A CRÔNICA
por
GLOBOESPORTE.COM
Uma vitória implacável do primeiro ao último minuto. Assim foi, de
forma emocionante, o triunfo do Botafogo sobre o Flamengo por 2 a 0,
neste domingo, no Engenhão. Com um gol de Julio Cesar logo no lance
inicial e de Vitinho no fim (aos 48), o time alvinegro garantiu vaga na
final da Taça Guanabara e quebrou um jejum de quase três anos sem vencer
o rival. Os último triunfo havia sido conquistado em 18 de abril de
2010, no 2 a 1 da cavadinha de Loco Abreu que garantiu a Taça Rio e o
título carioca no Maracanã.
Ainda por cima, essa vitória é a primeira sobre os rubro-negros no Engenhão, justamente no dia do aniversário de Zico, que completou 60 anos. O "presente" para o ídolo rival teve a assinatura de vários personagens importantes. Além dos autores dos gols, outros dois não podem ser esquecidos: o goleiro Jefferson, que além das grandes defesas puxou o contra-ataque para o segundo gol, de Vitinho. E o camisa 10 Seedorf, que com experiência comandou a equipe nos momentos mais críticos na partida.
- O Botafogo não pode se contentar com o vice. Vamos brigar para sermos campeões.
A torcida rubro-negra, que chegara ao Engenhão fazendo festa para Zico - levou máscaras com o rosto do ídolo e bandeiras com mensagens -, saiu com a certeza de que o time precisa melhorar, e muito, para brigar pelo título. Agora, ao Flamengo só resta a Taça Rio para ter esperanças de chegar à decisão do Campeonato Estadual. O time não perdia desde 10 de outubro, quando foi derrotado por 3 a 2 pelo Corinthians, no Campeonato Brasileiro.
O lateral Léo Moura pede ao time que não se abata com a derrota e considerou o goleiro Jefferson o grande responsável pelo resultado.
- Tivemos chances de empatar e até virar. Mas o goleiro deles estava em uma tarde muito inspirada. Agora é trabalhar para o segundo turno.
Gol veloz
O primeiro tempo já terminara com vitória incontestável do Botafogo. Sob comando de Seedorf e Lodeiro, o time alvinegro foi superior desde o primeiro minuto, quando abriu o placar sobre uma equipe que sequer conseguiu dar um chute a gol em 45 minutos. E o Flamengo, que entrou em campo com o nome de Zico às costas na camisa - em homenagem aos 60 anos completados neste domingo -, tinha a vantagem do empate. Que virou pó graças a uma grande jogada do novo titular da lateral esquerda alvinegra.
Confirmado pelo técnico Oswaldo de Oliveira no lugar do negociado Márcio Azevedo, Julio Cesar entrou querendo matar um leão. E, após receber de Seedorf, partiu da esquerda para o meio driblando o primeiro, depois o segundo e o terceiro, até bater cruzado, sem defesa para Felipe: golaço alvinegro numa defesa que não via a bola entrar na rede havia quatro partidas.
Não poderia ser melhor para o Botafogo o começo. Após tomar a vantagem
do rival logo no começo, a estratégia era botar a bola no chão e tentar
conter um possível ímpeto rubro-negro. Ficou até mais fácil diante da
pouca organização do Flamengo, que sentiu o duro golpe. Na tentativa de
reagir logo, a opção era passar todas as bolas para Rafinha. A
velocidade do camisa 11 não garantia, no entanto, sequência na jogada.
Ainda por cima, Hernane passava a querer resolver sozinho - o que está
longe de ser seu forte. E Carlos Eduardo pouco aparecia.
Bota soberano
Melhor, muito melhor, para a equipe alvinegra. Se o camisa 10 do Flamengo nada produzia e ainda sofria com os erros de passe e marcação de Ibson e Elias, Seedorf virava o jogo com a habitual inteligência e tinha em Lodeiro um grande parceiro. Marcelo Mattos fechava bem o meio-campo, Fellype Gabriel fazia o vaivém sem comprometer, Lucas subia bem pela direita... E Bolivar voltou a aparecer de surpresa na área adversária, em boa cabeçada que Felipe defendeu. Na frente, no entanto, Rafael Marques se atrapalhou sempre - furou até bicicleta.
Se tivesse um atacante melhor, o Botafogo poderia muito bem ter aumentado a vantagem. A defesa rubro-negra, lenta com Wallace e González, dava espaços, ao contrário da alvinegra. O Flamengo não conseguia nem chutar a gol. Sequer abria o jogo pelas laterais - Léo Moura voltava a fechar para o meio e João Paulo apoiava mal.
