Retalho do 'solo sagrado' onde Fabi levou último ouro, bolas oficiais dos Jogos de 2008 e 2012 e várias camisas fazem líbero virar o 'baú da seleção'
A caminhada por um dos corredores da Arena de Londres, minutos depois
da premiação, foi interrompida por uma voz com sotaque, que pedia para
que Fabi esperasse. Ainda com a cabeça ocupada por flashes da vitória
sobre os Estados Unidos, e com os olhos vidrados na medalha de ouro, a
líbero atendeu ao chamado. Recebeu os parabéns e uma caneta para deixar
sua assinatura, ao lado das de outras companheiras de seleção, num
pedaço grande do piso da quadra dos Jogos, especialmente recortado para
ganhar lugar no Museu Olímpico de Lausanne. Em troca da gentileza,
ganhou um retalho, de aproximadamente 15 centímetros, que considera uma
das relíquias de seu acervo. As outras duas, que demandaram muito mais
trabalho para serem conseguidas, são as bolas oficiais usadas em jogos
dos dois títulos olímpicos.
- A Tchichenko (central russa que foi prata nos Jogos de Atenas-2004 e
agora trabalha na Federação Internacional de Vôlei) me chamou e pediu
que eu deixasse meu autógrafo e depois me deu um dos 15 pedacinhos que
tinha cortado para dar para cada integrante da nossa equipe. Achei uma
das recordações mais legais. Surreal. É uma recordação bacana, simples e
singela que pode não representar muito para as pessoas, mas para mim...
Isso aqui é um pedaço da conquista! Solo sagrado - ri.
Nos últimos três meses, quem passa pela porta da casa de Fabi não demora muito tempo para perguntar pela medalha do bicampeonato. E também não faz cerimônia para tocá-la quando a vê ao alcance das mãos. A cortesia não termina ali. Ninguém pode deixar o apartamento sem antes ver outros itens do "minimuseu" e ouvir as histórias contadas por Fabi.
- Não tem essa de só ver o ouro deste ano, não. Tem que ver o de Pequim também! E aí depois eu mostro o piso, as bolas autografadas pelas meninas (na dos Jogos de 2008 só faltam assinar Walewska e Fofão), a minha coleção de camisas e as fotos. Tenho isso de guardar as coisas. Tenho registro fotográfico de todo lugar que vou. Hoje já posso contar a minha história através de imagens. Virei o baú da seleção. As meninas vivem me pedindo fotos de, sei lá, sete anos atrás. Lá em Londres, consegui tirar uma foto com o Karch Kiraly (ex-jogador americano campeão na quadra e na praia). Estava tentando há dois anos, mas tinha vergonha. E ele se surpreendeu ao ver que eu conhecia a história dele. Então, toda vez que alguém vai me visitar eu sinto toda a emoção das conquistas de novo.
E ai de quem fizer uma proposta para que Fabi se desfaça de alguma das peças que garimpou. Tem ciúme de todas. Principalmente das que precisou ter paciência, persistência e inteligência para driblar os outros interessados. Teve um bom professor. O técnico José Roberto Guimarães faz parte do grupo que se empenha para levar uma bola olímpica na bagagem. De acordo com a pupila, ele costuma doá-las para instituições. Fabi, não. Deixa as dela bem perto dos olhos e não admite que ninguém brinque ou ensaie um joguinho com as duas. Só as tirou de casa para serem fotografadas.
Nos outros dias, ficam bem guardadinhas. A ideia agora é que ganhem um local de destaque, numa estante ou numa redoma, talvez. O pedacinho de piso também vai ganhar um lugar especial.
