A CRÔNICA
por
Edgard Maciel de Sá
O final era previsível. Mas ainda assim o roteiro se repetiu e animou o
público na Arena Pernambuco. Taiti em campo na Copa das Confederações é
sinônimo de carisma, incentivo da torcida, pixotadas, lances
engraçados... E também goleada. Contra o Uruguai não foi diferente.
Mesmo com sua equipe reserva, a Celeste fez sua parte, venceu por 8 a 0
na tarde deste domingo no Recife e garantiu a esperada classificação
para a semifinal da competição. Depois da baba, no entanto, vem a
pedreira. O adversário na próxima fase será o Brasil.
- Ô Uruguai, pode esperar, a sua hora vai chegar! - gritava a torcida após o fim do jogo.
Teve de tudo na Arena. Golaço, pedido de ajuda ao juiz, pênalti defendido pelo goleiro Gilbert Meriel e até jogadores de Uruguai e Taiti sendo expulsos. Com Suárez, Cavani e Forlán poupados, quem aproveitou foi Abel Hernández. Com quatro gols no jogo, o atacante do Palermo, da Itália, saiu do zero para a vice-artilharia da Copa das Confederações, atrás apenas de Fernando Torres.
A cena mais bonita, no entanto, veio no fim. Quando o juiz apitou, os
jogadores do Taiti saíram do banco com bandeiras do Brasil às costas e
ainda exibiram uma faixa com os dizeres "Obrigado, Brasil". Mesmo com
três derrotas e 24 gols sofridos, a simpática seleção da Oceania
conquistou o país. Deu volta olímpica e tudo para se despedir. Com
simpatia e um eterno sorriso no rosto, deixou o gramado como se era
esperado: ovacionada de pé pelos pernambucanos.
Ao Uruguai, segundo colocado do Grupo B com seis pontos, caberá uma difícil missão. Repetir a Copa do Mundo de 1950 e surpreender o Brasil na casa do adversário mais uma vez. O confronto pela semifinal será realizado na próxima quarta-feira, às 16h (de Brasília), no Mineirão, em Belo Horizonte. A delegação celeste deve embarcar para a capital de Minas Gerais na tarde da próxima segunda.
Gol-relâmpago, 'Olé' e Hernández matador
Não deu nem para respirar. Bastou o jogo começar e o Taiti pegar na bola pela primeira vez para a Arena Pernambuco vibrar. Em uma cena incomum no futebol profissional, os gritos de 'Olé' para a amadora seleção da Oceania começaram antes de o relógio marcar um minuto. Tão rápido quanto o tempo que o Uruguai precisou para abrir o placar. Após escanteio da direita, Scotti escorou na primeira trave, e Abel Hernández apareceu livre para fazer 1 a 0. Vaias e protestos? Só mesmo contra a Celeste, já que o gol-relâmpago só serviu para aumentar ainda mais o apoio ao Taiti.
A cada roubada de bola, tentativa - quase sempre frustrada - de ataque
ou defesa do goleiro do Taiti, manifestações positivas. Havia até quem
gritasse pedindo para o juiz ajudar os taitianos. A cada troca de passes
uruguaia, vaias e mais vaias. Do banco, o trio Suárez, Cavani e Forlán
assistia a tudo inquieto. Os atacantes pareciam loucos para aproveitar a
oportunidade de enfrentar uma defesa frágil. Suspenso, o capitão Lugano
vibrava ao lado da família na arquibancada. Em campo, Hernández se
consagrava.
- Ei, juiz, ajuda o Taiti! - bradavam os torcedores da arquibancada.
A essa altura, Hernandez já havia marcado o segundo após belo chapéu em Jonathan Terau, e Peréz tinha anotado o terceiro aproveitando o rebote de uma cabeçada na trave. No último minuto, ainda saiu o quarto gol: Hernández, de novo, em belo passe de Gargano.
Pênalti defendido e expulsão animam a Arena
Se Hernández brilhava na frente, Scotti destoava atrás. Primeiro o zagueiro desperdiçou um pênalti sofrido por Aguirregaray. Atônito com o erro, sequer tentou o gol no rebote após a defesa estabanada de Meriel. A reação da torcida foi tão intensa que o lance acabou valendo praticamente como o segundo "gol" do Taiti na competição. Logo em seguida, Scotti conseguiu o improvável. Fez falta, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso diante de uma seleção amadora. Deixou o campo vaiado.
Não demorou muito e um zagueiro do Taiti também foi para o chuveiro
mais cedo após falta pela direita. Mas Ludivion sentiu todo o carinho da
torcida brasileira por sua seleção. Durante a rápida caminhada até o
centro do campo, foi aplaudido de pé pela Arena Pernambuco. E retribuiu
com sorrisos e acenos.
Os minutos se passaram, o roteiro não se alterou e o Uruguai fechou a goleada em 8 a 0. Ao todo, Hernández marcou quarto vezes, sendo um de pênalti, e chegou à vice-liderança da competição atrás apenas de Fernando Torres, da Espanha, que tem cinco. O botafoguense Lodeiro também deixou sua marca. Assim como Suárez, que entrou no fim do jogo e ainda teve tempo de marcar duas vezes - o suficiente para chegar aos 35 gols pelo Uruguai e passar o companheiro Forlán na artilharia histórica da seleção. Só faltou mesmo um gol do Taiti para fechar o jogo com chave de ouro e coroar todo o incentivo dos torcedores.
