Na trajetória do dirigente, série de títulos, como a Libertadores de 1998, a invasões de campo, "chocolate" no Flamengo e não pagamento de bicho contra o Fluminense
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Eurico Miranda voltará à presidência do Vasco, cargo para o qual já havia sido indicado pela decisão dos sócios vascaínos em outras três situações. A Chapa "Volta, Vasco! Volta, Eurico!" levou a melhor nesta terça-feira, e, no próximo dia 19, será homologado o retorno do advogado de 70 anos ao cargo mais importante do clube. Ao longo do dia, pesquisas de boca de urna revelavam que Eurico dificilmente não venceria o pleito. O triunfo foi conquistado com boa vantagem em eleição com recorde de votos. Julio Brant foi o segundo mais votado, seguido por Roberto Monteiro.
Na vida política do Vasco desde 1967, o que não falta a Eurico são títulos e polêmicas. Relembre aqui alguns dos pontos marcantes da trajetória do dirigente no Cruz-Maltino.
Eurico em campo na final da Copa João
Havelange: dirigente não queria o fim
da partida (Foto: Agência Estado)
Eurico Ângelo de Oliveira Miranda ingressou na política cruz-maltina em 1967, quando foi nomeado diretor de cadastro. Após impedir a ida de Roberto Dinamite para o Flamengo em 1980, repatriando-o do Barcelona, Eurico ganhou força política e se candidatou à presidência em 1982 e 1986, porém em ambas as disputas foi derrotado por Antônio Soares Calçada.
Como vice-presidente de futebol, muitos títulos
Após as derrotas seguidas para Calçada, o presidente de honra do Vasco o nomeia em 1986 vice-presidente de futebol. Iniciava-se uma era de muitos títulos. Como todo poderoso do futebol vascaíno, ganhou seis Cariocas (1987, 1988, 1992, 1993, 1994 e 1998), três Brasileiros (1989, 1997 e 2000), uma Libertadores (1998), um Rio São-Paulo (1999) e uma Mercosul (2000).
Em 2000, realizou um antigo sonho: sucedeu Calçada e se elegeu presidente do Vasco. Na função mais eminente do clube só conquistou o Carioca de 2003. Voltou a vencer o pleito que lhe daria direito a ser o mandatário do clube entre 2007 e 2009, mas a eleição terminou sendo anulada e houve novo pleito em 2008, quando Dinamite venceu o falecido Amadeu Pinto da Rocha - Eurico não foi cabeça de chapa na ocasião.
Invasão a campo contra o Paraná
Ao lado da trajetória vitoriosa como vice de futebol, Eurico colecionou de confusões na sua vida como dirigente esportivo. Um dos episódios mais citados é a invasão em campo contra o Paraná, pelo Brasileiro de 1999. O ex-árbitro Paulo César de Oliveira, após ter expulsado Juninho Pernambucano e Alex Oliveira, mostrou o vermelho a Mauro Galvão aos 42 minutos do segundo tempo. Eurico se revoltou e sua entrada no gramado fez Paulo Cesar encerrar o jogo. Com São Januário lotado, o dirigente alegou motivos de segurança para interferir na partida.
Na João Havelange 2000, uma das maiores polêmicas
No dia 30 de dezembro de 2000, a bola rolou para o jogo que decidiria a Copa João Havelange. Vasco e São Caetano empatavam por 0 a 0 quando o alambrado de São Januário cedeu, ainda no primeiro tempo. O acidente, cujo saldo foi de mais de 150 feridos, fez a partida ser paralisada e adiada para 18 de janeiro do ano seguinte. Eurico ofendeu publicamente o então governador Anthony Garotinho, que pedia a suspensão da partida. Em novo jogo, em janeiro de 2001, o Vasco venceu por 3 a 1 o time de São Paulo e foi tetracampeão brasileiro.
Farpas, vitórias e derrotas contra o Flamengo
Eurico também ficou conhecido pelas provocações, especialmente ao arquirrival Flamengo. Em 1999, deu errado. Com o Fla campeão da Taça Guanabara, avisou: "Já sabemos quem é o vice (do Carioca)". O Vasco, vencedor da Taça Rio, acabou derrotado na final do Carioca pelos rubro-negros. No ano seguinte, se deu bem. Às vésperas de um Clássico dos Milhões marcado para 23 de abril daquela temporada, avisou que sua equipe daria o chocolate da páscoa no Rubro-Negro. Na entrada, os vascaínos receberam milhares de doces. No campo, a previsão deu certo: 5 a 1. Os vascaínos deixaram o Maracanã cantando "Uh, é chocolate".
Em 2004, já como presidente, às vésperas de outra final com o eterno rival e depois de perder a primeira partida, garantiu que o chope do título carioca já estava comprado e novamente foi derrotado. Ao ser questionado a respeito da declaração, agrediu um repórter de jornal.
Ferino na pior fase da história do Fluminense
O "novo antigo" presidente do Vasco também andou irritando tricolores na época dos rebaixamentos. Em 1999, se deu bem quando disse que não pagaria bicho em caso de vitória sobre "time de terceira divisão". Venceu por 3 a 0. No ano seguinte, voltou a diminuir o rival e acabou eliminado da Copa do Brasil dentro de São Januário.
Na vida política, foi eleito deputado federal por duas vezes tendo o Vasco como seu grande chamariz. Em 2006, teve candidatura indeferida em primeira instância por "falta de condições morais", mas recorreu e conseguiu validá-la. Neste, porém, foi rejeitado nas urnas.
Eurico, de 70 anos, vence pela quarta vez um pleito presidencial no Vasco e dirigirá o clube nos próximos três anos.
Título da Taça Libertadores de 1998: o ponto
mais alto de Eurico Miranda à frente do Vasco
(Foto: O Globo
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