segunda-feira, 6 de março de 2017

Em meio a delações contra PMDB e PSDB, procuradores são contra fim do sigilo


FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/em-meio-a-delacoes-contra-pmdb-e-psdb-procuradores-sao-contra-fim-do-sigilo



Presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti, ao lado de Rodrigo Janot


Jornal GGN - No ápice das investigações da Operação Lava Jato contra a cúpula do governo, incluindo o próprio presidente Michel Temer, aliados no Congresso, membros do PMDB e PSDB, a Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) posiciona-se contra a abertura do sigilo das delações dos 77 executivos e ex-funcionários da Odebrecht.
 
Até o momento, poucas informações dos depoimentos foram revelados à opinião pública. Conforme divulgou o GGN na reportagem "Em delação de Odebrecht, vaza-se trecho que tenta inocentar Temer", o que se divulgou foi uma tentativa de blindar o atual presidente do encontro em que o partido teria solicitado o repasse de R$ 10 milhões da empreiteira às campanhas de 2014 da sigla.
 
Por outro lado, as informações obtidas pela imprensa do que Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro da companhia, foram de pessoas que participaram das audiências, sejam advogados, procuradores da República, ou ainda juízes auxiliares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
 
Assim, trechos da delação não estão completamente esclarecidos ou divulgados. Da mesma forma, não foram divulgados outros depoimentos realizados na última semana, como os executivos Benedicto Barbosa da Silva Junior e Fernando Reis, prestados na última quinta-feira (02), no Rio de Janeiro.
 
Nesta segunda (06), serão ouvidos pelo ministro relator do TSE, Herman Benjamin, os ex-funcionários e delatores Cláudio Melo Filho e Alexandrino de Salles Ramos.  O primeiro é ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira e, em delação à Procuradoria-Geral da República, informou a remessa de, pelo menos, R$ 10 milhões da companhia às campanhas peemedebistas de 2014.
 
Em meio à pressão para que sejam tornados públicos os depoimentos, de forma a revelar a íntegra das acusações dos empresários da Odebrecht contra políticos, a associação de procuradores defende o contrário.
 
Segundo o presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti, a total quebra de sigilo é prejudicial para a investigação e pode ferir direitos individuais de demais investigados no processo.
 
"Não existe precedente em nenhum lugar do mundo. A retirada do sigilo é contraproducente, prejudica a investigação, prejudica o investigado e também outras pessoas que eventualmente são mencionadas na investigação", disse. Justificou, também, que a abertura total do sigilo das investigações pode facilitar a destruição de provas. 
 
A manifestação ocorre diante de um projeto que tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que busca garantir a abertura do sigilo de investigações e de delações, sejam elas quais forem.

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