No fim, a bela cena com as bandeiras do Brasil e a faixa de agradecimento. Aos taitianos, restaram os aplausos e a reverência do povo brasileiro. Aos uruguaios, o aviso: contra o time de Felipão, Neymar, Fred e Cia, a história tem tudo para ser bem diferente.
- Ô Uruguai, pode esperar, a sua hora vai chegar! - gritava a torcida após o fim do jogo.
Teve de tudo na Arena. Golaço, pedido de ajuda ao juiz, pênalti defendido pelo goleiro Gilbert Meriel e até jogadores de Uruguai e Taiti sendo expulsos. Com Suárez, Cavani e Forlán poupados, quem aproveitou foi Abel Hernández. Com quatro gols no jogo, o atacante do Palermo, da Itália, saiu do zero para a vice-artilharia da Copa das Confederações, atrás apenas de Fernando Torres.
Abel Hernández comemora um de seus quatro gols na partida contra o Taiti (Foto: AFP)
Ao Uruguai, segundo colocado do Grupo B com seis pontos, caberá uma difícil missão. Repetir a Copa do Mundo de 1950 e surpreender o Brasil na casa do adversário mais uma vez. O confronto pela semifinal será realizado na próxima quarta-feira, às 16h (de Brasília), no Mineirão, em Belo Horizonte. A delegação celeste deve embarcar para a capital de Minas Gerais na tarde da próxima segunda.
Gol-relâmpago, 'Olé' e Hernández matador
Não deu nem para respirar. Bastou o jogo começar e o Taiti pegar na bola pela primeira vez para a Arena Pernambuco vibrar. Em uma cena incomum no futebol profissional, os gritos de 'Olé' para a amadora seleção da Oceania começaram antes de o relógio marcar um minuto. Tão rápido quanto o tempo que o Uruguai precisou para abrir o placar. Após escanteio da direita, Scotti escorou na primeira trave, e Abel Hernández apareceu livre para fazer 1 a 0. Vaias e protestos? Só mesmo contra a Celeste, já que o gol-relâmpago só serviu para aumentar ainda mais o apoio ao Taiti.
Esforçados, taitianos mais uma vez ganharam o apoio dos torcedores brasileiros (Foto: Reuters)
- Ei, juiz, ajuda o Taiti! - bradavam os torcedores da arquibancada.
saiba mais
Sem seus principais titulares, o Uruguai até dava muitos espaços para o
Taiti. Tocava a bola diversas vezes sem ameaçar o frágil adversário.
Mesmo tendo apenas 37% da posse de bola no primeiro tempo, a equipe da
Oceania finalizou quatro vezes ao gol. Duas delas com Vahirua. Mas o
lance que levantou mesmo a Arena nasceu dos pés de Chong Hue. O camisa
13 deu uma arrancada pela esquerda, passou pela defesa e chegou a
driblar o goleiro Silva, mas saiu com a bola pela linha de fundo.A essa altura, Hernandez já havia marcado o segundo após belo chapéu em Jonathan Terau, e Peréz tinha anotado o terceiro aproveitando o rebote de uma cabeçada na trave. No último minuto, ainda saiu o quarto gol: Hernández, de novo, em belo passe de Gargano.
Comemoração de gol do Uruguai: cena se repete por oito vezes na partida (Foto: Reuters)
Se Hernández brilhava na frente, Scotti destoava atrás. Primeiro o zagueiro desperdiçou um pênalti sofrido por Aguirregaray. Atônito com o erro, sequer tentou o gol no rebote após a defesa estabanada de Meriel. A reação da torcida foi tão intensa que o lance acabou valendo praticamente como o segundo "gol" do Taiti na competição. Logo em seguida, Scotti conseguiu o improvável. Fez falta, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso diante de uma seleção amadora. Deixou o campo vaiado.
Gilbert Meriel ainda defendeu um pênalti cobrado
por Scotti no segundo tempo (Foto: Reuters)
por Scotti no segundo tempo (Foto: Reuters)
Os minutos se passaram, o roteiro não se alterou e o Uruguai fechou a goleada em 8 a 0. Ao todo, Hernández marcou quarto vezes, sendo um de pênalti, e chegou à vice-liderança da competição atrás apenas de Fernando Torres, da Espanha, que tem cinco. O botafoguense Lodeiro também deixou sua marca. Assim como Suárez, que entrou no fim do jogo e ainda teve tempo de marcar duas vezes - o suficiente para chegar aos 35 gols pelo Uruguai e passar o companheiro Forlán na artilharia histórica da seleção. Só faltou mesmo um gol do Taiti para fechar o jogo com chave de ouro e coroar todo o incentivo dos torcedores.
No fim, a bela cena com as bandeiras do Brasil e a faixa de agradecimento. Aos taitianos, restaram os aplausos e a reverência do povo brasileiro. Aos uruguaios, o aviso: contra o time de Felipão, Neymar, Fred e Cia, a história tem tudo para ser bem diferente.
Com bandeiras do Brasil e faixa, jogadores do Taiti agradecem à torcida brasileira (Foto: Reuters)
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