sábado, 27 de julho de 2013

Peripécia de Mané e atenção tática: memórias de Oswaldo no Maracanã

Técnico do Botafogo tem recordações de confrontos com o Flamengo no estádio, onde volta a comandar um jogo depois de quase sete anos

Por Thales Soares Rio de Janeiro

Oswaldo de Oliveira e Seedorf treino Botafogo (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo) 
Oswaldo de Oliveira comanda treino com Seedorf (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)
 
Neste domingo, às 18h30m (de Brasília), contra o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro, o Botafogo vai voltar ao Maracanã, e com ele o técnico Oswaldo de Oliveira, um apaixonado pelo estádio, onde aprendeu a gostar de futebol e que foi inaugurado no ano em que nasceu - 1950. Lá, viveu grandes momentos já como um observador precoce de técnicas e táticas do esporte, com o pai Oswaldo, vascaíno.

Clássicos estão vivos em sua memória. Com uma falha ou outra de informação que o tempo se encarrega de dificultar a lembrança. Mesmo assim, os sinais estão lá. Confrontos entre Botafogo e Flamengo fazem parte desse imaginário, mesmo quando não esteve presente.

- No 6 a 0 de 1972 (a favor do Botafogo), eu ouvi pelo rádio. No de 1981 (a favor do Flamengo), estava voltando do Catar - comentou Oswaldo.

Se não estava presente em jogos emblemáticos como as duas goleadas, Oswaldo tem boas recordações de outros confrontos. Em um deles, ficou surpreso com as peripécias de Mané Garrincha, mesmo com o empate em 0 a 0 no confronto pelo Campeonato Carioca de 1963.

O Paulo César (Caju) fazia um falso ponta naquela época e o Botafogo estava ganhando o meio-campo. Essa mudança equilibrou o jogo. Já acompanhava bem essas situações"
Oswaldo de Oliveira
 
- Lembro que nesse jogo o goleiro do Flamengo (Marcial) armava a barreira nas cobranças de falta do Garrincha e conseguia vê-lo indo para a bola. Na hora da cobrança, ele corria e se escondia da visão do goleiro atrás da barreira e mudava o tempo da jogada no meio. Esse era o Mané - disse Oswaldo.

Na Taça Guanabara de 1968, o treinador também estava presente no Maracanã em um jogo que o marcou taticamente. Na época, no empate em 0 a 0, ele percebeu a mudança feita por Válter Miraglia no Flamengo para aumentar o número de jogadores no meio, trocando Cardosinho por Carlinhos.

- O Paulo César (Caju) fazia um falso ponta naquela época e o Botafogo estava ganhando o meio-campo. Essa mudança equilibrou o jogo. Já acompanhava bem essas situações - comentou Oswaldo, que se referiu a Tim como se fosse o responsável pela mudança, mas na verdade ele só assumiu o Flamengo em 1969.

O novo Maracanã já não é novidade para o treinador. Oswaldo esteve lá para acompanhar a vitória do Brasil sobre a Espanha na final da Copa das Confederações. Agora, está ansioso para trabalhar novamente no estádio, onde não disputa um jogo desde 12 de novembro de 2006, quando comandava o Cruzeiro e perdeu por 1 a 0 para o Fluminense, o maior período de ausência em sua vida neste palco especial.

Maracanã antigo estádio (Foto: Reprodução) 
Antigo Maracanã foi visitado por Oswaldo diversas vezes na juventude (Foto: Reprodução)
 
- Vai ser muito bom. Estive lá na Copa das Confederações, mas será diferente, com bastidores, vestiários, trabalho dentro do campo. Vou fazer isso com muita alegria. Tenho grande expectativa - disse o treinador.

Além dele, os jogadores também estão ansiosos. Sete entre os 11 prováveis titulares para o clássico nunca tiveram a chance de atuar no estádio. Um deles é Seedorf. Oswaldo já viu no holandês, de 37 anos, a ansiedade pela primeira vez.

 - Ele está querendo muito jogar no Maracanã. A gente sente que para ele é importante, a realizaçao de um sonho realmente - afirmou o treinador.

 FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2013/07/peripecia-de-mane-e-atencao-tatica-memorias-de-oswaldo-no-maracana.html

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