Nascido no México, Diego, segundo filho de Abreu, diz que costuma ser zagueiro, idolatra Neymar e Messi e não sabe em que seleção jogaria
- Ele (Loco) não elogia muito, até para o Diego não ficar cheio de si. Mas comentamos entre nós. Vamos ver, ainda é muito novo - diz.
Três vezes por semana - segundas, quartas e sextas-feiras -, o segundo descendente do camisa 13 comparece às aulas do professor Edilvânio. Agitado, é um dos que não param quietos, mas é disciplinado e não cria problemas. Na hora em que a bola rola, a pilha aumenta. No dia em que a reportagem do GLOBOESPORTE.COM assistiu a um de seus treinos, Diego, que é destro, jogou como atacante na maior parte do tempo, mas, segundo o próprio, "foi porque o time estava desfalcado". Até de goleiro teve de ser improvisado, sem muita empolgação. Normalmente, é posicionado na zaga e aproveita-se da estatura, superior à média, para evitar os gols.
Diego Abreu, com a mãe Paola e os gêmeos Franco e Facundo (Foto: André Casado / Globoesporte.com)
Se depender das referências, Abreu parece ter escolhido o local certo para desenvolver tal aptidão no filho. A academia localizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, é um verdadeiro berço de joias. Os laços de amizade no meio engrossaram a lista de crias ilustres da escolinha. Romarinho (filho de Romário, nos juniores do Vasco), Matheus (filho de Bebeto, nos juniores do Flamengo), Renan (filho de Donizete, nos juniores do Flamengo), Thiago Alcântara e Rafinha (filhos de Mazinho, profissional e juniores do Barcelona, respectivamente), além de Adryan (juniores do Flamengo e Seleções de base) e Guilherme Costa (juniores do Vasco e Seleções de base) são alguns dos exemplos de sucesso que trilharam este caminho.
Diego (agachado no centro) e seu time, ao lado do
ex-zagueiro Gonçalves e do professor, Edilvânio
(Foto: André Casado / Globoesporte.com)
ex-zagueiro Gonçalves e do professor, Edilvânio
(Foto: André Casado / Globoesporte.com)
Recentemente, o esforço do vice-campeão mundial em 1998 e sua equipe foi reconhecido pela Câmara dos Vereadores, que homenageou a instituição pelo resultado obtido na primeira competição internacional, em que atingiu o vice-campeonato, deixando outros 98 adversários para trás, após vários títulos locais. A derrota foi para uma escolinha do Canadá, mais bem desenvolvida fisicamente. Em processo para ser gestor esportivo, Gonçalves toca o projeto há 15 anos. Ele concilia seu tempo com as aulas paralelas de showbol.
Em nome dos filhos
Uma das maiores preocupações de Loco Abreu é deixar um legado de sua trajetória aos filhos. Valentina, de 12 anos, e Diego têm tido o privilégio de conferir os feitos do pai. Mas os gêmeos, Franco e Facundo, de três anos, não o acompanharão em ação. Por isso, os 236 gols contabilizados em campeonatos de Primeira Divisão, reconhecidos pela Federação Internacional de História e Estatística de Futebol (IFFHS), que o colocam entre os dez maiores em atividade, são tratados com importância. Ainda assim, por causa da força dos fenômenos atuais, Diego não se inspira em Loco quando veste a camisa. A não ser em alguns trejeitos característicos.
Nada de moleza: por falta de goleiro, Diego teve de
revezar (Foto: André Casado / Globoesporte.com)
revezar (Foto: André Casado / Globoesporte.com)
Na realidade, outra dúvida insiste em pairar na cabeça de Diego. Nascido no México, é filho de uruguaios, já morou na Argentina, na Espanha e na Grécia, antes de vir para o Brasil, onde foi alfabetizado e fala a língua fluentemente - além do espanhol e dos estudos do inglês. Questionado a respeito de qual seleção escolheria, hesitou, mas mostrou presença de espírito para não magoar os países que o acolheram.
- Hmm... onde eu tiver mais amigos na época - diverte-se, sem saber, claro, que precisaria de um processo de naturalização para deixar a veia mexicana de lado definitivamente.
Vez por outra, o herdeiro da camisa 13 - que usou a 34 no treino - aparece nos trabalhos do elenco do Botafogo e já foi figurinha carimbada no Engenhão durante um período. Com a chegada de mais um Campeonato Brasileiro, Loco e companhia esperam melhor sorte na sequência da temporada, após novo fracasso nas competições do primeiro semestre. A estreia é neste domingo, contra o São Paulo, no Rio, e Loquito está convidado para marcar presença.
Sorridente,
Diego em visita ao CT do Barcelona: com a irmã Valentina, foto ao lado
do ídolo Messi. Loco, que jogou com Guardiola, então técnico do time,
levou os filhos à Espanha nas férias (Foto: Arquivo Pessoal)
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