Para Charles, padrasto e treinador de Gabriel, irlandês será um adversário difícil por ter físico mais adequado para ondas pequenas: "A chance é de 50% para cada um"
Gabriel Medina entrou na água nesta quarta-feira em Gold Coast. Mas apenas para treinar, antes de começarem as baterias da repescagem. Por ter vencido na estreia da etapa de abertura do Mundial de Surfe, o brasileiro já havia garantido vaga diretamente no round 3. Do palanque montado na praia de Snapper Rocks, o fenômeno de Maresias observou com atenção todas as disputas da segunda fase. E logo no terceiro confronto do dia, descobriu quem seria seu próximo adversário: o irlandês nascido na Austrália, Glenn Hall, que surpreendeu o taitiano Michel Bourez, número 5 do mundo.
Gabriel Medina observa baterias da repescagem
em Gold Coast - mundial de surfe (Foto:
Luciana Pinciara / Motion Photos)
Por ser o atual campeão, Gabriel possui o melhor “seed” no
momento. E é este item que define os cruzamentos na terceira fase. Os surfistas
mais bem ranqueados enfrentam os de pior colocação. E Hall é justamente o número
34 dos 36 que disputam a etapa. Os dois surfistas abaixo dele, Dane Reynolds e
Jack Freestone, porém, foram eliminados por Mick Fanning e Kelly Sltater nas
baterias anteriores.
Padrasto e treinador de Medina, Charles alertou que, apesar
de mal ranqueado, Glenn será um adversário perigoso para o filho:
- O Glenn Hall será um adversário difícil, apesar de ocupar
uma das últimas posições do ranking. Esse mar pequeno acaba favorecendo um
pouco ele, que é menor – o Gabriel tem 1,80m, ele tem pouco mais de 1,60m. Tem que ficar esperto. Ele surfou
bem, de backside, e o mar estava bem difícil. Vai ser uma bateria parelha. Mas
enquanto não começar a bateria, não tem favoritismo. Não é a altura, não é o
mar que conta. Ninguém ganha de véspera. A chance é de 50% para cada um.
Glenn Hall em ação na repescagem da etapa de
Gold Coast, Austrália (Foto: Divulgação)
O irlandês, por sua vez, não teme enfrentar o atual campeão
mundial:
- Qualquer um pode conquistar grandes pontuações. Não
importa quem você é, seja o Gabriel ou qualquer outro. Quem pegar boas ondas,
conseguirá boas pontuações. Eu confio em mim mesmo. Vou tentar pegar as
melhores ondas, surfar bem, de forma calculada e catalisar as chances que
tiver. Quero estar apenas nas boas ondas. Prefiro colocar um monte de
pensamento positivo no que faço para me colocar na melhor chance – disse Glenn.
O irlandês de 33 anos conseguiu uma vaga no circuito neste
ano graças a um convite. Ele foi um dos dois surfistas condecorados pela
organização da WSL (Liga Mundial de Surfe) com um “injury wild card”, que
concede dois convites a atletas que se lesionaram recentemente.
Gabriel Medina com Filipe Tooledo e Ítalo
Ferreira acompanhando as baterias da
repescagem (Foto: Luciana Pinciara)
Glenn estreou na elite em 2013, e teve como melhor resultado
na carreira um 9º lugar na etapa do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano ele sofreu
diversas lesões que o deixaram fora do restante da temporada, na qual terminou
em 33º. Ainda se recuperando, em 2014, ele disputou seis etapas, não passando
da 4ª fase em nenhuma das ocasiões.
Será o primeiro confronto entre Medina e Hall pelo Mundial
de Surfe. Os dois só se encontraram antes em baterias da divisão de acesso. Os
duelos eliminatórios da terceira fase começarão a partir das 18h00 desta
quarta-feira (horário de Brasília), 7h00 em Gold Coast.
Novatos brasileiros encaram campeões mundiais
Se
Medina deve se preocupar com seu adversário na segunda fase, imagine o
que devem estar pensando os brasileiros estreantes na elite, Ítalo
Ferreira e Wiggolly Dantas. Após vencerem na repescagem, os dois novatos
encararão campeões mundiais na próxima fase: Kelly Slater (EUA) e Joel
Parkinson (AUS).
Ítalo terá pela frente ninguém menos que o onze vezes campeão mundial Slater:
-
Será uma bateria muito dura. Virei com todas as forças. O Kelly é um
adversário muito forte, muito inteligente. Não se pode dar espaço para
ele, tem que ir para cima. É o que vou fazer. Espero pegar boas ondas
para mostrar meu surfe. Estou confiante - garantiu o potiguar.
Já Wiggolly vai encarar o surfista da casa, Joel Parkison, campeão de 2012:
-
Já competi algumas baterias com ele, já ganhei dele, já perdi. Ele
sempre falava comigo "quero competir contigo na minha casa". E agora vai
acontecer isso. A gente é muito amigo. Vou ficar bem focado para
conseguir um bom resultado e avançar.
Além de Medina,
Ítalo e Wiggolly, outros três brasileiros seguem na competição. Adriano
de Souza (Mineirinho) enfrenta o havaiano Freddy Patacchia, Miguel Pupo
pega o australiano Josh Kerr, e Filipe Toledo desafia o americano
Kolohe Andino. Jadson André foi eliminado ao perder na repescagem para o
compatriota Pupo.
confira as baterias da 3ª fase
1: Kelly Slater (EUA) x Ítalo Ferreira (BRA)
2: Josh Kerr (AUS) x Miguel Pupo (BRA)
3: Joel Parkinson (AUS) x Wiggolly Dantas (BRA)
4: Taj Burrow (AUS) x Sebastian Zietz (HAV)
5: Nat Young (EUA) x Julian Wilson (AUS)
6: Gabriel Medina (BRA) x Glenn Hall (IRL)
7: Mick Fanning (AUS) x Dusty Payne (HAV)
8: Owen Wright (AUS) x Bebe Durbidge (AUS)
9: Adriano de Souza (BRA) x Fredrick Patacchia (HAV)
10: Jordy Smith (AFS) x Matt Banting (AUS)
11: Kolohe Andino (EUA) x Filipe Toledo (BRA)
12: John John Florence (HAV) x Matt Wilkinson (AUS)
2: Josh Kerr (AUS) x Miguel Pupo (BRA)
3: Joel Parkinson (AUS) x Wiggolly Dantas (BRA)
4: Taj Burrow (AUS) x Sebastian Zietz (HAV)
5: Nat Young (EUA) x Julian Wilson (AUS)
6: Gabriel Medina (BRA) x Glenn Hall (IRL)
7: Mick Fanning (AUS) x Dusty Payne (HAV)
8: Owen Wright (AUS) x Bebe Durbidge (AUS)
9: Adriano de Souza (BRA) x Fredrick Patacchia (HAV)
10: Jordy Smith (AFS) x Matt Banting (AUS)
11: Kolohe Andino (EUA) x Filipe Toledo (BRA)
12: John John Florence (HAV) x Matt Wilkinson (AUS)
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