Treinador admitiu que atuação na derrota para o CRB deu motivos para a revolta vinda das arquibancadas em São Januário
- É justíssima (a insatisfação). Não tem como tirar a razão porque eles viram o que vimos. Foram um dos melhores 25 minutos da minha equipe. Dominamos o início do primeiro tempo. Antes do gol deles, chamei o Martín e falei que o perigo era o contra-ataque rápido e a finalização boa. Era para todo mundo estar ligado - disse o treinador.
Jorginho lamentou bastante os erros de conclusões do Vasco no jogo. Éderson, autor do gol no fim da partida, perdeu algumas oportunidades, assim como Pikachu. Para ele, a falta de capricho nos arremates foi decisiva para o resultado negativo.
- Tivemos 12 finalizações no primeiro tempo e não convertemos isso em gols. Tomamos os dois gols em erros nossos, temos que assumir. Tentamos mudar para melhorar e não aconteceu, não melhoramos no segundo tempo. É normal a torcida, que quer ver o Vasco protagonista, jogando bem em casa depois de atuações ruins.. Mesmo a vitória fora foi magrinha e sem jogar bem. Não vou fugir da responsabilidade. O torcedor está certo, vai vaiar mesmo.
Jorginho à beira do campo de São Januário
durante a derrota para o CRB
(Foto: André Durão / GloboEsporte.com)
Pressão pela má fase
- Fomos vaiados, mas não podemos esquecer o trabalho que
fizemos. Ganhamos dos três grandes clubes do futebol brasileiro e carioca,
ganhando um campeonato invicto convencendo, jogando muito bem. Fizemos o
planejamento para parada (durante a Olimpíada), mas não conseguimos manter o
nível de atuações. A equipe teve uma queda.
Razões da má fase
- Alguns jogadores machucaram. Não é questão de desculpa.
Temos um plantel enxuto, temos usado muitos jogadores do juniores, o Douglas
faz muita falta. Sabemos da expectativa pela convocação do próprio atleta, que
encaixou perfeitamente no time. Sentimos falta. Tivemos a contusão do Nenê, que
nunca tinha se contundido. Teve uma queda depois da volta. Está bem
fisicamente, mas a equipe de modo geral teve uma queda técnica e tática. É
minha responsabilidade. Temos que treinar para organizar. Não está acontecendo,
infelizmente.
Bom início de ano
- Temos que pensar que essa equipe foi aplaudida de pé em um
passado recente, contra Santos e Atlético-GO, deu alegrias. Não se pode
desistir de um trabalho como esse. Até achei interessante o presidente.
Convite para Seleção
- Meu nome foi vinculado para Seleção há dois meses e meio
se o Tite não tivesse acertado. Inclusive, tivemos uma conversa com o
presidente da CBF. De repente, o treinador não serve mais. Não podemos
desistir, não vejo por aí. Vamos continuar acreditando que as coisas vão mudar.
Precisamos chacoalhar e sair juntos dessa.
Postura
- São momentos difíceis, mas tenho caráter, olho no olho.
Aceito a vaia do torcedor, saio triste, mas sempre de cabeça erguida. Minha
postura é sempre olho no olho, fazendo o melhor. Vamos trabalhar, só posso
acreditar no trabalho. Não existe outra forma de sair desse momento. É muito
fácil quando você está ganhando, todos dão tapinha nas costas. Quando aperta,
muitos somem. Por isso, quero honrar o presidente pela postura dele de homem
que vemos no dia a dia.
Vaias a Diguinho e reação
- Temos que atuar nessas questões individuais para que não
atrapalhe o trabalho do grupo de uma forma em geral. O torcedor tem razão de
que não fomos bem. Respeito o Diguinho, mas não pode ser assim de chamar para
vaiar mais e isso só vai aumentar a indignação do torcedor. Respeitamos que o
atleta está de cabeça quente, mas não fez uma partida ruins. Errou alguns
passes. Tomamos dois gols por falhas nossas. Não jogamos bem, principalmente no
segundo tempo.
Momento delicado
- Que é um momento delicado, é claro, mas não pensamos dessa
forma. Ninguém ganha por antecipação, antes de entrar em campo. Só ganha quando
realmente entra em campo e comprova aquilo ali. Não posso dizer que foi um
excelente primeiro tempo porque tomamos os gols, mas até ali vínhamos muito
bem. Não tenha dúvidas de que todos querem chegar na pontuação necessária para
termos uma tranquilidade maior. Podíamos já estar classificados. Não podemos
depender de outros resultados, temos que fazer o nosso trabalho de casa. Não é
querer terminar logo, mas no fim do ano a paciência já está no limite. Vamos
jogo a jogo para matar um leão. Queremos muito chegar na pontuação para ter
tranquilidade de projetar o próximo ano.
Briga pelo título
- Até pela forma que o Atlético-GO vem jogando... Não está
nada perdido, mas vai se tornando difícil. Não temos mais um confronto direto,
vamos depender dos outros.
Abraço em Zinho no fim
- Eu que o abracei e estamos juntos em todos os momentos. Já
saímos abraçados em aplausos e agora também. Somos amigos de uma vida. Muitas
vezes até pedi o o aplauso para ele, que tem também todo potencial para ser
treinador.
Reação de Eurico
- Acho que o que ele está sentindo é o que estamos sentindo.
Decepção pela atuação apagada, sem brilhantismo. Até por tudo que ele tem
feito, a postura de homem, de chegar e assumir as coisas, ele toma toda essa
carga para ele.
Convite da Seleção
- Foi após (o acerto com Tite), quando o presidente veio
para inauguração do Caprres. Foi uma honra ouvir isso do presidente da CBF e do
meu presidente. Claro que o momento agora é delicado, peço desculpas ao
torcedor, que não merece isso. Perdemos quatro jogos em casa, tomando gols da
forma que tomamos. Vamos trabalhar para que a coisa mude.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/2016/10/jorginho-da-razao-ao-torcedor-por-vaias-e-lamenta-erros-nas-finalizacoes.html
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