- 500 mil sacos de cimento e 10 mil toneladas de ferro
- Stadium Municipal, Mário Filho e Maracanã
Três fatos marcaram a vida brasileira em 1950: a disp
uta da Copa do Mundo, entre junho e julho, a inauguração da Tupi, primeira emissora de TV do país, em setembro, e as eleições para a presidência da República, em outubro. Assim, não é exagero dizer que o futebol, levado pelas ondas da Rádio Nacional do Oiapoque ao Chuí, acabou monopolizando as atenções do povo em toda a primeira metade do ano. Havia, é claro, a grande curiosidade em torno da construção do Maracanã.
Mas a história do Maracanã começou de fato em 1938, quando o Brasil anunciou pela primeira vez a pretensão de promover uma Copa do Mundo, no congresso da Fifa realizado em Paris. O segundo passo dessa saga foi dado em abril de 1939, durante a visita do presidente da entidade, Jules Rimet, ao Rio de Janeiro. O francês voltou à Europa impressionado com a beleza natural da cidade, a hospitalidade do carioca, a sua paixão pelo futebol e o projeto da construção de um grande estádio
.
Ao fim da Segunda Guerra, em 1946, a Fifa voltou a reunir-se, agora em Luxemburgo, e a Europa, despedaçada pelo conflito, descartou a possibilidade de promover o próximo torneio, previsto para 1950. Logo, Rimet apresentou as lembranças e promessas de sua passagem pelo Brasil, que aliados à sua liderança e influência, acabaram sendo suficientes para convencer os congressistas a aprovarem o país como sede do torneio.
Logo, a história efetiva da construção do Maracanã começou em maio de 1947, quando Mário Filho, editor do Jornal dos Sports, Vargas Neto, presidente da Federação Metropolitana de Futebol, e Ary Barroso, o compositor e radialista, aqui no papel de vereador pela UDN (União Democrática Nacional), passaram a defendê-la diariamente nas páginas cor-de-rosa do antigo e tradicional diário carioca.
Um
dos primeiro projetos apresentados para o estádio do Maracanã, ainda
sem o contorno de arquibancadas. Crédito: Arquivo da Cidade do Rio de
Janeiro. Clique na imagem para ampliá-la.
Em 8 de agosto, Morais enviou mensagem referente à construção da praça de esportes à Câmara dos Vereadores para ser votada. Seguiram-se discussões acaloradas, especialmente entre Ary e o também vereador Carlos Lacerda, colega de partido, mas contrário à causa. Para sustentar seu ponto de vista, o compositor de “Aquarela do Brasil” encomendou pesquisa detalhada ao Ibope, e que acabou recebendo apoio irrestrito do povo. Os entrevistados chegaram a revelar que estariam dispostos a “arcar com algum sacrifício” para ver esse desejo realizado, o que acabou não sendo necessário, mas que acabou servindo como lobby.
Para reforçar a tese, o Jornal dos Sports passou a identificar os vereadores contrários à construção do Maracanã como “inimigos do povo”. Em 29 de outubro de 1947, a Câmara aprovou enfim o projeto relativo à construção do estádio, de autoria dos arquitetos Antônio Augusto Dias Carneiro, Orlando Azevedo, Pedro Paulo Paiva e Rafael Galvão. Logo, foi criada uma comissão, presidida pelo coronel Herculano Gomes, para fiscalizar os trabalhos. Um mês depois o prefeito autorizou o início das obras, pondo à venda para financiá-las 30 mil títulos de cadeiras cativas.
Em 20 de janeiro de 1948 foi lançada a pedra fundamental do Maracanã. Em 11 de junho começou o recrutamento de trabalhadores para as obras. Em julho de 1948, a maquete do “Gigante do Derby” foi oficialmente apresentada na Exposição Internacional realizada no Hotel Quitandinha, em Petrópolis. Em setembro de 1949, o ainda presidente da Fifa, Jules Rimet, visitou as obras, comparando a construção do estádio ao Coliseu de Roma, “pela evocação de suas linhas e a majestade de suas concepção arquitetônica”.
A
Pedra Fundamental lançada oficialmente, em janeiro de 1948: ponto de
partida para a construção do maior estádio do mundo. Crédito: Arquivo da
Cidade do Rio de Janeiro
Confira abaixo uma galera de imagens exclusiva da época da construção do Maracanã, cedidas pelo Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro:
- Um dos primeiro projetos apresentados para o Maracanã, ainda sem o contorno de arquibancadas completo. Clique na imagem para ampliá-la.
- O presidente do Brasil em 1950, Eurico Gaspar Dutra, ao centro da imagem, caminha ao lado do prefeito do Rio, Ângelo Mendes de Morais, à direita, no evento de inauguração do estádio. Clique na imagem para ampliá-la
- Vista aérea do Maracanã no final da década de 40. À esquerda, a antiga favela do Esqueleto, removida no início dos anos 60 para a construção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a UERJ. Clique para ampliá-la.
- A maquete do projeto Maracanã: projeto polêmico, bancado pelo prefeito Mendes de Moraes. Crédito: Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro. Clique na imagem para ampliá-la.
- Operários trabalham na ligação das fundações do estádio com os pilares de sustentação. Crédito: Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro. Clique na imagem para ampliá-la
- Operários lotam o anel superior, já na fase final das obras. Clique na imagem para ampliá-la
- “Mar de torcedores” deixa o estádio após partida. Clique na imagem para ampliá-la
- A Pedra Fundamental lançada oficialmente, em janeiro de 1948: ponto de partida para a construção do maior estádio do mundo. Crédito: Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro
http://www.lancenet.com.br/novomaraca/noticias/pre-maracana-a-construcao-do-maior-estadio-do-mundo/
Nenhum comentário:
Postar um comentário