sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Argel cita Sérgio Moro em crítica à arbitragem: "São falhas grotescas"




VITÓRIA


Vitória empata em 2 a 2 com o Fluminense e mantém posição no Z-4 do Brasileirão. Equipe baiana critica penalidade marcada para o adversário; lance foi fora da área




Por
Rio de Janeiro




Com um gol aos 42 minutos do segundo tempo, Vitória arrancou um empate contra o Fluminense, na noite desta sexta-feira, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. Embora com um ponto conquistado nos últimos minutos e fora de casa, o gol não satisfez inteiramente a equipe baiana, que reclama de um pênalti marcado para o Flu ainda no primeiro tempo. No lance, o árbitro Nielson Nogueira Dias marcou falta de Victor Ramos em Wellington. A jogada, contudo, ocorreu fora da área. [Confira os melhores momentos do jogo no vídeo clicando no LINK da FONTE no final da matéria abaixo ]

Em entrevista coletiva concedida após a partida, o técnico Argel Fucks reclamou do lance e da escolha do árbitro, que é de pernambuco, para apitar a partida.

- Arbitragem está se encontrando em um momento difícil. Têm coisas que não entendo no futebol. A coerência, por exemplo. Não pode ter um jogo como o do Sport e Ponte Preta e um baiano apitar. Não pode um jogo importante, um pernambucano apitar. Precisam ter coerência no futebol. Sã falhas grotescas. Falhas que colocam um trabalho por água abaixo. Lance simples, lance de hoje. O árbitro estava a dez metros, ele viu que foi falta. Foi escutar o bandeira, que estava a 40 metros. Isso é muito triste para o futebol, reflexo do país, que parece que não tem impunidade nenhuma. Se reúnem para fazer punição em treinadores, jogadores, e a arbitragem segue a mesma. Não vejo arbitragem sendo punida. Não posso trabalhar no jogo seguinte se criticar a arbitragem. No jogo de hoje, desestabiliza a equipe emocionalmente com o pênalti que foi marcado. O Fluminense está há cinco jogos sem ganhar, a pressão também está no lado deles. Pênalti claro, não precisa nem conversar. Queremos saber se vai ter punição no bandeira. O árbitro é quem manda do jogo, não pode deixar para o bandeira. A arbitragem acaba piorando, define campeonato. Foi um lance tão claro, o árbitro estava a dez metros. O gramado ficou marcado. Não sei se acontece algo diferente dentro da arbitragem, se escolhe jogo, não sei. Se formos analisar quantos erros tiveram no campeonato, é uma vergonha. Hoje, se a gente não toma o gol, é outro jogo. A partir do momento que toma o gol como foi, mexe no emocional, desestabiliza. Aí tem que acalmar todo mundo no intervalo para não perder jogador expulso. Deveria se apegar apenas na parte tática, mas tem que acalmar jogador - reclamou Argel.

Pierre Fluminense x Vitória (Foto: André Durão)Empate com o Fluminense mantém o Vitória na zona de rebaixamento (Foto: André Durão)