Aos 38 minutos, Oswaldo de Oliveira sacou Andrezinho, que se contundiu mas era o jogador com atuação mais fraca no meio-campo, para pôr Gabriel, aumentando mais ainda o poder de marcação. Um choque de cabeça entre González e Fellype Gabriel - sem graves consequências - esfriou mais ainda os times no fim da primeira etapa. Com uma vantagem alvinegra embalada por momentos inspirados do camisa 10, Seedorf.
Mexidas no Fla
Dorival Junior mexeu no Flamengo. Sacou os reforços mais badalados da temporada mas apáticos em campo - Elias e Carlos Eduardo - para pôr Renato Abreu e Rodolfo. E a primeira jogada de ataque do Flamengo na partida ocorreu aos quatro minutos, quando João Paulo cobrou falta pela esquerda para Renato cabecear. Jefferson fez a defesa.
Renato até melhorou um pouco o meio-campo do Flamengo. Mas Cáceres,
lento, errava, e muito, na saída de bola. Do lado alvinegro, Lodeiro
sobrava na partida. Numa falta levantada na área rubro-negra, Fellype
Gabriel - outro muito bem em campo - por pouco não ampliou o placar.
Felipe defendeu, mas o árbitro já dera falta do jogador alvinegro.
O técnico rubro-negro mexeu novamente. Tirou Cáceres e botou Gabriel, recuando Ibson. Pelas laterais, João Paulo e Léo Moura procuravam abrir mais as jogadas, mas encontravam na defesa Bolívar e Dória bem seguros. E, aos 20 minutos, houve um lance polêmico: Rodolfo arriscou chute próximo da meia-lua. A bola tocou no braço de Marcelo Mattos, dentro da área. O árbitro Graziani Maciel Rocha interpretou como bola na mão.
Emoção até o fim
O Fla cresceu um pouco na partida. João Paulo, mais acionado, fez bom cruzamento para cabeçada de Hernane. Jefferson espalmou e, no rebote, foi com o pé esquerdo para impedir o gol do atacante rubro-negro, que teve atuação apagadíssima. Pouco depois, Gabriel, o rubro-negro, começou a aparecer no jogo e por pouco não empatou ao bater com perigo de fora da área. Jefferson voou e fez a defesa mais bonita.
Lodeiro, cansado, deu vez a Vitinho, que passou a usar a velocidade nos
contra-ataques. A partida ficou lá e cá. Ibson obrigou Jefferson a
outra grande defesa. Vitinho também deu trabalho para Felipe. Depois,
teve mais chances ao entrar livre na área.
A partida, emocionante até o fim, teve sufoco do Flamengo, com o goleiro Felipe na área do Botafogo tentando o gol de empate. Mas o contra-ataque do Botafogo tinha tudo para ser fatal. E foi. Jefferson salvou e puxou o contra-ataque para Vitinho, depois de perder várias chances, fazer o gol que levou a torcida alvinegra ao delírio. Nada mais justo para quem teve melhor organização em campo. Agora, é esperar o Vasco.
Ainda por cima, essa vitória é a primeira sobre os rubro-negros no Engenhão, justamente no dia do aniversário de Zico, que completou 60 anos. O "presente" para o ídolo rival teve a assinatura de vários personagens importantes. Além dos autores dos gols, outros dois não podem ser esquecidos: o goleiro Jefferson, que além das grandes defesas puxou o contra-ataque para o segundo gol, de Vitinho. E o camisa 10 Seedorf, que com experiência comandou a equipe nos momentos mais críticos na partida.
saiba mais
A torcida alvinegra que compareceu ao Engenhão - cuja renda foi de
831.380,00, com público pagante de 17.554 pessoas e presente de 21.545 -
já começara o domingo feliz por conta dos juniores, que eliminaram
também o Flamengo na fase semifinal da Taça Guanabara, mais cedo, na
Gávea. Depois, saiu de campo eufórica com a boa atuação do time. O
goleiro Jefferson também não escondia a empolgação, e mandou um recado.- O Botafogo não pode se contentar com o vice. Vamos brigar para sermos campeões.
A torcida rubro-negra, que chegara ao Engenhão fazendo festa para Zico - levou máscaras com o rosto do ídolo e bandeiras com mensagens -, saiu com a certeza de que o time precisa melhorar, e muito, para brigar pelo título. Agora, ao Flamengo só resta a Taça Rio para ter esperanças de chegar à decisão do Campeonato Estadual. O time não perdia desde 10 de outubro, quando foi derrotado por 3 a 2 pelo Corinthians, no Campeonato Brasileiro.
O lateral Léo Moura pede ao time que não se abata com a derrota e considerou o goleiro Jefferson o grande responsável pelo resultado.
- Tivemos chances de empatar e até virar. Mas o goleiro deles estava em uma tarde muito inspirada. Agora é trabalhar para o segundo turno.
