sábado, 11 de junho de 2011

Aos 28 anos, Daiane prevê Jogos de Londres repletos de 'veteranas'

Gaúcha recusa rótulo e explica que avanços tecnológicos nos aparelhos permitem que ginastas tenham condições de competir por mais tempo

Por Marcos Guerra São Paulo

Ginástica olímpica Daiane dos Santos (Foto: Ricardo Bufolin / Photo&Grafia)Daiane voltou à seleção após três anos afastada
(Foto: Ricardo Bufolin / Photo&Grafia)

Daiane dos Santos voltou aos tablados com uma missão: faturar uma medalha olímpica. Se confirmar sua presença em Londres, será a terceira participação da ginasta nos Jogos Olímpicos – ela esteve também em Atenas-2004 e em Pequim-2008. A brasileira terá 29 anos em julho do ano que vem e, em um esporte em que a média de idade não costuma passar muito dos 20 anos, já entra para o grupo das veteranas. A ginasta gaúcha prevê muita companhia na confraria da "velha-guarda”.
- Vai ter muita veterana no Mundial (de Tóquio, em outubro) e nas Olimpíadas. A Catalina (Ponor) também está voltando e é muito bonito ver ela se apresentar. Acho que isso só acrescenta à ginástica.
A romena Ponor, que terá 24 anos durante os Jogos de Londres, só tem uma edição de Olimpíadas no currículo. Ela conquistou três medalhas de ouro em Atenas-2004 e decidiu encerrar a carreira em 2007. Por isso, não foi a Pequim. No entanto, a atleta mudou de ideia e já treina com a seleção de seu país. A americana Alicia Sacramone também terá 24 anos em 2012 e figura na lista de veteranas ainda em atividade.
Ginástica Alicia Sacramone Estados Unidos (Foto: Getty Images)Alicia terá 24 anos em 2012 (Foto: Getty Images)

Daiane enxerga esse fenômeno como uma tendência natural, já que os avanços nos aparelhos e nas tecnologias que auxiliam o treinamento contribuíram para aumentar a longevidade das atletas na ginástica. A gaúcha, porém, dispensa o rótulo de veterana, porque não quer ser chamada de velha.
- Com a tecnologia e a evolução dos aparelhos, vamos ter mais ginastas mais experientes. Não são velhas, tá gente (risos). Teremos mais ginastas se mantendo bem por mais tempo e ajudando suas seleções. Mas tem de conservar o físico e o psicológico, porque treinar para estar em uma seleção é completamente diferente de apenas se manter na ginástica – ressalta.
Oksana Chusovitina no pódio das Olimpíadas de Pequim (Foto: Getty Images)Chusovitina no pódio em Pequim (Foto: Getty )

A campeã das “velha-guarda” é a uzbeque naturalizada alemã Oksana Chusovitina. A ginasta está na ativa desde 1992 e, aos 37 anos, disputará em Londres sua sexta Olimpíadas. Ela é a atual vice-campeã olímpica na prova de saltos, sua especialidade, e ainda é habitué do pódio nas etapas da Copa do Mundo.
- A Oksana é extraordinária. Ela provou que não é a idade que importa, mas a condição física – elogiou Daiane.
A gaúcha não é a única brasileira entre as ginastas com mais idade ainda em atividade. Daniele Hypolito é dois anos mais nova que a compatriota e permanece na elite nacional. As duas dividem espaço com a nova geração da ginástica artística brasileira que está sendo lapidada para os jogos de 2016, no Rio de Janeiro.
- Temos o bom exemplo da Daniele, que tem mais tempo de ginástica do que eu e continua sendo medalhista. Acho que é bom ter mais de uma geração juntas. Queríamos justamente isso, um convívio legal para dar continuidade e termos uma seleção ainda mais forte em 2016.
Ginástica Catalina Ponor em 2005  (Foto: Getty Images)Catalina Ponor em no Mundial da Austrália em 2005, dois anos antes de se aposentar (Foto: Getty Images)

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