- Quando a gente vai aos Jogos procura trazer algo para ter uma
lembrança que tem esse valor de relíquia. Nas Olimpíadas são muitas
bolas, mas parece que tem um guardinha para cada uma (risos). Por isso,
em Pequim eu não consegui pegar. Até que fomos para a Copa dos Campeões,
no Japão, e as bolas oficiais estavam lá. E eu falei para a comissão,
brincando: "Se não me derem eu vou pegar!". Aí o Zé Roberto sugeriu
trocar uma nossa por uma deles. Então, peguei essa. Já a de Londres eu
garanti lá mesmo. A comissão técnica bolou uma estratégia para conseguir
pegar as bolas. Por meio da inteligência da comissão, consegui, com
muito custo, ficar com a que o nosso estatístico tinha pego. Fui
conversando, pedindo, lembrando que eu já tinha a de Pequim, e na hora
de ir embora e ele disse: "Você é muito chata." E me deu a bola. Sabe
como é, né? Se uma menina quer, todas querem. Mas o meu museu tem coisas
bem valiosas - diverte-se.
O próximo item a entrar no catálogo deverá ser a camisa de Logan Tom. Fabi quer que a passagem da americana - que amargou dois vices nas Olimpíadas - pelo time do Rio de Janeiro fique devidamente registrada.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/bau-do-esporte/noticia/2012/11/meu-tesouro-pedacos-de-londres-e-pequim-rolam-no-museu-de-fabi.html
Fabi
apresenta as maiores relíquias do seu minimuseu: bolas oficiais dos
Jogos de 2008 e 2012 e retalho do piso da quadra da grande final das
Olimpíadas de Londres (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Nos últimos três meses, quem passa pela porta da casa de Fabi não demora muito tempo para perguntar pela medalha do bicampeonato. E também não faz cerimônia para tocá-la quando a vê ao alcance das mãos. A cortesia não termina ali. Ninguém pode deixar o apartamento sem antes ver outros itens do "minimuseu" e ouvir as histórias contadas por Fabi.
- Não tem essa de só ver o ouro deste ano, não. Tem que ver o de Pequim também! E aí depois eu mostro o piso, as bolas autografadas pelas meninas (na dos Jogos de 2008 só faltam assinar Walewska e Fofão), a minha coleção de camisas e as fotos. Tenho isso de guardar as coisas. Tenho registro fotográfico de todo lugar que vou. Hoje já posso contar a minha história através de imagens. Virei o baú da seleção. As meninas vivem me pedindo fotos de, sei lá, sete anos atrás. Lá em Londres, consegui tirar uma foto com o Karch Kiraly (ex-jogador americano campeão na quadra e na praia). Estava tentando há dois anos, mas tinha vergonha. E ele se surpreendeu ao ver que eu conhecia a história dele. Então, toda vez que alguém vai me visitar eu sinto toda a emoção das conquistas de novo.
E ai de quem fizer uma proposta para que Fabi se desfaça de alguma das peças que garimpou. Tem ciúme de todas. Principalmente das que precisou ter paciência, persistência e inteligência para driblar os outros interessados. Teve um bom professor. O técnico José Roberto Guimarães faz parte do grupo que se empenha para levar uma bola olímpica na bagagem. De acordo com a pupila, ele costuma doá-las para instituições. Fabi, não. Deixa as dela bem perto dos olhos e não admite que ninguém brinque ou ensaie um joguinho com as duas. Só as tirou de casa para serem fotografadas.
Nos outros dias, ficam bem guardadinhas. A ideia agora é que ganhem um local de destaque, numa estante ou numa redoma, talvez. O pedacinho de piso também vai ganhar um lugar especial.
Fabi tem até agora 30 camisas em sua coleção. Próxima a ser obtida será de Logan Tom (Foto: Divulgação)
O próximo item a entrar no catálogo deverá ser a camisa de Logan Tom. Fabi quer que a passagem da americana - que amargou dois vices nas Olimpíadas - pelo time do Rio de Janeiro fique devidamente registrada.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/bau-do-esporte/noticia/2012/11/meu-tesouro-pedacos-de-londres-e-pequim-rolam-no-museu-de-fabi.html
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