Nome oficial da cidade tem 167 letras, mas não foi reconhecido pelo Livro dos Recordes. Agora, cidade se aproveita da paixão da torcida para evoluir no esporte
Krung Thep Mahanakhon Amon Rattanakosin Mahinthara Ayuthaya
Mahadilok Phop Noppharat Ratchathani Burirom Udomratchaniwet Mahasathan Amon
Piman Awatan Sathit Sakkathattiya Witsanukam Prasit*.
As palavras podem até dar a ideia de um (grande) erro de digitação do
repórter. Juntas, porém, formam o nome oficial de Bangcoc (veja a tradução no fim da
matéria). Em uma tentativa
frustrada, a população tailandesa chegou a pedir a entrada no Livro dos
Recordes como maior nome de cidade do mundo. Pois bem. A cidade com 167 letras
no nome tenta, agora, ser reconhecida pelo vôlei.
Quando a Federação Internacional de Vôlei fez o anúncio
oficial, alguns estranharam – e reclamaram. Em meio ao calendário olímpico,
Bangcoc não era a sede dos sonhos das seleções ocidentais para a fase final do
Grand Prix. Última competição antes dos Jogos do Rio, uma vaga na busca pelo
título também significava uma viagem ainda mais longa. Há, porém, motivos para
a escolha.
Ginásio Huamark lotado para Brasil x Tailândia
(Foto: Divulgação/FIVB)
A
Tailândia está longe de ser uma potência no vôlei mundial.
No Grand Prix, nunca passou de um quarto lugar – sua melhor posição, em
2012,
na China. Nos últimos anos, porém, tem evoluído às custas de um alto
investimento e da paixão de sua torcida. O governo do país, então, usou
do poder
político para convencer a FIVB de aceitar o projeto tailandês de sediar a
fase
final. O complexo esportivo da cidade, além do ginásio Huamark, ainda
abriga um prédio com duas quadras e sala de musculação para o treino das
equipes.
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A torcida agradeceu. Em menos de uma hora, comprou todos os
ingressos para os jogos das finais. Na partida do Brasil contra as donas da
casa, os únicos lugares vazios eram reservados a convidados da organização. No
ginásio, não parou de gritar e cantar um só instante. Teve espaço até para
apresentação de bandas e músicos locais, animando ainda mais as arquibancadas.
O esquema se repetiu diante da Rússia, nesta sexta-feira. A classificação para
a semifinal não veio – perdeu por 3 sets a 0, parciais 27/25, 26/24 e 25/19.
Mas nada disso importa. No domingo, volta à quadra para disputar o quinto lugar
contra o time reserva da China.
Torcida tailandesa compareceu em peso às
partidas de sua seleção (Foto: Divulgação/FIVB)
Bangcoc é uma das cidades mais visitadas do mundo. É,
também, uma das cidades mais quentes do mundo. Caótica em todos os pontos de
vista, tem um trânsito pesado, uma noite cheia de atrativos e um ritmo de vida
intenso. Durante o Grand Prix, poucas jogadoras da seleção se arriscaram a sair
do hotel nos momentos de folga. Ainda assim, a cidade ganhou elogios de José
Roberto Guimarães, assim como a equipe.
- A equipe da Tailândia melhorou muito nos últimos tempos.
Foi um pecado esse time não ter se classificado para os Jogos Olímpicos. Está
jogando muito bem. Por erros de arbitragem, acabou ficando fora. A organização
está de parabéns por tudo o que está fazendo no evento. O público compareceu, isso
é muito importante para o vôlei – disse.
A partida entre as donas da casa e a Rússia definiu os
confrontos das semifinais no Grand Prix.
O Brasil encara a Holanda neste sábado, às 5h (horário de Brasília), com
transmissão do SporTV. Na outra chave, os EUA, que derrotaram a China por 3
sets a 0, parciais 25/21, 26/24 e 25/22, enfrentam as russas, às 8h.
Tradução:
"A cidade dos anjos, a grande cidade, a cidade que é joia terna, a
cidade inabalável do deus Indra, a grande capital do mundo ornada com
nove preciosas gemas, a cidade feliz, Palácio Real enorme em abundância
que se assemelha à morada celestial onde reina o deus encarnado, uma
cidade dada por Indra e construída por Vishnukam". Bangcoc, sozinha,
significa "Cidade dos Anjos".
Caótica Khao San Road reúne milhares de
turistas por dia em Bangcoc (Stephen J.
Boitano/LightRocket via Getty Im
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