Após maratona de competições em 2011, nadadora se prepara para enfrentar o calor do mar de Puerto Vallarta: 'Se passar mal e tiver de parar, vou parar', diz
As mechas descoloridas em um tom amarelado já estão assim há algum
tempo. Molhados pela água, porém, os fios do cabelo de Ana Marcela Cunha
ganham uma cor mais dourada na piscina do resort onde os atletas estão
hospedados em Puerto Vallarta. O ouro, ela garante, não é uma obsessão.
Em um ano já repleto de conquistas, tudo o que a nadadora quer é
terminar a temporada de competições da melhor forma que puder. Sem
estresse, mas buscando sempre o limite.
Campeã mundial na prova de 25 km da maratona aquática, em julho, na China, Ana Marcela confessa que chega cansada aos Jogos Pan-Americanos. Em uma contagem rápida, foram 135 km de provas em 2011. Fora a média de 110 km por semana em treinos. Nas águas quentes de Puerto Vallarta, que quase levaram ao cancelamento da prova, a nadadora enfrenta seus últimos 10 km sem qualquer peso extra nas braçadas.
- Com certeza vai ter gente que vai passar mal. Eu vou até o meu
limite. Se passar mal e tiver que parar, vou parar. O ano já está
perfeito. Mas ainda faltam duas medalhas para mim, no Pan e nas
Olimpíadas. Se tiver de ser bronze, não tem problema.
O ouro, claro, seria muito bem-vindo. Em Guadalajara, a maratona aquática faz apenas seu segundo Pan. No último, em 2007, Poliana Okimoto viu escapar a vitória em casa por detalhes. Nas palavras de Ana Marcela, o dourado cairia bem no peito de qualquer uma das duas nadadoras. Ainda mais pelo fato de o país nunca ter tido uma mulher campeã nem mesmo nas piscinas pan-americanas, com a exceção de Rebeca Gusmão, no Rio de Janeiro, eliminada por doping em seguida.
- O Brasil ainda não tem uma medalha de ouro na natação em Pans. Teve com a Rebeca, mas com o lance do doping, perdeu. Como a maratona aquática conta como uma prova de natação, seria importante por isso também. Em 2007, a Poliana quase conseguiu, mas perdeu no fim para a americana (Chloe Sutton). Se pudermos ficar as duas juntas no pódio, ótimo. Tanto faz se ela em primeiro ou eu.
Ana Marcela traz ao Pan uma única decepção. Fora dos Jogos Olímpicos de
Londres após ser a 11ª na prova dos 10 km no Mundial, a nadadora,
porém, não lamenta. Não fosse isso, o título mundial nos 25 km, prova
que não é olímpica, talvez não tivesse vindo.
- Não ter conseguido a vaga para Londres fez minha cabeça ser outra no Mundial. Talvez, se tivesse ficado com a vaga, teria perdido o foco. Mas não. Quando me vi no bolo nos últimos 1.200m, vi que era possível – afirma.
A preparação específica para o Pan começou há um mês. Após a série de competições e compromissos como o desfile de 7 de setembro, em Brasília, quando carregou a tocha ao lado de Cesar Cielo, Ana Marcela se voltou para o México. “Dei uma aquietada”, ela diz, com seu sotaque baiano acelerado. Se faltou tempo de treino, no entanto, sobra confiança.
- Estou otimista – garante.
A maratona aquática será disputada neste sábado, em Puerto Vallarta, uma das subsedes dos Jogos Pan-Americanos. A primeira prova é a masculina, às 9h, com Allan do Carmo e Samuel de Bona. A feminina começa pouco depois, às 9h05m, com Ana Marcela e Poliana Okimoto.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/jogos-pan-americanos/noticia/2011/10/em-aguas-quentes-ana-marcela-nada-os-ultimos-10-km-de-um-ano-perfeito.html
Campeã mundial na prova de 25 km da maratona aquática, em julho, na China, Ana Marcela confessa que chega cansada aos Jogos Pan-Americanos. Em uma contagem rápida, foram 135 km de provas em 2011. Fora a média de 110 km por semana em treinos. Nas águas quentes de Puerto Vallarta, que quase levaram ao cancelamento da prova, a nadadora enfrenta seus últimos 10 km sem qualquer peso extra nas braçadas.
Ana Marcela à beira da piscina do hotel onde está hospedada no México (João Gabriel / GLOBOESPORTE.COM)
O ouro, claro, seria muito bem-vindo. Em Guadalajara, a maratona aquática faz apenas seu segundo Pan. No último, em 2007, Poliana Okimoto viu escapar a vitória em casa por detalhes. Nas palavras de Ana Marcela, o dourado cairia bem no peito de qualquer uma das duas nadadoras. Ainda mais pelo fato de o país nunca ter tido uma mulher campeã nem mesmo nas piscinas pan-americanas, com a exceção de Rebeca Gusmão, no Rio de Janeiro, eliminada por doping em seguida.
- O Brasil ainda não tem uma medalha de ouro na natação em Pans. Teve com a Rebeca, mas com o lance do doping, perdeu. Como a maratona aquática conta como uma prova de natação, seria importante por isso também. Em 2007, a Poliana quase conseguiu, mas perdeu no fim para a americana (Chloe Sutton). Se pudermos ficar as duas juntas no pódio, ótimo. Tanto faz se ela em primeiro ou eu.
Não ter conseguido a vaga para Londres fez minha cabeça ser outra no Mundial"
Ana Marcela
- Não ter conseguido a vaga para Londres fez minha cabeça ser outra no Mundial. Talvez, se tivesse ficado com a vaga, teria perdido o foco. Mas não. Quando me vi no bolo nos últimos 1.200m, vi que era possível – afirma.
A preparação específica para o Pan começou há um mês. Após a série de competições e compromissos como o desfile de 7 de setembro, em Brasília, quando carregou a tocha ao lado de Cesar Cielo, Ana Marcela se voltou para o México. “Dei uma aquietada”, ela diz, com seu sotaque baiano acelerado. Se faltou tempo de treino, no entanto, sobra confiança.
- Estou otimista – garante.
A maratona aquática será disputada neste sábado, em Puerto Vallarta, uma das subsedes dos Jogos Pan-Americanos. A primeira prova é a masculina, às 9h, com Allan do Carmo e Samuel de Bona. A feminina começa pouco depois, às 9h05m, com Ana Marcela e Poliana Okimoto.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/jogos-pan-americanos/noticia/2011/10/em-aguas-quentes-ana-marcela-nada-os-ultimos-10-km-de-um-ano-perfeito.html
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