quinta-feira, 23 de julho de 2015

Tigres gigante, mariachis e lágrimas: a queda do Inter "por dentro" do vul

GloboEsporte.com conta detalhes vistos do campo de jogo que tirou Colorado da Libertadores após derrota no caldeirão de Monterrey, sob comando do ídolo Sobis



Por
Direto de Monterrey

Chamar o duelo entre Tigres e Inter de apenas um jogo de futebol é menosprezar a grandiosidade do confronto da noite desta quarta-feira, no Estádio Universitario, o “El Volcán”. Tratou-se de um evento acima de qualquer expectativas e com ares de surrealismo, como se fosse uma pintura da mexicana Frida Kahlo. A queda colorada na Libertadores, com a derrota por 3 a 1, teve um universo a parte, muito além dos 90 minutos. 


LEIA MAIS
 Confira os lances da derrota do Inter Piffero  diz que Inter "caiu de pé" e cutuca Grêmio
 Colorados falam em apatia após eliminação
 Sobis exalta jogo perfeito do Tigres
 Cornetas invadem web após queda do Inter
 Inter vira presa fácil  e cai na Libertadores


Festa de uma torcida ensandecida, um Tigre gigante, assim como mariachis a beira do campo foram alguns recordes desse duelo que se tornou épico. A partir de então, o GloboEsporte.com narra com olhar próximo ao campo de como foi essa partida.


TIGRE E BANDEIRão

Tigres x Internacional inter Libertadores Monterrey Estádio Universitário Tigre (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Tigre gigante "invade" estádio em Monterrey 
(Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)


Muito antes do apito inicial, algumas particularidades já demonstravam o que estava por vir. Enquanto o estádio El Volcán começava a ganhar vida com torcedores, um imenso Tigre era inflado com ar à beira do campo. Símbolo do clube, a figura ganhou estatura de quase dois anéis e permaneceu ali, como se fosse um personagem mítico, até minutos antes de os jogadores ingressarem em campo. Uma profecia de que o time local também seria gigante em campo.

Já com os atletas no gramado, foi a vez de a torcida aparecer. Durante a execução dos hinos nacionais, duas bandeiras gigantes foram estendidas nas arquibancadas. Uma delas, com o símbolo do México, como um claro recado de que o país inteiro estava contra o Inter naquele momento.



PRESSÃO DO VULCÃO


Torcida do Tigres faz festa do El Volcán (Foto: Diego Guichard)
Torcida do Tigres faz festa do El Volcán 
(Foto: Diego Guichard)


Toda aquela expectativa para os perigos do fator local se tornaram reais e problemáticas. Assim que o árbitro deu o apito inicial, o El Volcán entrou em erupção a partir da voz de 43 mil almas mexicanas presentes.

Reconhecida como a torcida mais apaixonada do México, os torcedores “grunhiam” como se fossem tigres, berravam, cantavam. Nesse clima, o covil mexicano se tornou uma verdadeira panela de pressão. 



PRECISÃO FRANCESA


Tigres x Internacional Inter Libertadores Monterrey Estádio Universitário Inter Tigres gol Gignac Tigres  (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Gignac "voa" ao comemorar gol contra o Inter 
 (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)


Ele já havia demonstrado qualidade nos primeiros 90 minutos, mas faltava o gol. Desta vez, Gignac não falhou a pontaria. Pelo contrário, o grandalhão centroavante francês mostrou precisão para abrir o marcador e encaminhar a classificação felina.

Aos 29 anos, Gicnac vibrou como se fosse um garoto. Correu em direção ao banco de reservas e voou no ar, dando um soco no ar. Justificou o fato de ser chamado de contratação “bomba” pela imprensa local. E esteve próximo de marcar outras vezes.



EFEITO AQUINO

Aquino "infernizou" defesa do Inter (Foto: Diego Guichard)
Aquino "infernizou" defesa do Inter 
(Foto: Diego Guichard)

Gignac era a referência na área, enquanto Rafael Sobis assumiu a responsabilidade no aspecto da liderança. Mas, se o Tigres conseguiu a vitória, muito foi pelo corredor Aquino. Meia-esquerda, o mexicano era imparável. Na gíria do futebol, poderia ser chamado de “liso”, o cara que não encontra marcação.

Aquino abriu espaços na defesa do Inter e deitou e rolou para cima de William. Quando entrou na área a dribles, acabou derrubado, em pênalti não convertido por Sobis.



SOBISS, UM  CAPÍTULO Á PARTE

Duas vezes campeão da Libertadores pelo Inter, Rafael Sobis foi o personagem dessas semifinais. Quando D’Alessandro tentava falar como juiz, lá estava o camisa 9 do Tigres pronto para reclamar. Ele também chamou a responsabilidade, queria que o jogo passasse por ele.

Tigres Inter Libertadores festa jogo Rafael Sóbis (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Rafael Sóbis foi ovacionado pela torcida (Foto: 
Diego Guichard/GloboEsporte.com)


Sobis tem somente seis meses de Tigres, mas já conquistou tamanha idolatria que parece estar há anos no clube. No segundo tempo, quando Aquino foi derrubado dentro da área, tirou a bola da mão de Gignac e pediu para efetuar a cobrança. Como era Alisson - seu amigo pessoal - no gol, mudou a forma de fazer a cobrança e acabou vencido pelo arqueiro colorado. Foi quando a torcida mexicana se levantou e, em uníssono, começou a apoiar o atacante:


- Sobis,  Sobis, Sobis!

O atacante foi o último atleta do Tigres a deixar o gramado. Saiu ovacionado de campo e ainda teve tempo de tirar selfies com torcedores, enquanto escutava um "te amo, Sobis".



ESPERANÇA CURTA


Lisandro López desconta para o Inter (Foto: Diego Guichard)
Lisandro López desconta para o Inter 
(Foto: Diego Guichard)


O Inter não jogou bem, isso é fato. Teve poucas chances de gol, até que Lisandro López conseguiu um raro espaço na área adversária para marcar em chute cruzado, aos 43 minutos.

Se o Inter fizesse mais um gol, estaria classificado para a final. Mas, com poucos minutos do final, pesou o nervosismo, multiplicado pela ansiedade. Esses dois sentimentos juntos geraram excessivas bolas de ligações diretas, até que o árbitro apitou o final do jogo. 



CHORO E MARÍACHIS

Tigres Inter Libertadores festa jogo D'Alessandro (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
D'Alessandro chora ao deixar o campo (Foto: 
Diego Guichard/GloboEsporte.com)


Com o apito final, veio a desclassificação do Inter, seguida de choro. Alisson caiu no gramado sozinho, antes de ser consolado por outros jogadores. Escolhido para o exame antidoping, D’Alessandro cruzou o campo com lágrimas nos olhos, enquanto fogos de artifício eram lançados ao céu e uma chuva de confetes invadia o campo.

E então, veio a festa, um tanto surpreendente para brasileiros. Dezenas de mariachis – músicos tradicionalistas do México – entraram em campo e iniciaram um show. E a vitória do Tigres virou uma verdadeira festa, que já entrou para a história do clube e do país.  


Tigres Inter Libertadores festa jogo músicos (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Tigres comemora vaga com mariachis (Foto: 
Diego Guichard/GloboEsporte.com)


Confira as notícias do esporte gaúcho no globoesporte.com/rs


FONTE:
http://glo.bo/1CRI0yF?utm_source=link&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

Nenhum comentário: