirá nomes como os atores globais Caio Castro, Marcos Pasquim, Rodrigo Andrade, Emilio Orciollo, Marcos Breda e Luigi Baricelli, é outro destaque da programação do evento.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/motor/noticia/2014/01/rivalidade-nova-geracao-reaproxima-sobrenomes-fittipaldi-piquet-e-senna.html
Pietro Fittipaldi, Bruno Senna e Nelsinho Piquet
disputam o Kart das Estrelas (Foto:
José Mario Dias / divulgação)
Para quem viveu a era de polêmicas entre os “sennistas” e “piquetistas” nas décadas de 1980 e 1990, chega a ser engraçado ver como todos se dão muito bem hoje em dia. Bruno Senna e Nelsinho Piquet não correram juntos na Fórmula 1, mas têm praticamente a mesma idade, alguns gostos parecidos e disputaram as mesmas categorias rumo à elite do automobilismo. E apesar de ser 11 anos mais velho que Pietro Fittipaldi, Nelsinho também é amigo próximo do jovem piloto de 17 anos. Que passou a correr na Europa em 2013, mas iniciou sua carreira nos ovais da Nascar nos Estados Unidos, exatamente onde Piquet corre atualmente.
Laszlo Piquet, filho de Nelson Piquet, correndo de supermoto no Beto Carreto (Foto: José Mario Dias / divulgação)
- É legal acompanhar as informações da família pelas competições ao redor do mundo. Agora mesmo, meu irmão Pedro está correndo na Nova Zelândia, e eu aqui correndo com o Nelsinho. A gente geralmente compete separadamente, então é muito bacana dividir a mesma pista com ele. As outras famílias acham que todo mundo aqui é louco (risos). O meu pai não cobra tanto, ele sempre gostou de moto, mas nunca correu. Ele pergunta, é curioso. Tem menos pressão, mas a cobrança está sempre lá. Ele sempre diz: “Está ganhando? Se não, tem que melhorar!” – conta Laszlo.
Nelsinho Piquet correndo no Kart das Estrelas
Beto Carrero World (Foto: José
Mario Dias / divulgação)
Enquanto dá conselhos a Pietro Fittipaldi sobre os karts que são pilotados por eles no evento organizado por Felipe Massa, Nelsinho Piquet comenta que o contato com seu irmão Pedro, que deseja chegar à Fórmula 1, é baseado bastante em sua própria experiência. Tudo para que o menino possa aproveitar seu potencial sem se deixar levar por pressões externas. Como a que acabou fazendo Nelsinho deixar a categoria em meados de 2009, ao revelar que havia sido obrigado pelo então chefe da equipe Renault, Flavio Briatore, a bater de propósito durante uma corrida para beneficiar o outro piloto do time, Fernando Alonso, que venceu aquela prova.
- Tento ajudar o Pedro o máximo que posso. Ele está fazendo um caminho parecido do que eu fiz, então tem muita coisa que eu consigo passar pra ele, que eu já passei e agora sei lidar, sendo maduro e mais velho. Agora é mais fácil olhar para trás, ver onde eu errei, e tentar fazer com que ele não erre e não faça as mesmas besteiras que eu fiz – comenta Nelsinho, com franqueza.
Pietro Fittipaldi ouve dicas de Nelsinho Piquet
no Kart das Estrelas (Foto: José
Mario Dias / divulgação)
A estreia de Pedro Piquet nas pistas também anima seu quase xará Pietro. Até 2012, o jovem Fittipaldi corria nos ovais norte-americanos, nas divisões de base da Nascar. Incentivado pelo avô Emerson, ele passou a competir na Europa, e recebeu a visita do bicampeão mundial de F-1 durante a rodada de Silverstone, no fim da temporada. Antes disso, ele já havia conquistado em outro circuito britânico sua primeira vitória nos monopostos, o que trouxe uma coincidência incrível com seu histórico familiar.
- É legal ver o Pedro começando, eu sou muito amigo do Nelsinho, a gente se fala muito. É bom ter outro piloto da mesma geração fazendo as coisas que estou fazendo. Agora eu tenho mais ideia de como funcionam as corridas na Europa, o que é o caminho para a Fórmula 1. E foi emocionante ganhar uma corrida da Fórmula 4 em Brands Hatch, justamente onde foi a primeira vitória do meu avô na Europa. Sempre procuro ouvir os conselhos dele, até porque é bom ter um cara duas vezes campeão mundial para você tirar alguma dúvida – conta Pietro.
Pietro Fittipaldi e seu irmão Enzo Fittipaldi no
Kart das Estrelas (Foto: Marcus Cicarello)
A relação entre os Fittipaldi e as pistas não deve acabar tão cedo. Aos 13 anos, o irmão mais novo de Pietro já corre de kart e até disputou um Mundial da modalidade. Durante o fim de semana do Kart das Estrelas, Enzo tem procurado observar o trabalho de Pietro para assimilar novas experiências. Mas ainda titubeia quando perguntado sobre seu grande sonho, se dividindo entre a Fórmula 1 e a Nascar: “primeiro uma, depois a outra”.
Quem também se acostumou desde pequeno às cobranças relacionadas ao sobrenome é Bruno Senna. Ex-Fórmula 1 e atualmente no Mundial de Endurance, o sobrinho de Ayrton Senna é um dos embaixadores da campanha que lembra os 20 anos sem o tricampeão mundial de F-1, que morreu em 1994 em um acidente causado por uma falha mecânica quando liderava o GP de San Marino daquele ano.
Bruno Senna no Kart das Estrelas no Beto
Carrero World (Foto: José
Mario Dias / divulgação)
Apoiando o Kart das Estrelas, o Instituto Ayrton Senna deu aos pilotos adesivos com o rosto do ídolo brasileiro para que colassem em seus karts. Todos fizeram isso, inclusive Nelsinho Piquet. Um tipo de cena que dificilmente seria vista há cerca de 25 anos, quando Ayrton e Nelson disputavam vitórias e títulos na F-1 e dividiam a torcida brasileira.
- A rivalidade ficou no passado, com certeza. A gente compete na pista, mas fora dela a relação é amigável. Eu conheço o Nelsinho há bastante tempo já, e a gente sempre se deu muito bem. Então, essa rivalidade é uma coisa que foi dos nossos parentes, mas não faz parte da nossa geração, não - frisa Bruno Senna.
A Rede Globo exibe a bateria final do Kart das Estrelas ao vivo, na manhã deste domingo, dentro do Esporte Espetacular. O Kart dos Artistas, que reunirá nomes como os atores globais Caio Castro, Marcos Pasquim, Rodrigo Andrade, Emilio Orciollo, Marcos Breda e Luigi Baricelli, é outro destaque da programação do evento.
Nelsinho Piquet cola adesivo em homenagem a
Ayrton Senna em seu kart
(Foto: Alexander Grünwald)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/motor/noticia/2014/01/rivalidade-nova-geracao-reaproxima-sobrenomes-fittipaldi-piquet-e-senna.html
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