As feridas abertas no Inter de Paulo Roberto Falcão
Paulo Vinícius Coelho

xxx

Os boatos são fortes de que Falcão deixará de ser técnico do Inter em caso de derrota para o Coritiba, no domingo. É provável, muito provável, que esses boatos não se confirmem. Mas a crise no Internacional é muito grave.

O pedido de demissão do diretor de futebol Newton Drummond, que trabalhava para o Internacional desde que Fernando Carvalho assumiu as divisões de base, em 1996, é o sinal mais claro disso. Drummond declarou em entrevista coletiva que não tem nenhum problema com Falcão, nem com o vice-presidente de futebol, Roberto Siegman.

Se isso é verdade, é impossível esconder que há problemas na gestão do vestiário, o que inclui tanto Siegman quanto Falcão.

Falcão não é, nem nunca foi, uma figura autoritária. Logo, sua autoridade diante do elenco deveria se impor da maneira mais correta: pelo conhecimento. O elenco, até agora, não viu em Paulo Roberto Falcão essa capacidade para organizar o time, impor seu estilo, nem nos jogos nem nos treinos.

Na sua contratação, foi consenso da diretoria que deveria chegar um auxiliar-técnico competente, para auxiliá-lo no dia a dia. Para isso chegou Júlio Camargo, ex-assistente de Paulo César Carpegiani. É ele quem dá os treinos mais de perto. Falcão desenha o time, Camargo tenta fazer com que ele funcione nos treinamentos.

Time leve, com duas linhas de quatro homens, Oscar por um lado, D'Alessandro pelo outro. Time que não marca, reclamavam os próprios jogadores depois da derrota para o Grêmio, na partida de ida das finais do Gauchão. Com o apoio dos principais líderes do elenco, Bolívar entre eles, a formação mudou na decisão do Olímpico, escalando Juan na zaga e Andrezinho na organização, junto com D'Alessandro.

O time rendeu.

O maior problema não é tático, mas da gestão do dia a dia. O Inter não encontrou alguém com perfil de direção para gerenciar a vaidade dos jogadores no vestiário, depois da saída de Fernando Carvalho. Isso aconteceu entre 2006 e 2008, período em que Carvalho se afastou do futebol. Em maio de 2008, com o Inter em 18o. lugar no Brasileirão, quinta rodada, Carvalho voltou. O Inter terminou aquele ano em sexto lugar, foi campeão da Copa Sul-Americana, venceu o Gauchão de 2009, foi vice-campeão brasileiro e da Copa do Brasil no ano do Centenário, venceu a Libertadores do ano seguinte.

Neste 2011, com Giovanni Luigi presidente e Roberto Siegman na direção de futebol, os problemas voltaram. Siegman e Falcão precisam de apoio, para gerenciar o elenco. Nos corredores do Beira Rio, dá-se como certo que Falcão não resistirá muito tempo. Mas a queda dificilmente será neste domingo.

FONTE:
 http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2011/06/chuva-deixa-eastbourne-sem-jogos-e-torneio-tera-rodada-dupla-no-sabado.html