quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Tcheco do Minas é 'adotado', ganha seis quilos e professora de português


Indicado por Marcelo Fronckowiak, Filip Rejlek conta com ajuda do técnico para se adaptar e se comunicar. Oposto agradece com 173 pontos em quadra

Por Helena Rebello Rio de Janeiro

A crise econômica na Europa não apenas permitiu a repatriação das principais estrelas brasileiras como também atraiu estrangeiros para a Superliga. Além dos sul-americanos, figurinhas mais comuns por aqui, a temporada 2011/2012 tem um tcheco entre os maiores pontuadores. Há seis anos no voleibol francês, Filip Rejlek foi “adotado” pelo técnico Marcelo Fronckowiack e, em dois meses, já se sente em casa em Belo Horizonte. Apaixonado pela culinária brasileira, o oposto do Minas ganhou cerca de seis quilos de massa muscular e já se arrisca em algumas palavras em português.
Desde que chegou ao Brasil, Filip precisou se adaptar a um ritmo de treinamentos muito mais intenso em relação ao que tinha nas últimas equipes que defendeu. O departamento de nutrição do clube identificou, então, a necessidade aumentar a dieta calórica do jogador, que se entregou ao “sacrifício” sem protestar.

Filip Rejlek no Minas (Foto: Divulgação/CBV)Filip vibra: oposto está entre os maiores pontuadores da Superliga masculina (Divulgação/CBV)

- Eu amei a comida aqui. Estou maravilhado com as frutas, todos os sucos. A comida mineira é muito gostosa. E a carne é muito boa, o churrasco é uma delícia. Há muita variedade de alimentos, tudo muito bom.

O oposto conheceu Marcelo Fronckowiack no campeonato francês de 2009, atuando pelo Paris Volley. O técnico, que na época comandava o Tourcoing, continuou acompanhando o atleta quando voltou ao Brasil. Em setembro de 2011, em excursão com o Minas pela Europa, os dois voltaram a se enfrentar. Após a série de jogos, porém, o tcheco recebeu uma proposta oficial para passar de adversário a comandado do brasileiro.

Filip Rejlek no Minas (Foto: Divulgação/CBV)O saque é um dos pontos fortes de Rejlek
(Foto: Divulgação/CBV)

A ideia de deixar a Europa pela primeira vez animou o jogador, que rompeu o contrato vigente com o Montpellier Volley e arrumou as malas para uma experiência por uma temporada. Até o momento, o jogador soma 173 acertos, sendo o terceiro maior pontuador da Superliga. Pelos resultados em quadra e pela adaptação fora dela, Filip gostaria que a estadia fosse prolongada.

- Estava há muito tempo fora do meu país, mas nunca tinha pensado em jogar no Brasil, país do time campeão mundial. Quando recebi a proposta fiquei muito feliz e quis vir na mesma hora. Estou indo bem e tenho que agradecer a meus colegas na recepção, aos levantamentos do Marcelinho. Sinto que ainda posso evoluir muito, pois aqui trabalhamos muito mais do que na França. Gostaria de permanecer no país, mas não sei se será possível porque o nível é muito alto, a concorrência é grande.

Entre os treinamentos e as rodadas da Superliga, Filip tem aulas particulares com uma professora de português, mas se arrisca apenas em frases curtas. As aulas têm servido mais para ajudar na compreensão. Para não haver erro de comunicação, no entanto, Marcelo traduz todas as informações para o francês, idioma em que o jogador se sente mais confortável e no qual concedeu entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.

- Arrumei a professora para ele, mas nesse momento a comunicação ainda é quase toda em francês. Ele já está entendendo muito das preleções e palestras, mostra interesse em aprender. Ele também tem um inglês razoável e fala assim com alguns companheiros. Mas, com a pressão do jogo, não podemos dar margem para dúvidas. Dou as instruções para o grupo e tento resumir ao máximo para ele. Ali não é hora de inventar moda – afirmou o treinador.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2012/01/tcheco-do-minas-e-adotado-ganha-seis-quilos-e-professora-de-portugues.html

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