quinta-feira, 9 de abril de 2015

Com jeito e sonho em comum, Juciely e Carol se completam em rede do Rio

Sorridentes e explosivas, centrais têm funções diferentes no time de Bernardinho e desejo igual na cabeça: estar nas Olimpíadas. Concorrência na seleção é minimizada


Por
Rio de Janeiro

 
Juciely e Carol (Foto: Divulgação)Juciely e Carol se divertem em treino do Rio antes de a decisão contra o Minas (Foto: Divulgação)


Uma é do signo de Sagitário, tem 34 anos e sua principal função é o ataque, a outra é ariana, de 24 anos (completa nesta quarta) e o bloqueio é a especialidade da casa, mas as diferenças entre Juciely Cristina da Silva Barreto, a "Jucy", e Ana Carolina da Silva, a "Carol", param por aí. As mineiras têm em comum muito mais do que o estado onde nasceram e o Silva na certidão de nascimento. Sorriso no rosto e ternura são características marcantes das centrais do time de vôlei do Rio de Janeiro, mas não capazes de esconder a personalidade forte e o jeito esquentado de ser, quando se sentem provocadas. 

A identificação fora e dentro da quadra aproximou a dupla desde a chegada da mais nova, em 2011. A sua ida no ano seguinte para atuar no Pinheiros só adiou a formação do "paredão carioca", que levantou o troféu da Superliga nas duas últimas edições e é o segundo melhor no quesito nesta temporada.

- Bem antes de ela vir para cá, algumas pessoas me diziam que tinha uma menina no Pinheiros muito parecida comigo jogando, e eu parei para observar. Quando ela chegou aqui, na primeira passagem, percebi que era mesmo. Era agitada, com a forma de ir para a bola e para o bloqueio igualzinha. Ela é um pouco esquentada, e eu também. Construímos uma relação bacana. Carol é super engraçada, divertida, sempre com um sorriso no rosto, apesar de, no jogo, ela ser bem concentrada. O que eu acho muito bonito nela é a alegria, o sorriso que ela estampa em cada ponto. Apesar de eu ser mais velha do que ela, existe uma troca de experiência, de informação. Isso tudo, dentro de quadra, é importante e gratificante - declarou Juciely.

A experiência da mais velha e o diálogo entre elas foram significativos no crescimento de Carol, convocada pela primeira vez por Zé Roberto no ano passado, conquistando o ouro do Grand Prix, no Japão, e o bronze no Mundial da Itália.

- O lado bom do adulto é isso, observar as mais experientes e aprender, não só o tático, mas o comportamento fora de quadra, você tenta tirar proveito daquilo. E ela me ajuda muito. A gente sempre procura dar um toque uma para a outra nos bloqueios e nos ataques, principalmente nos ataques. Acho a Jucy como uma das atacantes de meio mais efetiva, ela é muito forte, tem muita potência e acabo buscando me espelhar nela. É uma pessoa que a gente sabe que pode contar. Isso me deixa mais confortável no jogo. O relacionamento é o melhor possível - destacou Carol.

Juciely e Carol (Foto: Divulgação)
Paredão carioca: caras-metades do Rio, Juciely 
e Carol têm importante missão no time de 
Bernardinho (Foto: Divulgação)


O estilo de jogo de cada uma faz a rede de Bernardinho ser uma das mais completas desta Superliga. Enquanto Juciely é especialista em fugir do bloqueio adversário, Carol costuma ser a pedra no sapato das atacantes rivais.

- Já escutei isso de eu ser mais ataque e ela mais bloqueio. Ela é uma jogadora que tem que bloquear, assim como eu tenho que atacar. Somos diferentes e uma dupla que se complementa - afirmou a mineira de João Monlevade, que está na Cidade Maravilhosa desde 2010.

- A Jucy tem a segurança dela no ataque, vai rodar qualquer bola que derem para ela e eu tento contribuir no bloqueio. Nossa função na rede é essa, a minha mais bloquear e a dela mais atacar. Tem esse complemento. Quando efetuamos isso bem, ajudamos o time - corroborou a caçula de BH, melhor aproveitamento de bloqueio da competição, com média de 29.7%.

Juciely jogo vôlei Brasil x Rússia (Foto: EFE)Juciely em ação pelo Brasil. Ela e Carol podem vir a disputar uma vaga nos Jogos do Rio (Foto: EFE)


Se existe um objetivo em comum pela luta do tricampeonato consecutivo da Superliga, ao mesmo tempo, Juciely e Carol são concorrentes diretas à vaga na Olimpíada do Rio de 2016. Com outros nomes fortes na posição, como Thaisa, Fabiana e Adenízia, é provável que só exista um lugar para as duas na lista de Zé Roberto Guimarães, fato que aconteceu na disputa do último Mundial, entre setembro e outubro de 2014. Na ocasião, Carol prosseguiu para a Itália ao lado das três citadas acima, enquanto Jucy teve que voltar para casa.

- (Concorrência) é super saudável, temos a consciência de que fazemos o nosso melhor e de que podemos chegar lá. Torcemos uma pela outra, mas não tem nenhuma brincadeira entre a gente, não. Trabalhamos todo o dia para fazer o nosso trabalho aqui no clube e defender nosso país. Ter a oportunidade de disputar as Olimpíadas aqui é o sonho de qualquer atleta - disse Carol.

- Não só ela (Carol), mas várias outras são concorrentes na posição. Se a oportunidade for dada, que seja bem-vinda. Somos concorrentes, mas, dentro de quadra, muito companheiras uma da outra. Ela está numa boa fase. Independentemente se eu for estar ou não na seleção, vou torcer muito por ela, que é muito merecedora de tudo o que está acontecendo com ela - fechou Juciely, que sabe ser essa sua última chance de disputar pela primeira vez os Jogos.

A dupla mineira-carioca terá importante missão nesta quinta-feira: desbancar o Minas, no Ginásio do Tijuca. Caso isso aconteça, Jucy e Carol irão à terceira final seguida de Superliga. O segundo jogo da semifinal está marcado às 21h30m (horário de Brasília). O SporTV transmite. Os assinantes do Canal Campeão também podem acompanhar tudo pelo SporTV Play.

Vôlei Brasil Carol (Foto: Alexandre Arruda / CBV)
No último Mundial, Carol levou a melhor e foi 
a escolhida por Zé Roberto (Foto: 
Alexandre Arruda / CBV)


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