campeonato carioca
TAÇA GUANABARA
PRIMEIRO TURNO
Após oito anos, Fla retorna ao subúrbio para encarar Madureira e encontra situações conhecidas de outros tempos: trânsito ruim, entradas apertadas...
Na tarde de sol desta quarta-feira, em pleno horário comercial, o
Flamengo voltou a jogar no estádio da Rua Conselheiro Galvão depois de
oito anos. O dono da carrocinha Rei da Pipoca de Madureira, com os
escudos de ambos os times estampados, estacionou em frente à sede e
contabilizou lucros. O vendedor de pipas do Mercadão inflacionou o
preço. Uma família flamenguista veio de Petrópolis para torcer para o...
Madureira. Cambistas, trânsito parado, problemas de acesso, jogadores
desembarcando no meio da rua para entrar no estádio, reclamação de
torcedores. Do lado de dentro, Eduardo Bandeira de Mello teve uma nova
missão presidencial com pequenos torcedores do Tricolor Suburbano. E as
“cornetas” soaram bem ao pé do ouvido de Dorival Júnior.
Horas antes da partida, já com ingressos esgotados, os cambistas agiam
livremente próximo à sede do Madureira. Torcedores reclamavam dos preços
das entradas no Carioca, e também do horário da partida. As pequenas
portas de entradas dificultavam o acesso ao interior do estádio. Nas
ruas próximas, trânsito embolado.
- Estou de férias no colégio, mas tive que “matar” o cursinho para estar no jogo – revelou um torcedor, com receio de se identificar para não ser descoberto pela mãe.
César desceu a serra de Petrópolis com os filhos João, 11 anos, e José,
6. Comerciante, o pai costuma fazer compras no Mercadão de Madureira. E
sempre dá uma passada no estádio para acompanhar jogos e treinos das
categorias de base do Tricolor Suburbano. O carinho pelo clube cresceu,
ele comprou camisas para toda família. E foi o retrato de uma miscelânea
clubística.
- Eu e José somos flamenguistas. João é vascaíno. Mas temos muito carinho pelo Madureira. Então, viemos torcer pelo tricolor, mas também para tentar ver os jogadores do Flamengo de perto – afirmou César.
Pai e filhos conseguiram o objetivo. Pouco depois de 15h, chegou o ônibus do Madureira. Os jogadores desceram no meio da rua, foram cumprimentados por alguns conhecidos e familiares.
Em seguida, foi a vez do Urubuzão, depois de ficar preso no trânsito,
encostar do lado de fora do estádio, para delírio de centenas de
torcedores que não se furtaram em tomar a rua para acompanhar seus
ídolos de perto.
Enquanto jogadores desciam e entravam a pé em meio a um corredor formado pela torcida, alguns membros da comissão técnica driblavam carros para conseguir entrar na sede do Madureira.
- Monte de gente sem ter o que fazer – esbravejou uma senhora que passava pelo tumulto para fazer compras no Mercadão de Madureira.
Arquibancada improvisada e a missão presidencial
Com o apito do árbitro, torcedores - muitos vestidos com uniformes de trabalho - proliferaram em uma parte do terraço do Mercadão de Madureira, que trazia na parede a sugestiva inscrição: “torcendo junto com você”.
Do lado oposto, um solitário senhor sentado sobre uma caixa d’água observava toda movimentação.
A acanhada tribuna de imprensa não foi suficiente para abrigar a maior parte de jornalistas que acompanhou a partida.
O staff da diretoria rubro-negra se acomodou em uma parte da tribuna.
Presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello esbanjou simpatia e
seu lado torcedor. Com a bola rolando, comemorou o gol de Ibson, levou
as mãos à cabeça, lamentou e conversou com o vice de futebol, Wallim
Vasconcellos, e o diretor Paulo Pelaipe, que estavam ao seu lado.
No intervalo, a missão presidencial foi outra. Um grupo de pequenos torcedores mirins do Madureira se aproximou para tirar foto com Bandeira. Como a tribuna era em uma parte mais alta, o presidente pegou uma a uma no colo, levantou até uma bancada e realizou o desejo de todas.
Corneta ao pé do ouvido de Dorival
Durante o jogo, foram retiradas três pipas que caíram no gramado. Enquanto isso, parte da torcida “passava o cerol” em Dorival Júnior. Com o banco de reservas colado à arquibancada, o técnico ouviu pedidos por jogadores, xingamentos e reclamações a todo o instante do técnico que existe em cada torcedor.
