sexta-feira, 26 de julho de 2013

Festa do Galo oculta drama do Olimpia: luta, choro e apoio



Com um a menos e esgotado fisicamente, time paraguaio suporta pressão e perde nos pênaltis. Jogadores desabam em pranto no gramado do Mineirão

Por Alexandre Alliatti Belo Horizonte

Ferreyra chorava feito um recém-nascido. Sentado no gramado onde acabara de perder a final da Libertadores, ele soluçava. Com o rosto escondido dentro da camiseta e as mãos amparando a face por cima do pano suado, o atacante só reconhecia quem tentava consolá-lo pela voz. Era inútil. Estava inconsolável. Foi ele quem perdeu a grande chance de o Olimpia ser campeão. Driblou Victor, teve a consagração diante de si com o gol aberto a sua frente, mas desabou no gramado na noite desta quarta-feira. Caiu sozinho.

O título do Galo ofuscou a história do Olimpia na Libertadores. Com salários atrasados, sem uma estrutura parecida com a do Galo, o clube paraguaio rumou à final. Na decisão, fez um bom primeiro tempo no Mineirão. Sucumbiu na etapa final. Na prorrogação, com um jogador a menos, conseguiu resistiu à enorme pressão atleticana, mesmo esgotado fisicamente. O goleiro Martín Silva foi salvador.

Ferreyra choro derrota Olimpia final (Foto: Alexandre Alliatti) 
Inconsolado por perder a melhor chance do jogo, Ferreyra chorou lágrimas de dor (Foto: Alexandre Alliatti)
 
Nos pênaltis, o time de Assunção errou duas cobranças, uma com Miranda, outra com Gimenez. Assim, perdeu a chance de ser tetracampeão da América. Foi uma decepção. O Olimpia confiava muito na façanha após a vitória de 2 a 0 no primeiro jogo. Parecia contar o tempo para ser novamente campeão. Acabou se decepcionando. Em vez do quarto título, ficou com o quarto vice-campeonato. Tem mais finais de Libertadores do que qualquer time brasileiro.

Logo depois do jogo, ainda no gramado do Mineirão, foi impressionante a dor dos paraguaios. Muitos jogadores, talvez a maioria do elenco, choravam. O técnico Ever Almeida abraçava um a um. Outros integrantes da comissão técnica faziam o mesmo. Era o contraste total com a festa atleticana a poucos metros deles.

- Esses rapazes nos deram algo importante. Neste momento, querem sair com lágrimas, mas têm que sair com orgulho. Saímos daqui com choro, com lágrimas, mas sabemos que vão nos receber bem no Paraguai - disse o treinador.

Foi um jogo emotivo para o Olimpia. Antes da final, os jogadores viram um vídeo com mensagens de seus familiares. E também com um recado do lateral-esquerdo Sebastián Arosa, destaque do time na primeira fase do torneio, mas que teve um câncer diagnosticado e não pôde seguir até a decisão.

Ever Almeida choro derrota Olimpia final (Foto: Alexandre Alliatti) 
Ever Almeida tentou consolar os jogadores após o doloroso revés nos pênaltis (Foto: Alexandre Alliatti)
 
Mas a dor paraguaia quase virou confusão. Havia muitos torcedores do Galo no gramado para comemorar o título. Quando os atletas deixavam o campo, ocorreu uma troca de provocações, alguma correria. Mas logo tudo foi acalmado.

Antes de entrar no vestiário, os jogadores paraguaios foram muito aplaudidos pelos cerca de 2 mil torcedores visitantes que estavam no Mineirão. Retribuíram arremessando camisetas. Foram vaiados pela torcida do Galo. E não reagiram. Enquanto isso, no Paraguai, cerca de 500 torcedores davam força ao clube na frente de sua sede, em Assunção.

Nesta quinta-feira, no retorno ao Paraguai, os jogadores do Olimpia voltaram a receber carinho da torcida. Já no aeroporto, foram recebidos com cânticos. Nesta quinta-feira, o clube completou 111 anos de vida.


 
Ever Almeida tentou consolar os jogadores após o
doloroso revés nos pênaltis (Foto: Alexandre Alliatti)
 
Mas a dor paraguaia quase virou confusão. Havia muitos torcedores do Galo no gramado para comemorar o título. Quando os atletas deixavam o campo, ocorreu uma troca de provocações, alguma correria. Mas logo tudo foi acalmado.
Antes de entrar no vestiário, os jogadores paraguaios foram muito aplaudidos pelos cerca de 2 mil torcedores visitantes que estavam no Mineirão. Retribuíram arremessando camisetas. Foram vaiados pela torcida do Galo. E não reagiram. Enquanto isso, no Paraguai, cerca de 500 torcedores davam força ao clube na frente de sua sede, em Assunção.
Nesta quinta-feira, no retorno ao Paraguai, os jogadores do Olimpia voltaram a receber carinho da torcida. Já no aeroporto, foram recebidos com cânticos. Nesta quinta-feira, o clube completou 111 anos de vida.

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