sexta-feira, 10 de maio de 2013

O legado do Pan: prós, contras e uma longa caminhada até o Rio 2016


Maior parte dos locais que receberam o Pan de 2007 e que serão usados na Olimpíada enfrenta problemas; saiba como está cada instalação

Por Leonardo Filipo Rio de Janeiro

Header_LEGADO-PAN (Foto: Infoesporte)

Quando o Rio de Janeiro foi escolhido sede dos Jogos Pan-americanos de 2007, o projeto inicial para construção e reforma dos locais de competição foi revisto para que fossem levantadas instalações de nível olímpico. Na ocasião, vislumbrava-se a candidatura da cidade aos Jogos de 2016. A decisão de organizar um "Pan olímpico" triplicou o valor gasto inicialmente e chegou a R$ 3,23 bilhões. Mas se mostrou vitoriosa, já que em 2009 o Rio foi escolhido sede das próximas Olimpíadas. Porém, de lá para cá, o chamado legado esportivo do Pan enfrentou problemas.

O caso mais notório é do Engenhão, instalação mais importante construída para a competição. Está interditado desde o dia 26 de março, ainda sem solução para o problema na cobertura, nem prazo para reabrir. A partir deste problema, o GLOBOESPORTE.COM visitou as outras instalações do Pan de 2007 que serão usadas em 2016 e constatou que haverá muito trabalho para tornar os equipamentos, de fato, olímpicos. São instalações que poderiam receber mais competições e treinamento de atletas, formar talentos e abrigar projetos sociais. O caso mais próximo disso é o Complexo Esportivo de Deodoro, que recebe praticamente uma competição por semana, além de projetos de base.

Mas a situação de grande parte das instalações é preocupante. O Parque Aquático Maria Lenk recebe poucas competições, virou centro de treinamento de várias modalidades, mas será fechado para reformas em 2014. No Complexo Esportivo do Maracanã, as reformas de sete anos atrás pouco serviram para as Olimpíadas. Por sua vez, o Velódromo será derrubado para dar lugar a outro mais moderno. A Marina da Glória vive a expectativa de uma reforma e da diminuição da poluição da Baía de Guanabara. Não há espaço para barcos e atletas no Estádio de Remo da Lagoa e alguns equipamentos estão em estado precário. A Arena Olímpica (ex-Multiuso) quase não recebe eventos esportivos. Mesmo que não seja usada em 2016, a Vila do Pan também pode ser incluída no pacote. O condomínio ainda sofre com afundamentos nas ruas e moradores vinculam a proximidade da Olimpíada à solução do problema.

Na época do Pan a construção ou reforma destes locais somou R$ 1,07 bilhão - um terço dos R$ 3,23 bilhões do gasto total da competição. Além do aumento do orçamento, a falta de harmonia entre as esferas municipal, estadual e federal atrasou várias obras.

Mosaico Legado do pan (Foto: Editoria de arte / Globoesporte.com)

O custo das obras de adaptação do legado do Pan para os Jogos de 2016 ainda não está fechado. Na verdade, o custo total da competição ainda não foi definido. Os único valores previstos são Deodoro - R$ 39 milhões - e Marina da Glória - R$ 180 milhões. O novo Velódromo vai custar R$ 134 milhões. Para evitar novos desperdícios, muitas instalações olímpicas serão temporárias.

Perguntado sobre a situação do legado esportivo do Pan, o presidente do COB e do Comitê Organizador Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, falou apenas sobre o Engenhão, durante a inauguração da Mostra Jogos Olímpicos, em São Paulo, no mês passado:

- A questão está sendo trabalhada pela Prefeitura do Rio. Os reparos necessários serão feitos e acredito que em breve estará em atividade novamente. Não haverá nenhum problema para os Jogos. Não temos nada a ver com essa questão - disse Nuzman.

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