domingo, 19 de julho de 2015

Expulsa de casa pela mãe, Iris mora com técnico e desponta no taekwond

Medalhista de bronze no Mundial deste ano e favorita ao ouro em Toronto, fluminense Iris Song supera grave crise familiar para virar destaque brasileiro na arte marcial



Por
Direto de Toronto, Canadá

Iris Sing taewondo (Foto: Reprodução/Facebook)Iris Sing busca o ouro no Pan de Toronto
(Foto: Reprodução/Facebook)


Quem diria que uma filha expulsa de casa pela mãe, porque sonhava ser uma grande lutadora de taekwondo, um dia iria virar uma das melhores do mundo na modalidade. Neste domingo, a partir das 15h (de Brasília), Iris Sing tenta subir ao pódio nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. O drama familiar é um importante trecho da biografia dessa menina de 24 anos - hoje favorita ao ouro no peso-mosca (até 49kg). Após sofrer preconceito dentro da própria casa por insistir em seguir uma carreira incerta no esporte, a fluminense de Itaboraí foi obrigada pela progenitora, Marli, a procurar um novo lugar para viver. Ela encontrou abrigo na residência do técnico Diego Guimarães, que, mesmo casado, hospeda até hoje a medalhista de bronze no Mundial da Rússia, em maio deste ano. O local de treinamento é o quintal da casa do mestre que lhe abriu as portas de um novo lar.

- A minha vida daria um bom livro. Minha mãe me expulsou de casa, porque a gente brigava todos os dias. Eu queria ter uma carreira no taekwondo e ela não aceitava, ficava dizendo que eu não seria ninguém na vida e que ela não iria me ajudar em nada. Ela até se negava a me dar comida, eu comia escondida para não passar mal. Há três anos, fui morar com a família do meu técnico e não parei de evoluir na carreira - afirmou a lutadora, que encontra raramente a sua mãe, na pequena Itaboraí, a cerca de 50km do Rio de Janeiro.

Número 4 do ranking mundial, Iris vive o melhor momento da sua carreira. Após o pódio no Mundial, ganhou visibilidade, mas não melhorou sua situação financeira, já que o taekwondo não é um dos esportes mais populares no Brasil. Uma medalha de ouro no Pan do Canadá é vista por ela como uma grande oportunidade de conseguir patrocinadores, que, somados ao seu Bolsa Pódio e uma ajuda do Exército Brasileiro, lhe ajudarão a construir uma casa, ali mesmo em Itaboraí.

- Eu quero muito ganhar esse ouro no Pan, para evoluir no taekwondo e conseguir terminar a minha casinha. A minha vida melhorou muito, mas ainda pode melhorar muito mais. Antes, eu precisava ficar batendo de porta em porta, sem comer nada, para pedir ajuda, pedir que me apoiasse, agora tenho ajuda do Governo e do Exército, mas ainda preciso ganhar mais para focar só no esporte.

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Companheira de Iris na seleção, Raphella Galacho é uma das musas do Pan

Iris Sing em ação durante o Mundial de Taekwondo (Foto: Reprodução / Facebook)
Iris Sing em ação durante o Mundial da Rússia, 
em abril (Foto: Reprodução / Facebook)


Depois de superar a saída forçada de casa e ter de comer escondida, Iris não se intimida quando precisa enfrentar fortes adversárias na área de luta do esporte que escolheu para seguir carreira. Em Toronto, suas principais rivais serão a mexicana Itzel Manjarrez, a canadense Yvette Yong e a americana Charlotte Craig, todas entre as 20 melhores do ranking mundial. Nada que assuste a determinada lutadora.

- Este ano está sendo ótimo para mim no esporte. Eu só aceito, no mínimo, a medalha de prata, mas vou entrar para ganhar o ouro, subir no alto do pódio e ouvir o Hino Nacional. Por tudo que sofri, eu mereço ser campeã do Pan. Vontade não vai faltar.
O taekwondo é um dos esportes em que o Pan de Toronto faz parte do processo de classificação olímpica para os Jogos Rio 2016. Mais um ingrediente e tanto para que Iris dê um gás a mais na competição.

- O campeão ganha 40 pontos no ranking olímpico. É uma pontuação muito importante, perto do que é dado no Mundial. Imagina disputar as Olimpíadas em casa? Que sonho. Eu quero muito e vou dar muitos chutes e socos nas adversárias para conseguir atingir isso.

O Brasil também será representado neste domingo no taekwondo pelo peso-mosca (até 59kg) Venilton Torres Teixeira. A disputa da arte marcial vai até a próxima quarta-feira, Além de Iris e o amapaense, o Time Brasil também contará com as participações de Josiane Lima (até 57kg), Júlia dos Santos (até 67kg), Raphaella Galacho (acima de 67kg), Henrique de Moura (até 68kg), André Bilia (até 80kg) e Guilherme Félix (acima de 80kg).


FONTE:
http://glo.bo/1Sv1omH?utm_source=link&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

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