sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Boca Juniors, Vélez Sarsfield, Peñarol, Libertad e Millonarios podem criar grupos da morte para brasileiros. Sorteio será nesta sexta-feira, às 12h


Libertadores 2013: conheça as maiores pedreiras e babas do torneio


                                              Por Thiago de Lima Rio de Janeiro

Esse ano, os 38 clubes classificados para a Taça Libertadores da América chegarão mais ansiosos para o sorteio do emparelhamento da fase preliminar e dos grupos. Isso porque a 54ª edição do torneio, em 2013, tem pela primeira vez todos os candidatos ao título conhecidos antes dos papéis nas bolinhas denifirem o caminho de cada equipe. O sorteio acontecerá nesta sexta-feira na sede da Conmebol, em Assunção, no Paraguai, ao meio-dia no horário de Brasília (11h no horário local). O GLOBOESPORTE.COM acompanha o evento em Tempo Real.

Para as torcidas de Corinthians, Fluminense, Palmeiras, Grêmio, Atlético-MG e São Paulo - os seis representantes do país na competição - ficarem antenadas durante o sorteio, o GLOBOESPORTE.COM ouviu jornalistas sul-americanos e elegeu os cinco adversários mais complicados e os cinco mais tranquilos, teoricamente, para os clubes brasileiros. A relação não inclui as equipes que ainda vão disputar a pré-Libertadores, já que elas correm o risco de ser eliminadas sem alcançar a fase de grupos.

Comemoração do Velez da Argentina (Foto: Agência Reuters)Campeão do Torneio Inicial, Vélez está entra as possíveis pedreiras para brasileiros (Foto: Agência Reuters)
Dos 38 times classificados, quatro são estreantes na Libertadores: Deportes Iquique (Chile) e Real Garcilaso (Peru), além de Tijuana e León (ambos do México). Apesar de sempre serem considerados pedra no caminho dos brasileiros, especialmente devido a longas viagens, os adversários mexicanos desta vez, com exceção do Toluca, não têm muita experiência e devem oferecer pouca resistência. Entre as equipes com mais tradição em torneios sul-americanos, algumas não vivem bom momento e não entram na disputa como favoritas. É o caso da LDU, do Equador, campeã em 2008 e que este ano pegou a última vaga do país. Apesar de ter a altitude de 2.850m da capital Quito, o time tem um elenco considerado envelhecido, e os últimos reforços não deram resultados.Situação parecida que enfrenta a Universidad de Chile. Campeã da Copa Sul-Americana em 2011 e maior força do Chile nos últimos anos, o clube perdeu seus principais jogadores - incluindo o técnico Jorge Sampaoli para a seleção chilena - e não conseguiu se reforçar à altura.

Header PEDREIRAS Libertadores (Foto: arte esporte)
Vélez Sarsfield (Argentina): campeão do Torneo Inicial (antigo Apertura) em 2012.
"Vélez é a equipe que melhor joga futebol na Argentina. Tem jogadores jovens que não tiveram dificuldade na adaptação. Tem um bom goleiro: Sebastián Sosa (jogou as duas últimas finais de Libertadores, com Peñarol e Boca), o zagueiro Sebastián Domínguez é muito seguro no jogo aéreo e no corpo a corpo. Tem dois laterais-direitos: Cubero, muito experiente, e Gino Peruzzi, que fez boa marcação sobre Neymar. Insúa nem sempre joga bem, mas tem experiência, e quando está bem é um bom condutor: os dois atacantes, Ferreyra e Pratto, estão num momento muito bom. Ferreyra foi o artilheiro do último torneio local."
                                                          Juan Pablo Méndez, jornalista do diário Olé, da Argentina.
Boca Juniors (Argentina): segundo maior pontuador no somatório geral em 2012.
"Recuperou o técnico com o qual ganhou três Libertadores: Carlos Bianchi. Sendo assim, os jogadores estão com menos pressão. A equipe tem tudo armado, mas não sabe se vai recuperar Riquelme. Precisa de um atacante forte porque Silva e Viatri só jogaram bem algumas partidas no (Torneio) Inicial. Há jovens jogadores que responderam bem: o meio-campista Pol Fernández e Leandro Paredes, que pode ser meia ou homem de ligação. Na defesa segue Guillermo Burdisso, um dos melhores zagueiros da Argentina. Mas o treinador ainda espera reforços".
                                                          Juan Pablo Méndez, jornalista do diário Olé, da Argentina.

Peñarol (Uruguai): campeão do Torneio Abertura em 2012.

"No Uruguai, é muito difícil dizer a esta altura qual é o favorito para a Libertadores entre Peñarol e Nacional devido ao fato de ambos estarem em fase de chegada e saída de jogadores. Mas o Peñarol tem uma vantagem sobre o Nacional: ele já ganhou o Torneo Apertura. Quando ambos jogarem a Libertadores, os aurinegros vão poder se dedicar mais ao torneio continental porque já têm assegurada a participação na final (do Campeonato Uruguaio), enquanto o Nacional terá de tentar ganhar o Torneo Clausura para chegar à decisão e tentar levar o tricampeonato - seu objetivo. Por isso, Peñarol tem leve favoritismo. Seus principais jogadores são Marcelo Zalayeta e Juan Manuel Olivera, ambos atacantes, e se espera a recuperação do veterano Tony Pacheco, que teve uma fratura e voltará para a Libertadores".

