sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

No pôquer do Galo, última cartada não funciona, e presidente assume erros




ATLÉTICO-MG


Considerado um dos melhores elencos do Brasil, Atlético-MG não levanta nenhum título oficial na temporada; presidente do clube admite responsabilidade



Por
Porto Alegre



Em uma mão de pôquer, no formato mais tradicional, o Texas Holde’n, a mesa vira cinco cartas para o jogador poder fazer a melhor combinação e levar o valor apostado. São três cartas viradas: primeiro, o flop; depois, o turn; e a última é o river. A temporada do Atlético-MG foi quase uma mão de pôquer, com o time tendo boas cartas, mas vendo o adversário levar toda a aposta. A última cartada veio na Copa do Brasil, mas a improvável virada para salvar o ano, que termina sem títulos de torneios oficiais, não ocorreu.

Robinho, Grêmio x Atlético-MG (Foto: Bruno Cantini / Atlético-MG)
Robinho passou o ano sem conquistar títulos 
no Atlético-MG (Foto: Bruno Cantini 
/ Atlético-MG)


Após o tropeço no primeiro jogo, quando perdeu de 3 a 1 para o Grêmio, jogando no Mineirão, o time se movimentou nos bastidores e em campo. O presidente Daniel Nepomuceno trocou de técnico, e Diogo Giacomini deu nova cara ao time que era comandado por Marcelo Oliveira, mas já era tarde demais, e a aposta máxima atleticana não surtiu efeito. O empate por 1 a 1, na Arena do Grêmio, deu o título ao Tricolor e encerrou a temporada atleticana sem nenhum novo caneco na sala de troféus da sede de Lourdes. O 2016 em branco, já que só conquistou o Torneio da Flórida, de pré-temporada, foi analisado pelo presidente do Galo, que assumiu toda a responsabilidade.


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- Ficamos muito aquém do que eu esperava. A responsabilidade é toda minha. Agora é botar a cabeça para pensar e trabalhar dobrado ano que vem. Vamos confiar no trabalho que o Diogo mostrou, no Roger, que está chegando. Vamos focar para manter o elenco e reforçar nas posições que a gente precisa. Nós perdemos os campeonatos durante os campeonatos, não em partidas como essa.
Ficamos muito aquém do que eu esperava. A responsabilidade é toda minha. Agora é botar a cabeça para pensar e trabalhar dobrado ano que vem. Vamos confiar no trabalho que o Diogo mostrou, no Roger, que está chegando
Daniel Nepomuceno



Última cartada

A concentração estava evidente na chegada do time à Arena. Os jogadores estavam bastante concentrados e cientes da dificuldade que encontrariam. Apenas Fábio Santos e Erazo pararam para falar com os jornalistas, e os dois bem rapidamente. A última reunião antes do jogo foi puxada por Victor, que falou forte com os companheiros.

Quando a bola rolou, podia-se notar a mudança da postura do time com facilidade. Mesmo com pouco tempo de trabalho, apenas 12 dias no comando, Diego Giacomini conseguiu impor um pouco do seu trabalho. Um time muito mais organizado defensivamente e com toque de bola, aspectos positivos. Mas ainda assim o Grêmio foi mais time. O gol de Cazares, quando o placar estava 1 a 0, o mais bonito do Galo no ano, é outro lampejo de que 2017 pode ser uma boa temporada para o equatoriano, grande esperança da torcida.

O discurso após o jogo era um só: a perda do título aconteceu há duas semanas, em Belo Horizonte. A atuação boa diante do Grêmio foi um alento, mas Roger terá muito trabalho na pré-temporada para ajustar tudo.

Ahh... Voltando à mesa de pôquer. Favorito no início do ano, o time não viu boas opções quando as três cartas se abriram. No flop, o primeiro semestre, perdendo o Campeonato Mineiro, a Primeira Liga e a Libertadores. Com boas cartas, a chance de vencer era grande no Campeonato Brasileiro, mas também não conseguiu triunfar. A última chance era a Copa do Brasil, e o time arriscou tudo para poder levar o título, mas não conseguiu e terminou o ano sem troféu.

Douglas Grêmio x Atlético-MG (Foto: Lucas Uebel/Divulgação Grêmio)
Última cartada para um título em 2017 foi na 
Arena do Grêmio, mas não deu (Foto: 
Lucas Uebel/Divulgação Grêmio)


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