Cérebros da melhor Espanha de todos os tempos devem se separar no ano que vem. Jogar no Brasil foi argumento para Xavi não abandonar a seleção
Iniesta e Xavi: parceria histórica (Foto: AFP)
- Você está em depressão????
Não estava. Xavi estava cansado. Cansado de receber críticas, de ouvir comentários de que não era o mesmo, de que não estava jogando bem. Cansado de lidar com dores. E cansado do sistema de jogo, mais preso do que o do Barcelona. Del Bosque precisou bancar o psicólogo. E usou um argumento fatal.
- Que é isso, homem? Você vai jogar o Mundial no Brasil! Como não vai jogar lá?
O diálogo foi relatado pelo próprio Xavi, em entrevista ao jornal "El País". Naturalmente, o meia acabou convencido. Foi cerebral, como de costume, no dia seguinte, quando a Espanha goleou a Itália por 4 a 0 e ganhou nova Eurocopa. E agora está no Brasil: ainda não para a Copa do Mundo, mas para a Copa das Confederações. E para aquele que deve ser o penúltimo grande ato de uma parceria histórica. Como pensar em Xavi sem pensar em Iniesta?
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A explosão de um está ligada à ascensão de outro. É assim no Barcelona e
na Espanha. São inseparáveis. Os títulos da equipe catalã e da formação
europeia estão atrelados à presença da dupla. Eles formam uma linha
evolutiva desde meados da década passada. Ambos participaram, como
reservas, da frustrada campanha espanhola na Copa do Mundo da Alemanha,
com eliminação para a França nas oitavas de final. Mas logo começaram a
reagir. E a crescer.Na final da Liga dos Campeões 2005/2006, antes mesmo do Mundial, nenhum deles começou o jogo contra o Arsenal. Iniesta, porém, foi a campo no segundo tempo, e o Barça venceu por 2 a 1.
Em dezembro, no Mundial, o gigante catalão foi derrotado pelo Inter. Iniesta já foi titular naquela partida. Xavi foi a campo no segundo tempo. Gol de Adriano Gabiru deu o título aos brasileiros.
Ascensão do Barça passou pelo talento de Xavi e
Iniesta (Foto: agência Reuters)
Iniesta (Foto: agência Reuters)
O início da nova década trouxe a consagração definitiva para a dupla. Em 2010, eles comandaram a Espanha em seu primeiro título mundial, sempre como titulares. Pelo Barça, foram novamente campeões europeus sobre o Manchester United. E outra vez campeões do mundo, desta vez com goleada de 4 a 0 sobre o Santos.
A sequência foi mantida em 2012, com mais uma conquista de Eurocopa, no dia posterior ao diálogo em que Xavi comunicou a Del Bosque seu desejo de deixar a seleção espanhola. E agora cá estão eles, no Brasil, para enfrentar o país pentacampeão pela primeira vez.
O jeito é tentar anulá-los. O volante Luiz Gustavo tem essa experiência. Já os enfrentou pelo Bayern de Munique, e a equipe alemã se deu bem - é a atual campeã da Liga. Dá sinais de não temê-los.
- É difícil falar o que eu vou encontrar. Vou me preparar bem. Já tive a chance de jogar contra os dois. Sei a dificuldade e sei que posso fazer de forma a ajudar a nossa equipe. São dois bons jogadores, que têm o respeito do mundo todo. Todo cuidado é pouco. O Xavi distribuiu mais o jogo, e o Iniesta faz mais jogadas individuais. São dois jogadores com os quais precisamos ter cuidado - comentou o volante.
Xavi foi convencido por Vicente del Bosque a não abandonar a seleção (Foto: AFP)
- Agora tenho a oportunidade de jogar contra o Brasil no Maracanã. São 123 jogos, e nunca enfrentei o Brasil! Sempre tenho algo que me motive - disse o atleta ao "El País".
Iniesta jogou 314 minutos nesta Copa das Confederações, em quatro partidas. Xavi, em três jogos, participou de 287 minutos. Eles têm números parecidos. Cada um deu sete chutes a gol. Iniesta deu 317 passes e acertou 87% deles; Xavi deu 298, com 88% de perícia. O primeiro arriscou 18 lançamentos; o segundo, 19. São quase gêmeos.
Parecidos e inseparáveis, Xavi e Iniesta estarão em campo contra o Brasil às 19h deste domingo, na grande final do Maracanã. A TV Globo, o SporTV e o GLOBOESPORTE.COM transmitirão ao vivo.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/selecoes/espanha/noticia/2013/06/perto-da-separacao-xavi-e-iniesta-pegam-brasil-pela-primeira-vez.html
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