sábado, 27 de dezembro de 2014

Ano da virada: de Rubinho a Hypolito, brasileiros dão volta por cima em 2014

Após terminarem o último ano em baixa, atletas superam adversidades em 2014 e terminam temporada com bons resultados e esperança de mais conquistas em 2015


Por
Rio de Janeiro

 
Se no ano passado eles ainda buscavam recuperar seus melhores momentos na carreira, 2014 trouxe a Rubens Barrichello, Diego Hypolito, Felipe França, Thomaz Bellucci e Juliana Silva um momento de redenção. O piloto da Stock Car passou 23 anos sem conquistar um título no automobilismo até levantar o caneco da categoria no fim da temporada. O ginasta chegou a ficar fora da lista do Mundial, mas com duas lesões na equipe, ele ganhou a vaga de titular e foi um dos grandes destaques da histórica participação da seleção brasileira. O nadador superou a desilusão nas últimas Olimpíadas, recuperou sua melhor forma e conquistou cinco medalhas de ouro no Mundial em Doha. Bellucci começou o ano fora do top 100, mas recuperou seu bom tênis para classificar o Brasil à elite da Copa Davis. E Juliana terminou a temporada com o título mundial do circuito de vôlei de praia ao lado de Maria Elisa mesmo tendo que iniciar todas as etapas no qualifying. Confira como foi o ano de cada um desses atletas.

Montagem - volta por cima olímpicos (Foto: Editoria de Arte)
Ano foi de superação para Rubinho, Diego 
Hypolito, Felipe França, Thomaz Bellucci 
e Juliana (Foto: Editoria de Arte)


Rubens Barrichello
Foram 23 anos sem levantar uma taça ao final da temporada. Desde 1991, quando era ainda um jovem promissor e venceu a Fórmula 3 inglesa, Rubens Barrichello não conquistava o título de uma categoria. A espera no entanto, terminou em 30 de novembro, com o terceiro lugar em Curitiba, e o grito de campeão no pódio junto aos filhos.
De volta ao automobilismo brasileiro no fim de 2012, Rubinho mostrou que a volta por cima viria mesmo somente neste ano. Foi só em agosto de 2014 que ele conquistou sua primeira vitória na Stock Car, justamente na Corrida do Milhão, em Goiânia. Para o próprio piloto, o triunfo era um "renascimento". A prova da confiança veio logo na etapa seguinte, com o primeiro lugar também em Cascavel. No fim da temporada, somou 234 pontos, deixando Átila Abreu e Cacá Beuno para trás na disputa. A confiança aumentou e Rubinho espera novos triunfos em 2015 e vida longa na Stock Car.


Felipe França
No fim de 2013, ele avisou: seria o ano da ressurreição. Após engordar 20kg e chegar aos 115kg na "ressaca" olímpica com os maus resultados em Londres, Felipe França voltou com tudo em 2014, fechando o ano com cinco medalhas de ouro no mundial de piscina curta em Doha, no Catar. Para chegar ao alto nível alcançado no fim da temporada, o nadador focou nos treinamentos, chegando a pedir dispensa dos Jogos Sul-Americanos, em fevereiro. Em abril, pesando 100kg, ele já mostrava bons resultados, mas precisava evoluir ainda mais. A prata no Pan-Pacífico e depois o índice e o recorde sul-americano nos 100m peito no Brasileiro já mostravam qual seria o Felipe França que chegaria no Mundial. Em outubro, ele liderou a seleção brasileira no Sul-Americano, conquistando o ouro nos 200m peito.
Enfim, em dezembro, ele pôde mostrar o resultado da preparação de um ano de foco e muita luta: cinco medalhas de ouro no Mundial: 100m peito, 50m peito, revezamentos 4x100m medley, 4x50m medley misto e 4x50m medley. Agora, o foco de Felipe é outro: conquistar a sonhada medalha dourada nas Olimpíadas do Rio em 2016.


Thomaz Bellucci
O início de 2014 logo mostrou que Thomaz Bellucci precisaria reagir ao longo da temporada para provar seu valor. Após ser derrotado por Tsonga no Austrália Open, o paulista do Tietê foi ultrapassado pelo compatriota João Souza Feijão, caiu para a posição de número 125 do mundo e perdeu o posto de melhor brasileiro ranqueado. Bellucci se recuperou nas competições em solo nacional, indo às quartas do Rio Open e à semifinal do Brasil Open. Os resultados o recolocaram de volta ao top 100, em 86º. Com problemas físicos e desidratação, ele não pôde defender o país na Copa Davis contra o Equador. Ainda assim, os brasileiros levaram a melhor e se classificaram para a repescagem contra a Espanha, momento que marcaria a redenção de Bellucci. No grande circuito, caiu na segunda fase em Roland Garros e US Open, mas mostrou um bom tênis, dando confiança para os meses seguintes.
A vitória sobre o espanhol Pablo Andujar na Copa Davis resume bem o ano de Bellucci. Após começar mal no confronto, ele reagiu, conseguiu uma virada heroica e, ainda superaria Bautista Agut para recolocar o Brasil na elite da competição novamente, sendo exaltado pelos torcedores no Ibirapuera, em São Paulo. Depois do resultado histórico, o paulista do Tietê ainda mostrou seu bom momento ao ser vice no challenger de Orleans, e foi às quartas nos ATPs de Viena e Valencia, resultados que o recolocaram no top 50, e o fizeram fechar o ano em 65º lugar.

Diego Hypolito
O anúncio de que estaria fora do Mundial caiu com uma ducha de água fria sobre a cabeça de Diego Hypolito. Mesmo com bons resultados durante o ano no solo, o ginasta não foi incluído na inscrição da equipe brasileira que iria à China, e desabafou: "Estão me parando antes de eu sair". Porém, a lesão na coluna de Pétrix Barbosa abriu lhe abriu uma vaga entre os reservas e, mais tarde, a contusão de Caio Souza, deixou Hypolito como titular do Brasil. Determinado, ele deu show no solo e ajudou a colocar a seleção na inédita final por equipes. A sexta colocação foi o melhor resultado da história do país em mundiais.
E Diego não parou por aí: coroou sua volta por cima com o bronze no solo. Da decepção para a glória, ele bradou: "Esse é o dia mais feliz da minha vida". Depois da conquista, o ginasta confessou que passou por um período de depressão após a saída do Flamengo, e que a atual meta é completar o ciclo de superação com uma medalha nos Jogos Olímpicos de 2016, após as quedas de 2008 e 2012. E ele provou na Copa do Mundo de Medellín, disputada em novembro, que está no caminho certo: levou o ouro no solo e ainda foi além: subiu no lugar mais alto do pódio também no salto.






juliana silva
Em 2013 a implantação do sistema de seleções deixou Juliana fora do Circuito Mundial. Após criticar o formato, a jogadora foi cortada pela comissão técnica e não pôde disputar o Circuito Mundial, competição da qual era heptacampeã. Com o fim do sistema nesta temporada, a santista retornou às competições internacionais por um árduo caminho. Com a pontuação zerada pela inatividade no Circuito, precisou iniciar as etapas pelo qualifying.
Sem desanimar, a medalhista olímpica e sua parceira foram premiadas pela regularidade. Venceram apenas o Open de Xiamen, mas a presença constante no pódio lhes rendeu o título da temporada 2014. Com isso, Juliana ultrapassou a ex-parceira Larissa e a ex-jogadora Shelda, tornando-se a maior vencedora da história da competição.


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