domingo, 22 de maio de 2016

Análise: sem reforços e com DM cheio, Bento terá de tirar "leite de pedra"



BRASILEIRÃO 2016 

02ª RODADA


Com Cruzeiro mirando o mercado internacional, treinador português terá de esperar quase um mês para poder contar com jogadores vindos de fora do Brasil




Por
Belo Horizonte



A estreia de Paulo Bento mostrou pontos positivos, mas muitos outros de atenção e preocupação para o treinador português e a torcida cruzeirense. Empatar por 2 a 2 com o Figueirense, no Mineirão, pode ser considerado um tropeço no Brasileiro (confira como foi no vídeo clicando no LINK da FONTE  no final da matéria abaixo), mas, pela circunstância do jogo, ficou até de bom tamanho.


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O grande mérito da Raposa foi a vontade durante boa parte do jogo, principalmente no segundo tempo, quando conseguiu a igualdade no placar. Mas ficou evidente que o treinador ainda terá de trabalhar bastante para arrumar deficiências e encontrar uma forma da equipe jogar melhor. Além disso, provou que faz-se, realmente, necessária a contratação de reforços. O departamento médico, com muitos jogadores, também prejudica o início de trabalho do estrangeiro.

Bruno Ramires; Paulo Bento; Cruzeiro (Foto: Washington Alves/Light Press)
Paulo Bento tem o desafio de superar 
desfalques e não ter reforços (Foto: 
Washington Alves/Light Press)


Será preciso ter paciência. Com o Cruzeiro de olho no mercado internacional, o time só poderá regularizar a situação desses atletas após 20 de junho, data em que se abrirá a janela de transferências do exterior para o Brasil. Até lá, Paulo Bento terá de se virar com o que tem em mãos e buscar resultados positivos, que façam o time pontuar no Campeonato Brasileiro e não fincar os pés na briga contra o rebaixamento.

Além disso, a equipe terá de superar os desfalques. O Cruzeiro tem um extensa lista de atletas no departamento médico. Estão lá o lateral Mayke, os zagueiros Dedé e Manoel, o meia Marcos Vinícius, e os atacantes Judivan e Rafael Silva. Os meias Robinho e Alisson seguem sob os cuidados da preparação física. O colombiano Riascos, que está de volta após ser emprestado ao Vasco, ainda será observado e não deve ganhar chances no primeiro momento.

Assim, em seu primeiro mês de trabalho, Paulo Bento vai ter de trabalhar com o grupo que tem, aquele que até agora não agradou ao torcedor cruzeirense. Nasce aí o desafio de fazer essa quantidade ganhar um futebol mais vistoso e organizado, além de resultados, mas com pouco tempo de treino.
Nos próximos 10 dias, por exemplo, o português terá quatro jogos pelo Campeonato Brasileiro


Raio-X do jogo
No primeiro tempo, algumas mudanças ou conceitos que Paulo Bento talvez pretenda implantar ficaram nítidos. O Cruzeiro explorou muito as laterais do campo, com Élber na esquerda, e Pisano na direita. Os dois tinham auxiliares. Na hora do ataque cruzeirense, o volante Federico Gino (improvisado na lateral direita) e Sanchez Miño (na esquerda) viraram praticamente pontas ofensivos, o que aumentava os pontos de atenção do Figueirense e também ampliavam o leque de possibilidades cruzeirense (confira na imagem abaixo). Entretanto, deixavam a defesa mais exposta. A cobrança principal de Paulo Bento era que a primeira linha defensiva ficasse sempre compacta.


Cruzeiro atacante o Figueirense (Foto: Maurício Paulucci)
Cruzeiro atacando o Figueirense, com os 
dois laterais jogando como pontas (Foto: 
Maurício Paulucci)



Por causa do avanço dos laterais, Henrique e Bruno Ramires ficavam mais no resguardo da marcação. Mas, quando era possível, um dos dois subia para ajudar na flutuação da bola entre os lados do campo. Sem espaço para infiltrar na defesa do adversário, o time arriscou chutes de fora da área, o que não era muito comum com Deivid. Gino acertou dois bons chutes e levou perigo. Élber e Pisano tentaram uma vez cada um. Confira na foto abaixo a disposição tática dos jogadores na primeira etapa.


Distribuição dos jogadores do Cruzeiro na partida contra o Figueirense (Foto: Maurício Paulucci)
Distribuição dos jogadores do Cruzeiro na 
partida contra o Figueirense 
(Foto: Maurício Paulucci)


Na segunda etapa, ao tomar mais um gol, a Raposa se desorganizou em termos de linha ofensiva. Arrascaeta passou a ter atuação mais tímida como segundo atacante, mas a entrada de Douglas Coutinho, que marcou o segundo gol cruzeirense, fez Willian crescer. Isso por que o atacante do Bigode fez o que melhor sabe: buscar a bola perto do meio e triangulá-la na intermediária. Coutinho foi importante homem de referência e contribuiu, e muito, para o Cruzeiro não sair com mais uma derrota no Brasileirão.

Como ponto de atenção ficou a jogada de bola aérea, lance que o time tomou os dois gols de Rafael Moura. Outra situação, já mais antiga, é a objetividade nas jogadas. Apesar ter tido o controle da posse de bola, a Raposa teve muitas dificuldades de infiltração, mas evoluiu já ao tentar mais chutes de fora da área.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/cruzeiro/noticia/2016/05/analise-sem-reforcos-e-com-dm-cheio-bento-tera-de-tirar-leite-de-pedra.html

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