ELIMINATÓRIAS SUL-AMERICANAS
Treinador mantém os 100% de aproveitamento no comando da Seleção, diz que não esperava placar elástico e explica motivos da superioridade do Brasil diante do rival
A facilidade da Seleção para bater a Argentina por 3 a 0 surpreendeu até mesmo o técnico Tite(reveja os melhores momentos no vídeo clicando no LINK da FONTE no final da matéria abaixo).
Depois de manter o 100% de aproveitamento no comando do Brasil com a vitória na noite desta quinta-feira, no Mineirão, o treinador analisou a atuação de sua equipe. Segundo o comandante, a troca de lado entre Paulinho e Renato Augusto e, principalmente, a flutuação de Philipe Coutinho pela esquerda foram as chaves para a superioridade da Seleção.
Depois de manter o 100% de aproveitamento no comando do Brasil com a vitória na noite desta quinta-feira, no Mineirão, o treinador analisou a atuação de sua equipe. Segundo o comandante, a troca de lado entre Paulinho e Renato Augusto e, principalmente, a flutuação de Philipe Coutinho pela esquerda foram as chaves para a superioridade da Seleção.
- Eu não imaginava um placar elástico. Esperava mais dificuldade. Tal qual estava se apresentando no início, mas as circunstâncias do jogo, a flutuação e rodagem do Coutinho, permitiram uma superioridade numérica no meio que nos deu a capacidade de infiltrar e abrir o placar. Depois disso a Argentina teve de se expor, aumentou o campo e os espaços surgiram - analisou Tite, que dedicou a vitória aos ex-treinadores Procópio Cardoso e Carlos Alberto Silva.
A Seleção folga nesta sexta-feira e volta a treinar no sábado e no domingo. As atividades serão realizadas na Cidade do Galo. No domingo, a delegação brasileira embarca em voo fretado para Lima. A partida contra o Peru será na próxima quarta, às 00h15 (de Brasília).
Confira a íntegra da coletiva de Tite:
ANÁLISE
A Argentina estava melhor, conseguia fazer a pressão adiantada. A bola entrava na nossa intermediária defensiva, estava gerando desconforto e não conseguíamos sair com essa bola dominada. Estávamos em pressão baixa pela menor imposição e pelo posicionamento da equipe adversário. Com cinco minutos, o Fernandinho levou o cartão em um lance que tocou apenas na bola. Isso inibe as ações para jogar diante do melhor do mundo, aumenta o grau de dificuldade. O adversário estava melhor em certo momento. É preciso saber sofrer. Procuramos de todas as formas estudar o posicionamento do Messi, as possibilidades de troca da Argentina. E dentro dessa ideia, treinamos no CT do Fluminense a troca de lado de Renato e Paulinho para dar uma sustentação maior. Retomamos o jogo nessa troca, organizando a flutuação do Coutinho e jogando da forma em que estamos acostumados, com triangulação e troca de ritmo.
MESSI
O gol fez eles saírem para o jogo e aumentou a profundidade. A saída de bola era pela direita.O abastecimento para o Messi saia de Mascherano, Zabaleta e Otamendi. Forçamos a saída pela esquerda para ela não chegar ao Messi. É preciso diminuir as ações do cara diferente. A bola começou a chegar menos. Quando ele começou a sair da área perigosa, ficou melhor para a gente. Foi uma atuação acima do que eu esperava.
Tite na entrevista após a vitória no clássico: cinco
jogos e cinco vitórias no comando do Brasil
(Foto: Rafael Araújo)
Deixa eu respirar agora, curtir. Estou me adaptando à Seleção. Quando trabalhava em clube, diluía a pressão em um mês. Agora a pressão é em uma semana. É gratificante, mas pesado.
ENTRADA DO AGÜERO NO INTERVALO
Agüero é diferente. Também previmos a entrada dele. É vertical, agudo, faz um facão muito perigoso no contra-ataque. Ao mesmo tempo, a saída do Perez deu uma saída de bola mais limpa para o Marcelo. Deram a bola, mas tínhamos que trabalhar e finalizar. Se perdesse a bola, ia ter Messi, Agüero, Higuaín e Di María para atacar. Tínhamos que fazer a transição, acertar o passe e terminar com conclusão para não sofrer risco.
RESPEITO VOLTOU?
O respeito já existia antes. A história e todo o peso que tenho por estar onde grandes técnicos permaneceram, os atletas por todos que já vestiram essa camisa... Isso já existia. São cinco jogos no meu comando. Estou feliz, contente, satisfeito pelo rendimento. Mas são etapas para a classificação. Essa equipe ainda tem muito a crescer, a saber sofrer como fez no início quando a Argentina estava melhor. Alisson fez uma grande defesa quando estava 0 a 0. Ainda temos muito a evoluir.
VAI CONVOCAR OUTRO LATERAL?
Nem sabia que o Marcelo estava suspenso, você (jornalista) que me avisou. Estava tão ligado no jogo que nem vi o cartão. Vou responder de verdade: não sei. Possivelmente sim.
CINCO JOGOS, CINCO VITÓRIAS
Não esperava. Foi acima do que eu imaginava. Terminei a palestra com o gol do Capita em 70. Deixei a imagem e perguntei: O que essa imagem pode nos ensinar? Deixei algumas observações: Tostão dobrou a marcação do lado do Everaldo até a defesa, quase todos os jogadores tocaram na bola, ela rodou e quando apareceu do lado oposto, o lateral apareceu. Isso nos mostra o quanto é importante o senso de equipe. Talvez seja a homenagem maior que pudéssemos prestar a ele. Essas ações solidárias de talentos extraordinários.
JOGO COLETIVO
Já dependia antes e continua dependendo do todo. Alguns conceitos de jogo que eu entendo ao longo do tempo não mudam. O Cleveland Cavaliers foi campeão da NBA com seu maior astro, Lebron James fazendo uma ação defensiva (toco sobre o Iguodala no jogo 7 da final da temporada 2015/16 da NBA). Temos que entender e valorizar a ação defensiva. Neymar com o Zabaleta. Ou quando o Gabriel fazia para deixar o Neymar descansar. Os dois deram origem aos dois primeiros gols. Muita gente fala que se o atacante voltar para marcar não vai ter força para chegar ao ataque. Não existe. Tem que saber fazer a compensação.
MINEIRÃO
Não sei. Deixo para vocês avaliarem (a importância dessa vitória após o 7 a 1). Perdemos todos ali. A imprensa, o torcedor. Não podemos isentar ninguém da responsabilidade. Todos nós vamos construir uma nova etapa, um novo caminho. Ainda é pequeno. Não vou ser falso humilde: estou contente para caramba. Respeito o outro lado. Não dei um abraço no Bauza porque sei como ele está se sentindo. Quando o Messi voltou para a Seleção, há alguns meses, eu falei: o futebol agradece. Quando tivemos a chance de voltar a Belo Horizonte, ninguém falou em restrição alguma por ser o palco do 7 a 1, por eu não ter tido uma boa passagem pelo Atlético-MG. Ninguém fez isso.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia/2016/11/apos-3-0-sobre-argentina-tite-admite-esperava-mais-dificuldade.html
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