Ao final da primeira temporada no vôlei de praia, ex-oposta analisa própria evolução e revela lado artístico usado para fugir da pressão do esporte
O final da Superliga 2011/2012 selou uma mudança radical na vida de Fernanda Berti. Com o fim do time feminino do Vôlei Futuro e uma proposta da Confederação Brasileira (CBV) nas mãos, a ex-oposta aceitou o desafio de migrar para a praia. Passou meses apenas treinando até finalmente estrear e, ao final de sua primeira temporada entre a elite das areias, considera o saldo positivo. Artista nas horas vagas, a jogadora diz que ainda está aprendendo tanto a jogar quanto a ganhar. Mas pinta um cenário promissor para o futuro.
Berti estreou em competições oficiais no Nacional de Goiânia, ao lado da jovem Drussyla. A primeira participação em Opens, que reúnem a elite do país, veio com um "wild card" dado pelos organizadores a ela e Júlia Schmidt. No final do ano passado, iniciou a parceria com Elize Maia, ao lado de quem debutou em torneios internacionais - foram campeãs da etapa de Montevidéu do Circuito Sul-Americano.
Fernanda Berti em etapa do Sul-Americano de Praia: primeira competição internacional (Foto: Divulgação)
Elize Maia e Fernanda Berti ganham o ouro na etapa do Uruguai (Foto: Reprodução / Facebook)
Os próximos passos, aliás, ainda são incertos. Fora do Circuito Mundial, Fernanda Berti ainda vai conversar com dirigentes da CBV para saber o planejamento dos próximos meses. Com contrato com a entidade válido até agosto, ela recebe toda a estrutura técnica e financeira da Confederação e segue à risca os compromissos que lhe são apresentados.
- Para mim foi maravilhoso ter essa oportunidade. Cada vez estou gostando mais e sei que minha responsabilidade vai aumentar daqui a pouco. No Sul-Americano, por exemplo, o nível de dificuldade é menor, então foi bom para aprender a ganhar, enfrentar outras pessoas do mesmo nível que eu ou mais fracas. E foi uma chance de jogar mais, ter mais ritmo de jogo. Cada experiência tem uma finalidade.
Para 'fugir' do vôlei, a pintura
Berti pinta há cerca de sete anos para fugir da
pressão do dia a dia (Foto: Arquivo Pessoal)
pressão do dia a dia (Foto: Arquivo Pessoal)
Dos primeiros desenhos, ainda com lápis de cor nas bordas de cadernos de escola, aos quadros em acrílico que faz atualmente, Berti mudou apenas os materiais com os quais trabalha. Nunca fez um curso e prefere deixar a criatividade aflorar. Alguns dos quadros que concluiu decoram as paredes de sua casa no Rio de Janeiro ou foram dados de presente a amigos.
- Gosto de fazer figuras e quadros muito coloridos. Tem meses que fico sem pintar por falta de tempo mas, quando começo a fazer um quadro, me empolgo e pinto todos os dias. É uma terapia, uma distração que me faz muito bem. Há dias em que estou estressada, começo a pintar e, no final do dia, já estou bem,. Mantém minha cabeça ocupada com outra coisa que não seja trabalho, pressão pelos treinos...
Fã de artistas como o mestre do surrealismo Salvador Dalí, Berti pensa em expor seus quadros um dia, hipótese que ela descartava há até pouco tempo.
- Tem tanto tempo que pinto, mas só agora que estou começando a perder um pouco da vergonha de falar sobre isso. Não sabia se as pessoas iriam gostar ou não, mas sempre que dou um quadro de presente a pessoa adora. Não sei se é só porque são meus amigos (risos), mas agora que estou mostrando mais minha arte penso mesmo sobre expor.
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-brasileiro-de-volei-de-praia/noticia/2013/04/fe-berti-ve-saldo-positivo-no-1-ciclo-nas-areias-e-pinta-cenario-promissor.html
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