Técnico são-paulino critica condições da equipe, que enfrentou maratona para chegar ao Equador. Mesmo com derrota, time vai à semifinal da Copa Sul-Americana
Faltou
perna para os jogadores do São Paulo no segundo tempo
da partida contra o Emelec, nesta quarta, pela quartas de final da Copa
Sul-Americana, no Equador. O diagnóstico é do técnico Muricy Ramalho,
que
reclamou da maratona enfrentada pelo time antes de chegar a Guayaquil,
onde a
equipe foi derrotada por 3 a 2 mas conquistou a classificação – havia
vencido o
duelo de ida, no Morumbi, por 4 a 2. O próximo rival será o Nacional de
Medellín, que já na madrugada desta quinta novamente venceu o César
Vallejo por 1 a 0 e segue na competição.
O Tricolor saiu de Criciúma, onde enfrentou o time da cidade
pelo Brasileiro, no domingo. Dali partiu de ônibus até Florianópolis, onde voou
para Campinas. Do interior até o CT da Barra Funda, mais um trecho rodoviário.
Na segunda-feira, embarcou para o Equador. Só chegou ao hotel onde ficaria concentrado na
madrugada de terça-feira.
- Começou assim mesmo, com um gol que não era esperado.
Depois a gente colocou a bola no chão, que é o nosso jogo, e dominamos. Em duas
bobeadas o jogo mudou totalmente. Aí sentimos muito, não tínhamos mais perna,
era se defender. O time está no limite, a gente não estava inteiro para
encaixar um contra-ataque – afirmou o treinador.
O time da casa saiu na frente, mas o São Paulo conseguiu
virar. No segundo tempo, dois gols de pênalti recolocaram o Emelec na frente. A
partir daí, foi pura pressão dos anfitriões, que precisam de mais tento para levar
a decisão para os pênaltis, o que Rogério Ceni barrou.
Kaká e Ganso celebram gol contra o Emelec, no Equador (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)
- A gente não teve perna para melhorar no segundo tempo, mas
isso faz parte do calendário. O problema é que a gente tem perdido jogadores
importantes. Mas vamos brigar até o final pra ir bem nas duas competições –
completou Muricy, lembrando também do Brasileiro, onde o clube é o vice-líder,
com 59 pontos, cinco atrás do Cruzeiro.
- Mas não tem jeito, vamos chegar em casa às 3h da manhã na
sexta-feira. Estou vendo os caras ali e não tem quem por pra jogar – reclamou.
O São Paulo encara mais uma viagem no fim de semana, quando
vai a Bahia para desafiar o Vitória, no Barradão. O jogo é no domingo, às 17h.
Veja abaixo íntegra da entrevista de Muricy:
Gol no início
Verdade, a gente tomou um gol que não era esperado. Depois,
colocamos a bola no chão, dominamos. Conversamos no vestiário que eles viriam
muito forte novamente. Tomamos dois gols rapidamente e aí o jogo mudou
completamente. Tivemos de nos defender, jogar atrás. Esses caras estão tirando
forças de onde não têm. Só nos defendemos. Não tínhamos como sair no
contra-ataque. Sofremos mas é assim, mata-mata na Sul-Americana você ganha
assim.
Desgaste
E ainda tem de ganhar, pessoas que falam de futebol falam
muito. Sofremos demais para chegar aqui. Os caras estão arrebentados. Não há
tempo para recuperar. Estamos perdendo jogadores importantes. Toloi, Pato,
agora perdemos o Maicon. Muitos estão jogando num sacrifício imenso. Vamos
brigar nas duas competições.
Cansaço
Quando você tem perna, você briga. Saíamos da defesa para o
ataque. Quando tomamos os dois gols, a coisa complicou. Vamos chegar em casa às
três da manhã e vamos viajar. Não sei quem vou botar para jogar no domingo. Tá
tudo muito complicado. Vai fazer o quê? vamos arregaçar as mangas. Os jogadores
estão dando a vida, tomara que continue assim.
Soube segurar a pressão
Mostram que são muito profissionais. Estamos jogando direto,
viajando em condições sem ser as melhores. Jogadores estão dando a vida. Eles
querem o título, querem buscar o resultado e estão dando o máximo. Os caras
ficaram em cima da gente. O grupo é de pessoas boas, que não reclamam de nada, são
comprometidos, bem diferente do que era no ano passado.
Muricy Ramalho dá instruções na beira do
campo em Guayaquil (Foto: Rubens
Chiri/site oficial do SPFC)
FONTE?
Nenhum comentário:
Postar um comentário