                                                         Sebastián Amaya, jornalista do El Observador, do Uruguai.
Libertad (Paraguai): campeão do Torneio Clausura em 2012.
"Entre as três equipes paraguaias, as que se encontram atualmente em melhores condições são Libertad e Cerro Porteño, ambos campeões do futebol paraguaio em 2012. O Libertad foi campeão do Torneo Clausura paraguaio, o segundo do ano. A saída de Víctor Cáceres, que agora está no Flamengo, teve seu toque de polêmica entre o jogador e a diretoria do Libertad, mas conseguiu ser superada. O destaque na equipe é que conseguiu o campeonato com um plantel de jogadores jovens, em sua maioria formados pelas categorias de base do clube. Para este campeonato houve o regresso de Rubén Israel como técnico, após quatro anos. O uruguaio havia dirigido o Libertad entre 2007 e 2008, quando ganhou quatro títulos. Agora chegou para o Clausura e já saiu vencedor. O jogador que mais se destacou foi José Ariel Núñez, um jovem atacante muito ágil, que já defendeu a seleção paraguaia nos últimos dois jogos das eliminatórias".

                                                          Juan Carlos Flecha, jornalista da Rede ABC, do Paraguai.

Millonarios (Colômbia): campeão do Torneio Finalización em 2012.

"Do Millonarios é preciso dizer que acaba de ganhar, depois de 24 anos, um campeonato nacional (Liga Postobón II, o segundo torneio do ano). É dirigido por Henrán Torres, um ex-goleiro de várias equipes do futebol colombiano e que, depois de 10 semifinais, duas finais, três Copas Sul-Americanas e duas Libertadores, enfim acaba campeão. Entre seus jogadores-chave está Wason Rentería, que no Brasil jogou em Santos e Internacional. Outra peça-chave é o zagueiro panamenho Román Torres, que dizem ser de interesse do Palmeiras. Um que é fundamental é Rafael Robayo, um meia que mistura gols e boa saída para o jogo, assim como Johny Ramírez, meia com características mais defensivas".

                                                          Jhonsson Rojas, jornalista da Rede Caracol, da Colômbia.


header BABAS Libertadores (Foto: arte esporte)
Entre os clubes que estão garantidos na fase de grupos da Libertadores, a falta de experiência no torneio continental pode pesar para alguns. É o caso do San José (Bolívia) e do Real Garcilaso (Peru). Segundo maior pontuador do Apertura em 2012, a equipe boliviana participará pela quinta vez da disputa e terá como meta sobreviver na fase de grupos. Embora tenha Carlos Saucedo, atacante com média de um gol por jogo e chamado de "Messi boliviano", o elenco é frágil. Da mesma forma se encontra o clube peruano, vice campeão nacional.


A verdade é que o Real Garcilaso não chega com opções de se classificar para a segunda fase. O time não se reforçou direito e a base do seu plantel se foi"
Miguel Rojas Huapaya,do jornal Líbero, do Peru.

- A verdade é que o Real Garcilaso não chega com opções de se classificar para a segunda fase. O time não se reforçou direito (só contratou Edwin Retamoso) e a base do seu plantel se foi. É o caso do goleador Andy Pando, do zagueiro Fernando Alloco e do atacante Ramón Rodríguez. A equipe só tem um aliado: a vantagem dos 3.400m de altura de Cusco - ressaltou Miguel Rojas Huapaya, do jornal Líbero, do Peru.

Já o Huachipato (Chile) e Deportivo Lara (Venezuela), atuais campeões em seus países, são um pouco mais sonhadores. O grupo chileno foi a surpresa ao conquistar, nos pênaltis, o Torneio Clausura depois de 38 anos, seu segundo título em 65 temporadas de fundação. O time perdeu seu zagueiro argentino Omar Merlo, com uma lesão no joelho, mas manteve a base e tentará ser surpresa também internacionalmente. Os venezuelanos, por sua vez, serão um dos cabeças de chave no sorteio após o título dos Torneios Apertura e Clausura na temporada 2011-2012. Mas em crise financeira, o clube perdeu o técnico Eduardo Saragó.

- Deportivo Lara é uma equipe que conta com um plantel de jogadores experientes (como José Manuel Rey, Miguel Mea Vitali, Rafael Castellín e Edgar Pérez Greco), mas recentemente se viu em meio a sérios problemas econômicos (falta de pagamentos a jogadores e comissão técnica) que saíram na imprensa. Depois deste semestre cheio de problemas, o técnico Eduardo Saragó saiu alegando problemas pessoais. Teria que saber se alguns jogadores chaves seguirão o mesmo caminho. Se isso acontecer, estarão muito mal preparados para a Libertadores - explicou Sergio Silva, do jornal El Universal, da Venezuela.

Deportivo Lara é uma equipe que conta com um plantel de jogadores experientes, mas recentemente se viu em meio a sérios problemas econômicos (falta de pagamentos a jogadores e comissão técnica)."
Sergio Silva,do jornal El Universal, da Venezuela

Por fim, o Tijuana (México) também não deve ser um adversário maior para os brasileiros do que a própria longa viagem ao país da América do Norte. Estreantes na competição, o time chega sem nenhuma experiência, e ainda vai precisar dividir as atenções com outros torneios nacionais ou da Concacaf.

- O time é equilibrado e conta com jogadores experientes, como Fernando Arce e Javier Gandolfi. Seu plantel é forte mentalmente e pode fazer uma boa Libertadores em sua estreia. Mas ao recomeçar o Campeonato Mexicano, resta saber se terá como competir em ambas competições - avaliou Carlos Yañez, do jornal Estadio, do México.

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