FONTE:
http://jornalggn.com.br/noticia/o-futuro-da-globo-no-rio-e-como-a-internet-ameaca-o-dominio-das-teles
A atual batalha pela audiência vai além das disputas entre emissoras. Embora não esteja ao alcance da totalidade dos brasileiros, a internet é uma ameaça crescente à programação televisiva tradicional. Nos últimos anos, o Brasil produziu webcelebridades que batem programas da Globo em número de seguidores e visualizações únicas. Um youtuber nordestino já deixa o Jornal Nacional para trás, com vídeos com mais de 10 milhões de visualizações cada
Jornal GGN - A Folha de S. Paulo desta quarta (9) publicou uma matéria sobre como a eleição de Marcelo Crivella marca o início de mais uma batalha entre Rede Globo e Record no Rio de Janeiro, revelando dados de audiência das duas emissoras que mostram o potencial da internet - e a consequente iniciativa das empresas de telecomunicações de limitar a banda larga fixa, vendendo para os domicílios o mesmo modelo de consumo disponível hoje para a internet móvel.
A reportagem sugere que Crivella pode causar uma retração nos lucros do Grupo Globo se decidir romper algumas parcerias que a empresa tem com a prefeitura há alguns anos. O montante envolvido é da ordem de R$ 132 milhões, que foi o que o Paço do Rio pagou à Fundação Roberto Marinho, que encampa obras de caráter cultural na cidade, e ao Infoglobo, que realiza eventos em várias áreas. Esse valor não inclui pagamentos por publicidade.
"A continuidade das parcerias depende de Crivella, que chamou a emissora de TV do grupo de 'inimiga jurada' de sua candidatura'", escreveu a Folha, que também acrescentou que, por trás do conflito há uma disputa entre Globo e Rede Record, ligada à Universal, igreja da qual o prefeito eleito - mesmo após ataques dos grandes grupos de mídia na reta final da eleição - é bispo licenciado.
À parte a hipótese de o Grupo Globo ter suas finanças chacoalhadas no Rio a depender das decisões de Crivella, a emissora ainda tem de lidar com o crescimento da Record.
Segundo o PNT (Painel Nacional de Televisão), que mede cada ponto na audiência das emissoras como equivalente a 240 mil domicílios, a Globo ainda lidera em quinze praças em todo o Brasil com média de 16,4 pontos (dados de julho de 2016). Embora continue atrás, a Record é a emissora que mais cresceu no último ano - muito em função de suas novelas de cunho religioso - saltando de 5,6 pontos para 6,5.
Especificamente na cidade que será governada por Crivella, segundo a Folha, a Globo liderou nos primeiros nove meses de 2016 com 17,9 pontos, sendo que cada ponto na métrica do jornal equivale a 116,3 mil espectadores individuais. Isso significa que, no Rio, a audiência da Globo gira em torno de 2 milhões de espectadores. A Record vem em seguida, com 802 mil espectadores e o SBT está em terceiro, 779,21 mil.
Líder inconteste de audiência em produto jornalístico no País, o Jornal Nacional teve em 2015 uma queda de mais de 30% de sua audiência em relação a 2012. Na métrica do PNT, foram 5,9 milhões de domicílios ligados diariamente em nível nacional. Os dados foram divulgados em abril passado.
Esses números mostram que a batalha pela audiência vai além dos entraves entre emissoras. Embora não esteja ao alcance da totalidade da sociedade brasileira, a internet é uma ameaça à programação televisiva tradicional. Para se ter ideia, o Brasil já produziu webcelebridades que batem programas da Globo em número de seguidores e visualizações únicas.
Há quem dê dicas de beleza no Youtube com mais seguidores do que a Globo tem de audiência no Rio. Os chamados "digital influencers" já foram convidados para promover a Rio 2016 pelo governo federal e assumiram, na semana passada, a bancada de entrevistadores do Roda Viva com Leandro Karnal e Luis Felipe Pondé. Isso sem falar de como cairam no gosto dos departamentos de marketing das grandes empresas.
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