Ex-jogador paraguaio travou grandes duelos com time celeste na década de 1990 e hoje comanda o Cerro Porteño
Muito simpático, o hoje
treinador relembrou a rivalidade que Cruzeiro e Palmeiras travaram na década de
1990. Arce preferiu não se ater a apenas uma partida, já que as equipes tiveram
duelos memoráveis que decidiram várias competições.
- É difícil de lembrar
só de um jogo. Houve várias finais e eram jogos difíceis. É um time de muita
tradição, de força, com a torcida que não fica calada nunca. Sempre tinham os
jogos decisivos de mata-mata com o grande time que tinha o Cruzeiro naquela
época. É a primeira vez que vou entrar no Mineirão novo. Mas o campo está
menor. Vai ser bom, vai ser uma festa e a gente está preparado para conseguir
um bom resultado.
Depois de encarar o Cruzeiro como
lateral, Arce retorna ao Mineirão
como técnico do Cerro (Foto:
Marco Astoni)
Três embates
Em
1998, Cruzeiro e
Palmeiras se encontraram três vezes na fase de mata-mata em diferentes
competições. No balanço, o time paulista levou a melhor. Na Copa do
Brasil, fizeram a final, e o Palmeiras sagrou-se campeão. No Brasileiro,
o Cruzeiro eliminou o Verdão,
nas quartas de final, mas acabou como vice. Isso além do confronto na
decisão da Mercosul.
Cruzeiro e Palmeiras
chegaram à final da competição sul-americana depois de derrotarem San
Lorenzo-ARG e Olimpia-PAR, respectivamente, nas semifinais. Debaixo de muita
chuva, o primeiro confronto aconteceu no Mineirão, do dia 16 de dezembro de
1998, e deu Cruzeiro. Marcelo Ramos abriu o placar. Roque Júnior empatou para o
Palmeiras. No fim do jogo, Alex Alves sofreu pênalti de Veloso. Fábio Júnior
bateu e deu números finais ao jogo: 2 a 1.
O Palmeiras precisava
vencer o segundo jogo para provocar um terceiro confronto. O regulamento do torneio
previa que decisão poderia ser feita em três jogos, caso cada equipe
vencesse cada um dos dois primeiros jogos.
Foi o que aconteceu no segundo jogo da decisão no Palesta Itália.
O Cruzeiro até saiu na
frente com um gol de pênalti de Fábio Júnior. Mas a reação do Palmeiras começou
nos pés do carrasco Arce. O paraguaio cobrou uma falta na cabeça do zagueiro
Cléber, que empatou a partida. Oséas virou o jogo depois de uma bobeira do
zagueiro João Carlos. Após escanteio cobrado por Arce, Paulo
Nunes desviou e finalizou o marcador em 3 a 1.
O último e decisivo
aconteceu também no Palestra Itália, no dia 29 de dezembro de 1998. O jogo
estava 0 a 0 até os 17 minutos do segundo tempo, quando o juiz assinalou um
falta para o Palmeiras na intermediária. Chance para Arce, certo? Errado. Quem
foi para a cobrança foi Júnior Baiano que chutou uma bomba, espalmada pelo
goleiro Dida. No entanto, o lateral paraguaio estava predestinado a ser
protagonista. Pegou o rebote e fez o gol que deu o título da Mercosul ao Palmeiras, em
1998.
Arce foi o autor do gol do título do
Palmeiras na Copa Mercosul de 1998
diante do Cruzeiro (Foto:
Getty Images)
Libertadores
Na Libertadores de 2001,
o fantasma Arce voltou a assombrar os cruzeirenses. Foi nas quartas de final
que o lateral paraguaio calou um Mineirão lotado. O primeiro jogo, em São
Paulo, havia terminado 3 a 3. Em solo mineiro, o Cruzeiro saiu na frente com gol
de Alessandro. Arce, em cobrança de falta, empatou a partida. O time celeste
desempatou novamente com gol de Cris de cabeça. No entanto, foi em outra bola
parada, que saiu dos pés de Arce, que o zagueiro Alexandre marcou e levou a disputa
para os pênaltis. O lateral paraguaio não desperdiçou sua cobrança,
e a Raposa acabou eliminada.
No entanto, apesar de
Arce ter sido carrasco do Cruzeiro, os números são favoráveis à equipe
mineira
contra o ex-lateral paraguaio. Foram 23 partidas do jogador contra o
time
celeste; cinco com a camisa do
Grêmio e 18 com a camisa do Palmeiras. No total, Arce venceu oito
partidas, empatou cinco e perdeu dez. Ele marcou três gols, deu várias
assistências
e foi expulso em uma oportunidade.
