sábado, 2 de fevereiro de 2013

Para Galliani, idade de Kaká também pesou em desistência do Milan


Vice-presidente do Milan afirma que Real Madrid pediu R$ 48,5 milhões pelo meia e reforça questão sobre salários: 'Era simplesmente impossível'

Por GLOBOESPORTE.COM Milão, Itália


Kaka, Real MAdrid (Foto: Getty Images)Kaká não se transferiu para o Milan (Getty Images)

Que Kaká realmente não irá para o Milan todos já sabem. Mas o vice-presidente Adriano Galliani voltou a falar sobre os motivos que fizeram o clube italiano desistir de repatriar um de seus últimos ídolos. E não foram apenas financeiros: segundo o dirigente, a idade elevada do meia brasileiro (30 anos) também afetou para a não conclusão do negócio.

- A história com Kaká definitivamente acabou. O Real Madrid queria € 18 milhões pelo Kaká, mas levando em conta sua idade e o custo de seu salário, era simplesmente impossível - disse na apresentação de outra estrela para o Rossonero, o atacante Mario Balotelli.

Galliani e o Milan já haviam jogado a toalha há cerca de dez dias, mesmo com alguma folga para o fim da janela de transferências. Na ocasião, o clube alegou apenas "problemas fiscais" com os altos vencimentos do jogador. Kaká, porém, não foi para nenhum outro time e deve mesmo ficar encostado pelo técnico José Mourinho até o fim da temporada, sendo utilizado em raras oportunidades.

- As negociações por Kaká falharam. Não seria possível completar a transferência por questões fiscais. Isso aconteceu há uma hora. Tínhamos chegado a um acordo em todo o resto. Kaká estava fazendo todos os esforços possíveis e imagináveis para vir, mas as questões legais e fiscais não eram fáceis. Quando um país paga 24 por cento e o outro paga 47 ou 48, devemos perguntar se é normal. Nesta altura penso que ficaremos assim - contou Galliani na época.

Questões fiscais: entenda o caso

Para ir para o Milan, Kaká baixaria o salário de € 10 milhões (R$ 27,1 milhões) para € 6 milhões anuais (R$ 16,26 milhões), segundo o jornal "Gazzetta dello Sport". Quando o meia chegou à Espanha, ele assinou o seu contrato amparado pela Lei Beckham, que permitia aos jogadores estrangeiros pagarem à Fazenda Espanhola apenas 24% de impostos referentes de seu primeiro vínculo. Esta lei foi revogada em 2012 no país e os novos contratos já são taxados em 52%.

O Milan queria Kaká por empréstimo porque, desta forma, poderia disfarçar os vencimentos de Kaká conforme o seu acordo com o Real Madrid - ele seguiria como atleta do clube merengue e não faria um novo contrato, já que na Itália as exigências do governo são de 47% a 48% de tributos - citados por Galliani em sua entrevista. O Real, por sua vez, exigia uma cessão completa dos direitos de Kaká, o que ia diretamente contra as limitações financeiras do Milan. E os italianos, assim como Kaká, não aceitavam arcar com essa diferença.

- Provavelmente o Milan está calculando uma pedida livre de impostos e a incidência tributária. Se Kaká quer € 6 milhões livres, isso na verdade significa algo próximo a € 9 milhões brutos para o clube italiano, como os € 10 milhões são quase € 13 milhões para o Real Madrid. Quando os clubes fazem contratos federativos, o que vai registrado para a liga são os valores brutos. Não vai aparecer € 6 milhões, e sim € 9 milhões. É o valor que lança na contabilidade e é utilizado inclusive em questões de auditoria da Uefa - disse o advogado especializado em direito esportivo Marcos Motta ao GLOBOESPORTE.COM.

Mario Balotelli apresentado no Milan (Foto: AP)Galliani na apresentação de Mario Balotelli com a camisa do Milan (Foto: AP)

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