terça-feira, 11 de agosto de 2015

Temporal, frustração no atletismo e ouro no tiro com arco: o top 5 do 3º

Chuva forte em Toronto interrompe evento por 1h no dia em que Jane Karla entrou para a história do Parapan ao se tornar medalhista em mais de uma modalidade



Por
Direto de Toronto, Canadá

Jane Karla tiro com arco (Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)
Jane Karla levou o ouro no tiro com arco 
(Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)


Depois de dois dias de sol forte e calor, a chuva deu as caras em Toronto no terceiro dia dos Jogos Parapan-americanos. Por conta dos raios em York, as competições de atletismo tiveram de ser interrompidas por uma hora atrasando o cronograma de provas previstas para esta segunda-feira. O atletismo também esteve no centro da polêmica, quando Odair Santos chegou a comemorar o ouro dos 5.000m da classe T11, mas acabou desclassificado. O top 5 do dia 3 tem ainda o show da torcida canadense no basquete em cadeira de rodas, o sacrifício de uma atleta do tênis de mesa e as conquistas brasileiras no tiro com arco, em especial a de Jane Karla, que já que havia sido medalhista no tênis de mesa no Rio-2007 e em Guadalajara-2011 (assista a imagens do dia no vídeo abaixo).



TEMPORAL INTERROMPE ATLETISMO

Uma forte chuva castigou o Estádio Parapan-Americano no primeiro dia do atletismo. A modalidade normalmente mantém a programação independentemente do volume de água que caia. Interrupções só ocorrem em caso de raios, para a proteção de atletas, árbitros ou espectadores. Foi justamente o que aconteceu nesta segunda-feira. Por uma hora a pista ficou vazia. A chuva deu uma trégua, mas o grande atraso atrapalhou bastante a programação dos paratletas, que tiveram de mudar sua rotina de 
aquecimento.

Chuva, Parapan de Toronto 2015, T54 5000m, atletismo (Foto: AP)
Chuva prejudicou as provas de atletismo do 
Parapan de Toronto  (Foto: AP)


- Eu me programei muito, porque queria fazer o melhor 100m do mundo. Com essa chuva, foi tudo por água abaixo. Mas está aí minha medalha de ouro, foi muito maior do que minha fome, minha atenção, minha raiva porque minha programação foi por água abaixo. Não foi bem a chuva que atrapalhou. O que mais bateu foi a fome, meu depósito de carboidrato ficou lá embaixo. Agora vou me preparar para sol, para chuva, para tornado, para tudo - disse a paulista Verônica Hipólito, que foi campeã dos 100m rasos na classe T38.


DESCLASSIFICAÇÃO NO ATLETISMO

O brasileiro Odair Santos chegou a comemorar o ouro dos 5.000m da classe T11, para paratletas com perda total da visão. Seria o primeiro título do atletismo verde-amarelo em Toronto, mas Odair acabou desclassificado e perdeu o ouro, que seria o seu tetra na distância (os dois primeiros ainda na classe T12, para paratletas com baixa visão). Por um tempo, o campeão mundial ficou no escuro, enquanto a comissão técnica tentava entender o motivo da desclassificação.

Odair Ferreira guia Carlos dos Santos atletismo parapan (Foto: Washington Alves/MPIX/CPB)
Odair Ferreira abraça o guia Carlos dos Santos 
após resultado da prova (Foto: Washington 
Alves/MPIX/CPB)


Os organizadores afirmaram que o brasileiro precisaria ter trocado de guia durante a prova, mas optou por ser guiado sempre por Carlos dos Santos, o Bira, que disputou o Pan também.  A mudança de estratégia foi informada pela comissão brasileira antes da prova, mas a organização afirmou que tal mudança precisaria ser informada no dia anterior e deu o ouro ao anfitrião Jason Dunkerley e seu guia Josh Karanja. O protesto formalizado  pelo Brasil não foi aceito.


QUE TORCIDA É ESSA?!

A participação da torcida canadense tem sido uma atração à parte no Parapan. Muito educados, os fãs aplaudem mesmo em pontos e jogadas bonitas de adversários de suas seleções. Até o momento, os dois xodós do público têm sido o rúgbi e o basquete em cadeira de rodas, modalidades em que o país anfitrião tem sobrado em quadra. Nesta segunda-feira, o Canadá bateu a Argentina por 76 a 23 no rúgbi e derrotou o México no basquete por 74 a 55.


VALEU O SACRIFICIO

A busca pelo segundo título parapan-americano individual da carreira fez Joyce Oliveira jogar no sacrifício. Na classe 4 do tênis de mesa, a paulista convive há quatro meses com dores terríveis devido ao deslocamento de um parafuso que tem nas costas - a peça está deslocada e atinge um nervo na região lombar. O caso é cirúrgico, mas como a previsão mais otimista de recuperação era de dois meses, a atleta optou por conviver com a dor para tentar o ouro em Toronto. Entre um jogo e outro, era preciso se alongar muito e deitar para aliviar o incômodo. Mas, com o ouro no peito, veio a compensação.

tênis de mesa Joyce Oliveira Parapan (Foto: Leandro Benjamin/CPB/MPIX)
Joyce Oliveira superou as dores na coluna para 
conquistar medalha no Parapan (Foto: Leandro 
Benjamin/CPB/MPIX)


- Estava nervosa para jogar porque estou com dor. A dor estava na minha cabeça, mas treinei e sabia que podia ganhar. A fisioterapia me ajudou muito. Tenho que agradecer à (fisioterapeuta) Andressa, que me ajudou durante todos esses dias e me fez chegar bem - disse a jogadora, que bateu a mexicana Martha Verdin na última rodada do grupo único.


MULTICAMPEÃ

O Brasil brilhou no tiro com arco nesta segunda-feira, com destaque para o feito de Jane Karla, que já que havia sido medalhista no tênis de mesa no Rio-2007 e em Guadalajara-2011. Jane superou a canadense Karen Van Nest na decisão do arco composto feminino. Ela fez 140 pontos, enquanto a rival obteve 132. Desta forma, a brasileira sagrou-se campeã parapan-americana na segunda modalidade diferente. Luciano Rezende também conquistou o ouro no tiro com arco nesta segunda. O título veio após vitória sobre o americano Eric Bennett, por 6 a 4. 


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/parapan/noticia/2015/08/temporal-frustracao-no-atletismo-e-ouro-no-tiro-com-arco-o-top-5-do-3-dia.html

Nenhum comentário: