quarta-feira, 11 de março de 2015

"Vai ser parelho", alerta pai de Gabriel Medina sobre Glenn Hall, próximo rival

Para Charles, padrasto e treinador de Gabriel, irlandês será um adversário difícil por ter físico mais adequado para ondas pequenas: "A chance é de 50% para cada um"


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Direto de Gold Coast, Austrália
 

Gabriel Medina entrou na água nesta quarta-feira em Gold Coast. Mas apenas para treinar, antes de começarem as baterias da repescagem. Por ter vencido na estreia da etapa de abertura do Mundial de Surfe, o brasileiro já havia garantido vaga diretamente no round 3. Do palanque montado na praia de Snapper Rocks, o fenômeno de Maresias observou com atenção todas as disputas da segunda fase. E logo no terceiro confronto do dia, descobriu quem seria seu próximo adversário: o irlandês nascido na Austrália, Glenn Hall, que surpreendeu o taitiano Michel Bourez, número 5 do mundo. 

Gabriel Medina observa baterias da repescagem em Gold Coast - mundial de surfe (Foto: Luciana Pinciara / Motion Photos)
Gabriel Medina observa baterias da repescagem 
em Gold Coast - mundial de surfe (Foto: 
Luciana Pinciara / Motion Photos)


Por ser o atual campeão, Gabriel possui o melhor “seed” no momento. E é este item que define os cruzamentos na terceira fase. Os surfistas mais bem ranqueados enfrentam os de pior colocação. E Hall é justamente o número 34 dos 36 que disputam a etapa. Os dois surfistas abaixo dele, Dane Reynolds e Jack Freestone, porém, foram eliminados por Mick Fanning e Kelly Sltater nas baterias anteriores.

Padrasto e treinador de Medina, Charles alertou que, apesar de mal ranqueado, Glenn será um adversário perigoso para o filho:

- O Glenn Hall será um adversário difícil, apesar de ocupar uma das últimas posições do ranking. Esse mar pequeno acaba favorecendo um pouco ele, que é menor – o Gabriel tem 1,80m, ele tem pouco mais de 1,60m. Tem que ficar esperto. Ele surfou bem, de backside, e o mar estava bem difícil. Vai ser uma bateria parelha. Mas enquanto não começar a bateria, não tem favoritismo. Não é a altura, não é o mar que conta. Ninguém ganha de véspera. A chance é de 50% para cada um.

Glenn Hall em ação na repescagem da etapa de Gold Coast, Austrália (Foto: Divulgação)
Glenn Hall em ação na repescagem da etapa de 
Gold Coast, Austrália (Foto: Divulgação)


O irlandês, por sua vez, não teme enfrentar o atual campeão mundial:

- Qualquer um pode conquistar grandes pontuações. Não importa quem você é, seja o Gabriel ou qualquer outro. Quem pegar boas ondas, conseguirá boas pontuações. Eu confio em mim mesmo. Vou tentar pegar as melhores ondas, surfar bem, de forma calculada e catalisar as chances que tiver. Quero estar apenas nas boas ondas. Prefiro colocar um monte de pensamento positivo no que faço para me colocar na melhor chance – disse Glenn.

O irlandês de 33 anos conseguiu uma vaga no circuito neste ano graças a um convite. Ele foi um dos dois surfistas condecorados pela organização da WSL (Liga Mundial de Surfe) com um “injury wild card”, que concede dois convites a atletas que se lesionaram recentemente. 

Gabriel Medina com Filipe Tooledo e Ítalo Ferreira acompanhando as baterias da repescagem em Gold Coast Mundial de Surfe (Foto: Luciana Pinciara / Motion Photos)
Gabriel Medina com Filipe Tooledo e Ítalo 
Ferreira acompanhando as baterias da 
repescagem (Foto: Luciana Pinciara)


Glenn estreou na elite em 2013, e teve como melhor resultado na carreira um 9º lugar na etapa do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano ele sofreu diversas lesões que o deixaram fora do restante da temporada, na qual terminou em 33º. Ainda se recuperando, em 2014, ele disputou seis etapas, não passando da 4ª fase em nenhuma das ocasiões.

Será o primeiro confronto entre Medina e Hall pelo Mundial de Surfe. Os dois só se encontraram antes em baterias da divisão de acesso. Os duelos eliminatórios da terceira fase começarão a partir das 18h00 desta quarta-feira (horário de Brasília), 7h00 em Gold Coast.


Novatos brasileiros encaram campeões mundiais

Se Medina deve se preocupar com seu adversário na segunda fase, imagine o que devem estar pensando os brasileiros estreantes na elite, Ítalo Ferreira e Wiggolly Dantas. Após vencerem na repescagem, os dois novatos encararão campeões mundiais na próxima fase: Kelly Slater (EUA) e Joel Parkinson (AUS).

Ítalo terá pela frente ninguém menos que o onze vezes campeão mundial Slater:

- Será uma bateria muito dura. Virei com todas as forças. O Kelly é um adversário muito forte, muito inteligente. Não se pode dar espaço para ele, tem que ir para cima. É o que vou fazer. Espero pegar boas ondas para mostrar meu surfe. Estou confiante - garantiu o potiguar.
Já Wiggolly vai encarar o surfista da casa, Joel Parkison, campeão de 2012:

- Já competi algumas baterias com ele, já ganhei dele, já perdi. Ele sempre falava comigo "quero competir contigo na minha casa". E agora vai acontecer isso. A gente é muito amigo. Vou ficar bem focado para conseguir um bom resultado e avançar.

Além de Medina, Ítalo e Wiggolly, outros três brasileiros seguem na competição. Adriano de Souza (Mineirinho) enfrenta o havaiano Freddy Patacchia, Miguel Pupo pega o australiano Josh Kerr, e Filipe Toledo desafia o americano Kolohe Andino. Jadson André foi eliminado ao perder na repescagem para o compatriota Pupo.


confira as baterias da 3ª fase

1: Kelly Slater (EUA) x Ítalo Ferreira (BRA)
2: Josh Kerr (AUS) x Miguel Pupo (BRA)
3: Joel Parkinson (AUS) x Wiggolly Dantas (BRA)
4: Taj Burrow (AUS) x Sebastian Zietz (HAV)
5: Nat Young (EUA) x Julian Wilson (AUS)
6: Gabriel Medina (BRA) x Glenn Hall (IRL)
7: Mick Fanning (AUS) x Dusty Payne (HAV)
8: Owen Wright (AUS) x Bebe Durbidge (AUS)
9: Adriano de Souza (BRA) x Fredrick Patacchia (HAV)
10: Jordy Smith (AFS) x Matt Banting (AUS)
11: Kolohe Andino (EUA) x Filipe Toledo (BRA)
12: John John Florence (HAV) x Matt Wilkinson (AUS)


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