Amigos, amigos, futebol
à parte
O elenco do Cruzeiro tem um jogador que
conhece bem o treinador paraguaio. Também lateral, só que pela esquerda,
Samudio já foi comandado por Arce nas categorias de base do Libertad-PAR e na
seleção paraguaia, durante as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014. O
jogador cruzeirense, que vai encarar o ex-técnico nesta quarta-feira, não poupou
elogios.
Samudio chegou ao Cruzeiro com o aval de Arce (Foto: Reprodução / Premiere FC)
- Como jogador, Arce foi
um dos melhores laterais-direitos que vi. Aqui no Brasil, se reconhece muito
o seu trabalho. Eu tive a sorte de conviver com ele porque foi treinador da
base do Libertad-PAR, minha equipe. Também dirigiu a
seleção paraguaia. Como profissional é muito bom e como pessoa é excelente.
E quis o destino que
Samudio chegasse ao Cruzeiro. O jogador declarou o desejo de
defender o Cerro, mas fechou com time celeste para a disputa da Libertadores. A
transferência do lateral para Minas Gerais contou com o aval de Arce, quem
diria.
- Ele foi um que dos
ajudaram na minha vinda para o Cruzeiro. Foi muito importante. Alguns jornalistas
perguntaram de mim e ele falou maravilhas sobre mim. Então eu só tenho a
agradecer o professor Arce, que é uma pessoa maravilhosa.
Mas o feitiço pode virar
contra o feiticeiro. A bola rola nesta quarta-feira, no Mineirão, às 22h (de
Brasília) para o primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores entre
Cruzeiro e Cerro Porteño. Amigos fora das quatro linhas, os paraguaios viram adversários
dentro de campo, onde apenas um vai sobreviver na competição
sul-americana.
Números de Arce x
Cruzeiro:
23 jogos, 8 vitórias, 5 empates,10 derrotas, 3 gols e uma expulsão
Pelo Grêmio (1995 –
1997):
5 jogos: 2 vitórias, 1 empate e duas derrotas - Não marcou nenhum gol
1997 – Libertadores –
Cruzeiro 1 x 2 Grêmio
1997 – Libertadores –
Grêmio 0 x 1 Cruzeiro
1997 – Libertadores –
Cruzeiro 2 x 0 Grêmio
1997 – Libertadores –
Grêmio 2 x 1 Cruzeiro
1997 – Brasileiro –
Grêmio 0 x 0 Cruzeiro
Pelo Palmeiras (1998 –
2002):
18 jogos, 6 vitórias, 4 empates,8 derrotas, 3 gols e uma expulsão
1998 – Copa do Brasil –
Final – Cruzeiro 1 x 0 Palmeiras
1998 – Brasileiro –
Cruzeiro 3 x 1 Palmeiras1998 – Brasileiro – Cruzeiro 2 x 1 Palmeiras
1998 – Brasileiro – Palmeiras 2 x 1 Cruzeiro
1998 – Brasileiro – Palmeiras 2 x 3 Cruzeiro – cartão vermelho
1998 – Mercosul – Final – Cruzeiro 2 x 1 Palmeiras
1998 – Mercosul – Final – Palmeiras 3 x 1 Cruzeiro
1998 – Mercosul – Final – Palmeiras 1 x 0 Cruzeiro – um gol
1999 – Mercosul – Cruzeiro 3 x 0 Palmeiras
2000 – Mercosul – Palmeiras 0 x 2 Cruzeiro
2000 – Brasileiro – Palmeiras 0 x 1 Cruzeiro
2000 – Mercosul – Cruzeiro 0 x 0 Palmeiras
2000 – Mercosul – Palmeiras 3 x 2 Cruzeiro
2000 – Mercosul – Cruzeiro 1 x 2 Palmeiras – um gol
2001 – Libertadores – Palmeiras 3 x 3 Cruzeiro
2001 – Libertadores – Cruzeiro 2 x 2 Palmeiras (3 x 4) – um gol e pênalti convertido
2001 – Brasileiro – Palmeiras 2 x 1 Cruzeiro
2002 – Brasileiro – Cruzeiro 1 x 1 Palmeiras
* Arce não jogou o segundo jogo da final da Copa do Brasil de 1998
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/cruzeiro/noticia/2014/04/cruzeiro-reencontra-ex-lateral-arce-carrasco-em-duas-oportunidades.html
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