sábado, 11 de junho de 2011

Bernardinho fala sobre a vibração: 'Imagina se todos fossem iguais'

Após a vitória sobre os Estados Unidos, de virada, brasileiro comenta diferença de temperamento entre ele e o tranquilo Alan Knipe, técnico americano

Por Lucas Catta Prêta Belo Horizonte

Bernardinho na partida do Brasil contra os EUA na Liga Mundial (Foto: Lucas Catta Prêta / GLOBOESPORTE.COM)Bernardinho grita durante o jogo contra os EUA
(Foto: Lucas Catta Prêta / GLOBOESPORTE.COM)

Imagine se um profissional tivesse o seguinte currículo: um aproveitamento de quase 90% em uma ‘empresa’, o que permitiu acumular mais de 20 títulos. Isso sem falar de outros trabalhos, incluindo os anteriores, também vitoriosos. Com tantos triunfos e troféus, dá até para arriscar que essa pessoa - quase imbatível - poderia trabalhar com tranquilidade, certo? No caso do personagem em questão, Bernardinho, técnico da seleção masculina de vôlei, a resposta é não.
Vitórias fazem parte do cotidiano de Bernardinho. Aos 51 anos, 30 deles dedicados ao esporte, a figura do treinador já é conhecida pelo temperamento um pouco explosivo em quadra. Nem mesmo durante a vitória, Bernardinho consegue se acalmar. E neste sábado, na partida entre Brasil e Estados Unidos, pela Liga Mundial de Vôlei, não foi diferente.
- Não é melhor esse jeito nosso. Tem que ter um equilíbrio, um assistente que seja um pouco mais tranquilo. Imagina se todo mundo fosse igual a mim no banco, ia gerar uma combustão. É importante que cada um tenha a sua técnica. Imagina se todos fossem iguais a mim.
O Brasil até começou perdendo, o que poderia até justificar os gritos e gestos de Bernardinho com os comandados. No entanto, veio a virada e o Brasil venceu por 3 sets a 1. E quem disse que ele ficava calmo? Em quadra, Bernardinho era pura adrenalina. Nem mesmo Alan Knipe, técnico da seleção americana, estava tão agitado, pelo contrário. Após a partida, Bernardinho tentou achar uma explicação para a diferença de temperamento entre brasileiros e americanos.
- O Alan Knipe faz um trabalho excepcional, além de ser uma excelente pessoa. Isso é estilo mesmo, estilo dos norte-americanos. Se você for olhar os últimos quatro treinadores deles, incluindo o Alan, são mais comedidos. Os brasileiros são um pouco mais vibrantes.
Bernardinho na partida do Brasil contra os EUA na Liga Mundial (Foto: Lucas Catta Prêta / GLOBOESPORTE.COM)Bernardinho dá instruções aos jogadores contra os EUA (Foto: Lucas Catta Prêta / GLOBOESPORTE.COM)

Para o técnico da seleção, o estilo mais emotivo já é de conhecimento de todos, inclusive dos jogadores. O bom, segundo ele, é que até na hora da bronca os comandados entendem.
- Eu sei que muitas vezes o cara precisa tomar uma (bronca), mas eles (os jogadores) sabem também, eles já me conhecem. Com as meninas (do time do Rio de Janeiro, também treinado por Bernardinho) é a mesma coisa.
Mesmo com a explicação de que os brasileiros são mais vibrantes, Bernardinho afirma que já tentou mudar esse jeito. No entanto, a ‘tarefa’ não foi exitosa, ao contrário das tantas outras que, em quadra, o treinador consegue vencer.
- Não me valorizo de forma alguma, gostaria demais de melhorar, mas é minha forma. Não tenho conseguido ser diferente. Agora, admiro a capacidade das pessoas que conseguem ficar frias, objetivas e, com isso, tirar alguma coisa da equipe. Só que essas são habilidades diferentes.
Neste domingo, às 9h50m, as duas equipes voltam a se enfrentar pelo Grupo A da Liga Mundial. Com 15 pontos, o Brasil é o líder da chave, seguido justamente pelos americanos, com nove. A Rede Globo transmite todos os lances, ao vivo, direto do Mineirinho. O GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2011/06/bernardinho-fala-sobre-vibracao-imagina-se-todos-fossem-iguais.html

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