No fim, a coletiva de imprensa teve que ser improvisada no banco de
reservas do time visitante. Foi a senha para mais corneta ao pé do
ouvido do treinador.
- Dodô, e o Love, hein?! – questionou um torcedor, abusando da intimidade com Dorival.
Pouco depois, cobrança:
- Esse time tem que jogar bola.
Também teve apoio:
- Dorival, acredito no seu trabalho.
O treinador garante não ter se incomodado.
- Tenho 30 anos de futebol, se fosse me incomodar... Eles falam para botar esse, tirar aquele... Você bota todo mundo e tira todo mundo em 90 minutos.
Com o fim dos trabalhos, o placar manual indicava que o Madureira havia
feito um gol, assim como o visitante. Conselheiro Galvão, por sinal,
além de não ter placar eletrônico também não possui refletores. Por
isso, o jogo teve de ser disputado à tarde.
Aos poucos, os torcedores rubro-negros deixaram o estádio. Do lado de fora, o Rei da Pipoca de Madureira continuava com as vendas a pleno vapor, numa tarde de folclore do futebol e problemas que não aconteciam há oito anos em Conselheiro Galvão.
- Estou de férias no colégio, mas tive que “matar” o cursinho para estar no jogo – revelou um torcedor, com receio de se identificar para não ser descoberto pela mãe.
Trânsito no entorno do estádio ficou complicado devido ao jogo (Foto: Janir Junior)
- Eu e José somos flamenguistas. João é vascaíno. Mas temos muito carinho pelo Madureira. Então, viemos torcer pelo tricolor, mas também para tentar ver os jogadores do Flamengo de perto – afirmou César.
Pai e filhos conseguiram o objetivo. Pouco depois de 15h, chegou o ônibus do Madureira. Os jogadores desceram no meio da rua, foram cumprimentados por alguns conhecidos e familiares.
Enquanto jogadores desciam e entravam a pé em meio a um corredor formado pela torcida, alguns membros da comissão técnica driblavam carros para conseguir entrar na sede do Madureira.
- Monte de gente sem ter o que fazer – esbravejou uma senhora que passava pelo tumulto para fazer compras no Mercadão de Madureira.
Arquibancada improvisada e a missão presidencial
Com o apito do árbitro, torcedores - muitos vestidos com uniformes de trabalho - proliferaram em uma parte do terraço do Mercadão de Madureira, que trazia na parede a sugestiva inscrição: “torcendo junto com você”.
Do lado oposto, um solitário senhor sentado sobre uma caixa d’água observava toda movimentação.
A acanhada tribuna de imprensa não foi suficiente para abrigar a maior parte de jornalistas que acompanhou a partida.
Jogo é visto do telhado de construções vizinhas. No fim, placar marca 1 a 1 (Foto: Jorge William / Ag. O Globo)
No intervalo, a missão presidencial foi outra. Um grupo de pequenos torcedores mirins do Madureira se aproximou para tirar foto com Bandeira. Como a tribuna era em uma parte mais alta, o presidente pegou uma a uma no colo, levantou até uma bancada e realizou o desejo de todas.
Corneta ao pé do ouvido de Dorival
Durante o jogo, foram retiradas três pipas que caíram no gramado. Enquanto isso, parte da torcida “passava o cerol” em Dorival Júnior. Com o banco de reservas colado à arquibancada, o técnico ouviu pedidos por jogadores, xingamentos e reclamações a todo o instante do técnico que existe em cada torcedor.
O presidente Bandeira de Mello posa junto a pequeno torcedor do Madureira (Foto: Janir Júnior)
- Dodô, e o Love, hein?! – questionou um torcedor, abusando da intimidade com Dorival.
Pouco depois, cobrança:
- Esse time tem que jogar bola.
Também teve apoio:
- Dorival, acredito no seu trabalho.
O treinador garante não ter se incomodado.
- Tenho 30 anos de futebol, se fosse me incomodar... Eles falam para botar esse, tirar aquele... Você bota todo mundo e tira todo mundo em 90 minutos.
Dorival chega a Conselheiro Galvão: no fim, técnico é alvo da corneta da torcida (Foto: Janir Junior)
Aos poucos, os torcedores rubro-negros deixaram o estádio. Do lado de fora, o Rei da Pipoca de Madureira continuava com as vendas a pleno vapor, numa tarde de folclore do futebol e problemas que não aconteciam há oito anos em Conselheiro Galvão.
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