terça-feira, 4 de setembro de 2012

Bicampeã olímpica, Fabi abre a casa e revela paixões fora da quadra


Líbero relembra início difícil nas quadras, elogia Bernardinho, mostra medalhas e revela seu hobby: 'Adoro cozinhar e receber amigos em casa'


Quem olha a postura da bicampeã olímpica Fabi em quadra não imagina que a caminhada rumo ao "sonho dourado" tenha sido tão difícil. A líbero, que precisava encarar dois ônibus por dia para chegar ao treino no Flamengo e dormia no vestiário, lembra que muitas vezes pensou em desistir.

Hoje a situação é mais confortável e a atleta, que desfruta das conquistas na quadra, abriu as portas da sua casa e mostrou o outro lado da Fabi a equipe do "Tá na Área". Enquanto uma deliciosa moqueca era preparada no fogão, Fabi fez revelações surpreendes da carreira. Fã de Bernardinho, ela lembrou momentos difíceis, exibiu orgulhosa as duas medalhas olímpicas de ouro e revelou algumas paixões fora da quadra, como cozinhar e receber os amigos em casa.

- Eu gosto de cozinhar. De vez em quando eu me arrisco. É um dos momentos em que a gente pode se distrair e fazer outra coisa. Fico feliz de receber os amigos aqui. Eu vivo do vôlei e por isso esse acaba sendo meu universo. Não tem como fugir dessa família

A conquista do bicampeonato em Londres-  que para Fabi tem enredo típico de um filme de Woddy Allen - continua sendo bastante comemorada pelos brasileiros. E algumas manifestações chegam a surpreender a atleta. Ela lembra de um torcedor que fez um pedido inusitado, além de agradecer a conquista.

- Uma das coisas que mais me surpreenderam foi a recepção após bicampeonato em Londres. A sensação que eu tenho quando ando na rua é que as pessoas não estão felizes e sim orgulhosas. Teve um torcedor que se ajoelhou e me pediu para beijar meus pés em plena rua. Achei engraçado.


Tá na área foto fabi com a medalha (Foto: Marcela Dottling)Fabi exibe orgulhosa a medalha de ouro conquistada em Londres (Foto: Marcela Dottling)

As relíquias douradas e outras lembranças como, a camisa da final e um pedaço da quadra de Londres, descansam em lugar especial na casa da líbero: seu quarto. Mas nada de guardá-las a sete chaves. Orgulhosa, diz que faz questão de exibir as medalhas para quem quiser ver. A apresentadora Vanessa Riche aproveitou a oportunidade para sentir o peso da dourada no pescoço.

- É linda e pesada mesmo - disse a jornalista.

Fabi explica que as conquistas das Olimpíadas de Londres (2012) e Pequim (2008) tem sabor diferente. Para ela, a mais recente é o símbolo da reviravolta e a de 2008, a confirmação de um favoritismo.

- São dois ouros completamente diferentes. Em 2012, pela história, reviravolta. Em 2008, a gente chegou como favorito, tinha o melhor time. Mas nem sempre o favorito ganha, quando entra na quadra você precisa afirmar isso. Perdemos só um set na final e afastamos o fantasma de que amarelávamos em decisões.  Para o coração foi bem mais fácil a de 2008.

Tá na área fabi cozinhando em casa (Foto: Marcela Dottling)A bicampeã recebeu equipe do Tá na Área em casa
(Foto: Marcela Dottling)

Depois de quase oito temporadas sob o comando técnico Bernardinho em clube, a líbero revela admiração pelo comandante, relembra episódios engraçados e o classifica como um "ícone".

- Para mim ele é um ícone. Admiro muito ele como pessoa, como ser humano. Ele fala muito e grita. Eu costumo dizer que raciocina tão rápido que a fala não acompanha (o pensamento). Lembro de um episódio quando ele passou uma instrução, do jeito dele falando rápido e fazendo um gesto, que não entendi na hora. Mas acabou dando certo e fui parabenizada por ele depois.
Conquista em Barcelona serviu de inspiração

A carioca Fabiana Alvim de Oliveira começou a jogar vôlei aos 13 anos em uma escolinha em Irajá, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. Um ano depois, já estava na equipe mirim do Flamengo. A líbero relembra que superou muitas dificuldades no início da carreira.

- Morava em Irajá, pegava dois ônibus para treinar no Flamengo. Colocava a camisa do colégio para não pagar a passagem,. A gente não tinha condições financeiras. Lembro que chegava primeiro que todo mundo. A Celinha, que era a moça do vestiário, me acolhia - ela está lá até hoje - eu dormia no vestiário. Lembro que o Flamengo nos dava almoço, eu almoçava e as vezes dividia com ela. Treinava às vezes no mirim, infantil e às vezes o infanto-juvenil. Voltava para casa às vezes às 7h da noite. Isso todos os dias. Eu tinha 12, 13 anos, imagina todos os meus amiguinhos brincando na quadra no colégio.

Hoje a atleta do Rio de Janeiro, acumula conquistas no currículo. Além do bicampeonato olímpico e as cinco medalhas de ouro em Grand Prix, a líbero foi eleita em Pequim a melhor do mundo na posição. O segredo do sucesso se define de forma simples para ela: sonhar. Já, o combustível para ir adiante foi a conquista da seleção masculina de vôlei nos Jogos de Barcelona (1992).

-  Fui muito movida pela conquista de Barcelona, eu olhava aquilo e dizia eu quero isso para mim, sem jamais imaginar que isso pudesse ser real. Porque a gente sonha, e eu sonho até hoje. Vou sonhar eternamente. Eu gostava de tudo, futebol, atletismo, basquete, mas quando vi a conquista eu pensei: eu quero vôlei.

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FONTE:
http://sportv.globo.com/site/programas/ta-na-area/noticia/2012/09/bicampea-olimpica-fabi-abre-casa-exibe-medalhas-e-revela-paixoes-extra-quadra.html

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