Durante as críticas à arbitragem, o treinador citou Sérgio Moro, juiz federal que comanda a Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras.
- Não vou me estender muito nesse lance. O Brasil inteiro viu. Precisamos ter coerência. Por isso o Brasil está do jeito que está. Ou o Brasil muda, dá condições ao árbitro, tira uma fatia do direito da televisão e repassa ao árbitro... Mas não pode acontecer o que está acontecendo. Não foi apenas um jogo. O jogo hoje foi mais um. São muitos erros, erros fáceis que são muito simples, não precisa ter tecnologia, entrar imagem. Lance simples fora da área. Está marcado no campo. Já é difícil jogar contra o Fluminense no Maracanã, brigando pelo G-6, poder de investimento, e ainda ter que brigar contra o Bandeira. O Bandeira ainda fala durante a partida que isso acontece, que passou, que não tem mais o que chorar. Não é comportamento de assistente. Não pode falar isso para o jogador no calor do jogo. A gente espera que a arbitragem possa tomar rumo diferente. Entra comandante, sai comandante, em vez de melhorar, piora. Vamos esperar que tenham coerência. Hoje poderia vir um árbitro paulista apitar. “Ah, mas o árbitro pernambucano poderia ter feito um grande jogo”. Poderia, mas não fez. Dá margem e possibilita suspeitar de tudo. Futebol não se joga só dentro de campo. Ainda mais agora, que é briga de cachorro grande. O mínimo que a gente quer é uma arbitragem segura, honesta. A responsabilidade era do árbitro, não do bandeira. Agora vamos ver se tem punição. E como é em Brasília. Quem sabe a gente traz o Moro para tomar conta e as coisas podem melhorar. A primeira coisa que tem que se fazer é dar condição para a arbitragem. Vamos concentrar os árbitros, vem antes. O árbitro tem que ser profissional, como na Inglaterra. Lá os erros são muito difíceis. O árbitro é preparado, estuda os jogadores que vai apitar. Senão vai continuar acontecendo isso aí, erro em cima de erro. E o campeonato perde credibilidade - continuou o técnico do Vitória.
Quanto ao jogo, Argel reconheceu que o time não fez um bom primeiro tempo e vacilou no gol de cabeça de Cícero, já no final da etapa inicial. O técnico, contudo, elogiou a postura do time no segundo tempo.
- Marinho é jogador que faz falta. Fundamental para o nosso sistema de jogo. Não fizemos um bom primeiro tempo tecnicamente. Controlamos, saímos na frente, logo após tomar o gol de empate no pênalti que não houve, tivemos uma chance clara com o Kanu. O goleiro do Fluminense fez uma defesa fantástica. Não conseguimos armar as jogadas. Faltou qualidade dos armadores. Nosso primeiro tempo não foi bom tecnicamente. Fomos penalizados em uma jogada que falamos a semana inteira. O Cícero é um dos melhores cabeceadores do futebol brasileiro. Tem um tempo de bola muito bom. Ele entra como centroavante. Já vi o Levir usar o Cícero de centroavante, e ele finaliza bem. Tivemos uma falha coletiva, não marcamos o homem, marcamos a bola. Voltamos para o segundo tempo com qualidade diferente. Pressionamos mais, agredimos mais.
Com o empate, o Vitória foi a 36 pontos e se manteve na 17ª posição do Brasileirão, abrindo a zona de rebaixamento da competição. A próxima partida da equipe está marcada para o dia 6 de novembro, quando vai enfrentar o Atlético-PR, no Barradão.

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Confira outros trechos da entrevista coletiva de Argel Fucks:

POSTURA NO SEGUNDO TEMPO
- A derrota era um castigo alto em nível de pontuação, anímico, por isso abrimos o time. Tiramos o Amaral, que não estava mal, colocamos um jogador mais rápido, o David. Depois, um pouco mais à frente, tiramos o Cárdenas para colocar o Serginho, que entrou bem. Deu acréscimo de qualidade, armou muito mais a equipe. Ele assumiu a responsabilidade de ser o armador, o maestro da equipe. Essa é a função do camisa 10. Serginho entrou bem. Depois demos a última cartada, ficamos com apenas um volante. Não temos medo de ser feliz, merecemos o empate, não foi por acaso. Antes disso colocamos o Fluminense em dificuldade. Foi um jogo aberto, franco. Fomos premiados pela ousadia, pela vontade, determinação, pela fúria que a gente tinha pelo erro da arbitragem. A equipe comprou esse barulho e foi uma equipe melhor tecnicamente. A substituição aumentou a qualidade de jogo.
Não empatamos por acaso.

ERRO DE ARBITRAGEM
- Ele deu o pênalti e erra duas vezes. Não estou passando a mão. Deu o pênalti e não expulsou o Victor Ramos. O futebol é assim, tivemos um lance parecido contra o Sport. O Matheus Ferraz tinha amarelo, fez um pênalti, um carrinho no nosso jogador, e não foi expulso. Foram dois erros. Isso passa por dizer o que foi o resultado do jogo. A gente sabe quando erram para o nosso lado, mas não é por isso que não vamos falar. Se deu o pênalti, expulsa. Errou a primeira e a segunda.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/2016/10/argel-cita-sergio-moro-em-critica-arbitragem-sao-falhas-grotescas.html

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