Gol veloz
O primeiro tempo já terminara com vitória incontestável do Botafogo. Sob comando de Seedorf e Lodeiro, o time alvinegro foi superior desde o primeiro minuto, quando abriu o placar sobre uma equipe que sequer conseguiu dar um chute a gol em 45 minutos. E o Flamengo, que entrou em campo com o nome de Zico às costas na camisa - em homenagem aos 60 anos completados neste domingo -, tinha a vantagem do empate. Que virou pó graças a uma grande jogada do novo titular da lateral esquerda alvinegra.
Confirmado pelo técnico Oswaldo de Oliveira no lugar do negociado Márcio Azevedo, Julio Cesar entrou querendo matar um leão. E, após receber de Seedorf, partiu da esquerda para o meio driblando o primeiro, depois o segundo e o terceiro, até bater cruzado, sem defesa para Felipe: golaço alvinegro numa defesa que não via a bola entrar na rede havia quatro partidas.
Após
jogada sensacional, o lateral-esquerdo Julio Cesar bate sem defesa e
sai para comemorar o gol logo noprimeiro minuto contra o Flamengo
(Foto: Reginaldo Pimenta / Agência O Globo)
Bota soberano
Melhor, muito melhor, para a equipe alvinegra. Se o camisa 10 do Flamengo nada produzia e ainda sofria com os erros de passe e marcação de Ibson e Elias, Seedorf virava o jogo com a habitual inteligência e tinha em Lodeiro um grande parceiro. Marcelo Mattos fechava bem o meio-campo, Fellype Gabriel fazia o vaivém sem comprometer, Lucas subia bem pela direita... E Bolivar voltou a aparecer de surpresa na área adversária, em boa cabeçada que Felipe defendeu. Na frente, no entanto, Rafael Marques se atrapalhou sempre - furou até bicicleta.
Se tivesse um atacante melhor, o Botafogo poderia muito bem ter aumentado a vantagem. A defesa rubro-negra, lenta com Wallace e González, dava espaços, ao contrário da alvinegra. O Flamengo não conseguia nem chutar a gol. Sequer abria o jogo pelas laterais - Léo Moura voltava a fechar para o meio e João Paulo apoiava mal.
Aos 38 minutos, Oswaldo de Oliveira sacou Andrezinho, que se contundiu mas era o jogador com atuação mais fraca no meio-campo, para pôr Gabriel, aumentando mais ainda o poder de marcação. Um choque de cabeça entre González e Fellype Gabriel - sem graves consequências - esfriou mais ainda os times no fim da primeira etapa. Com uma vantagem alvinegra embalada por momentos inspirados do camisa 10, Seedorf.
Mexidas no Fla
Dorival Junior mexeu no Flamengo. Sacou os reforços mais badalados da temporada mas apáticos em campo - Elias e Carlos Eduardo - para pôr Renato Abreu e Rodolfo. E a primeira jogada de ataque do Flamengo na partida ocorreu aos quatro minutos, quando João Paulo cobrou falta pela esquerda para Renato cabecear. Jefferson fez a defesa.
Ibson perdeu maioria dos duelos para Lodeiro noclássico (Foto: Ivo Gonzalez / Agencia O Globo)
O técnico rubro-negro mexeu novamente. Tirou Cáceres e botou Gabriel, recuando Ibson. Pelas laterais, João Paulo e Léo Moura procuravam abrir mais as jogadas, mas encontravam na defesa Bolívar e Dória bem seguros. E, aos 20 minutos, houve um lance polêmico: Rodolfo arriscou chute próximo da meia-lua. A bola tocou no braço de Marcelo Mattos, dentro da área. O árbitro Graziani Maciel Rocha interpretou como bola na mão.
Emoção até o fim
O Fla cresceu um pouco na partida. João Paulo, mais acionado, fez bom cruzamento para cabeçada de Hernane. Jefferson espalmou e, no rebote, foi com o pé esquerdo para impedir o gol do atacante rubro-negro, que teve atuação apagadíssima. Pouco depois, Gabriel, o rubro-negro, começou a aparecer no jogo e por pouco não empatou ao bater com perigo de fora da área. Jefferson voou e fez a defesa mais bonita.
Seedorf mostra a velha classe e comanda time na vitória sobre o Fla (Foto: Jorge William / Ag. O Globo)
A partida, emocionante até o fim, teve sufoco do Flamengo, com o goleiro Felipe na área do Botafogo tentando o gol de empate. Mas o contra-ataque do Botafogo tinha tudo para ser fatal. E foi. Jefferson salvou e puxou o contra-ataque para Vitinho, depois de perder várias chances, fazer o gol que levou a torcida alvinegra ao delírio. Nada mais justo para quem teve melhor organização em campo. Agora, é esperar o Vasco.
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