Apresentadora afirma que equipe se comprometeu a não fazer juízo de valor e que não divulgará o conteúdo das respostas antes do programa
A imprensa americana dá como certa a confissão de doping de Lance Armstrong,
mas Oprah Winfrey mantém mistério sobre a entrevista exclusiva que
gravou com o ciclista nesta segunda-feira. Em breve participação no
programa “This Morning” da rede CBS, a apresentadora contou alguns
detalhes sobre sua preparação para encontrar o ex-atleta e revelou que,
por acordo com o agente de Armstrong, não fará qualquer juízo de valor
sobre o caso.
- A entrevista inteira foi difícil. Concordamos antes da entrevista que os termos e o que estaria incluso na gravação seriam para deixar as pessoas terem o próprio julgamento sobre o caso. Todos (imprensa) estão confirmando (o doping), mas como podem saber? Todos concordamos que não divulgaríamos nada antes de a entrevista ir ao ar. Foi surpreendente para mim, para minha equipe, para todos na sala. Me preparei muito para a entrevista, assisti a tudo que era possível, todas as reportagens, li tudo, os processos... Preparei 112 perguntas, e fizemos 2h30m de entrevista. Fiz a maioria das perguntas que pude, e ele respondeu da forma em que estava pronto. Não consegui a resposta de todas as perguntas, mas consegui das que considero mais importantes. O público vai ouvir o que espera ouvir – disse Oprah.
Segundo fontes do jornal “The New York Times”, Lance Armstrong
não apenas admitiu ter se dopado durante sua carreira, como também
acusou nomes do alto escalão do esporte e donos de equipes que
acobertaram todo o esquema. A intenção é, com a delação, tentar uma
redução da pena dada pela União Ciclística Internacional (UCI), que o baniu do esporte.
A conversa com a apresentadora americana foi gravada em Austin, no Texas, nesta segunda-feira e será exibida na noite de quinta. Nela, Armstrong negou ter incentivado outros companheiros a se dopar, dizendo que apenas fazia o mesmo que os demais. Ainda durante a gravação, ele teria revelado conversas com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para testemunhar contra dirigentes da UCI. Ex-colega de equipe do ciclista, Floyd Landis, alegou publicamente que o ciclista lesou o país, já que a equipe pela qual ele competia era patrocinada pelo serviço nacional de correios. O órgão já teria demonstrado interesse em ser ressarcido pelo atleta e por seu agente, Bill Stapleton, já que mais de 30 milhões de dólares
(mais de R$60 milhões) foram investidos no time.
De acordo com o “NY Times”, Armstrong teria decidido revelar
publicamente o esquema após um encontro com membros da Agência
Antidoping Americana, incluindo o executivo chefe, Travis Tygart. Nesta
conversa, Tygart teria se mostrado inclinado a rever o banimento do
ciclista caso nomes de peso relacionados ao caso fossem expostos. A
lista de possíveis alvos conta com Pat McQuaid, atual presidente da UCI,
e Hein Verbrugen, que esteve no comando da entidade entre 1991 e 2005 e
é membro honorário do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Sem chance de reaver seus títulos da Volta da França, conquistados entre 1999 e 2005, Armstrong deseja competir em provas de triatlo e corrida. Como vários destes eventos são regidos por organizações que seguem o código da Wada, segundo o qual ele está banido pelo resto da vida, sua participação está inviabilizada no momento.
Lance Armstrong se defendeu das acusações de doping por quase uma década. O dossiê que determinou a punição do americano foi formado a partir dos depoimentos de 26 pessoas que tiveram contato com o ex-ciclista na época, além de exames laboratoriais, e-mails e relatórios. Além de perder os sete títulos da Volta da França, o americano também pode ter sua medalha de bronze nas Olimpíadas de Sydney 2000 retirada, além de outros títulos conquistados no período em questão. Fora do esporte, Armstrong perdeu oito patrocínios nos últimos meses e deixou a presidência da fundação Livestrong, criada por ele mesmo em combate ao câncer.
- A entrevista inteira foi difícil. Concordamos antes da entrevista que os termos e o que estaria incluso na gravação seriam para deixar as pessoas terem o próprio julgamento sobre o caso. Todos (imprensa) estão confirmando (o doping), mas como podem saber? Todos concordamos que não divulgaríamos nada antes de a entrevista ir ao ar. Foi surpreendente para mim, para minha equipe, para todos na sala. Me preparei muito para a entrevista, assisti a tudo que era possível, todas as reportagens, li tudo, os processos... Preparei 112 perguntas, e fizemos 2h30m de entrevista. Fiz a maioria das perguntas que pude, e ele respondeu da forma em que estava pronto. Não consegui a resposta de todas as perguntas, mas consegui das que considero mais importantes. O público vai ouvir o que espera ouvir – disse Oprah.
Lance Armstrong na entrevista a Oprah Winfrey: gravação vai ao ar nesta quinta-feira (Foto: Reprodução)
A conversa com a apresentadora americana foi gravada em Austin, no Texas, nesta segunda-feira e será exibida na noite de quinta. Nela, Armstrong negou ter incentivado outros companheiros a se dopar, dizendo que apenas fazia o mesmo que os demais. Ainda durante a gravação, ele teria revelado conversas com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para testemunhar contra dirigentes da UCI. Ex-colega de equipe do ciclista, Floyd Landis, alegou publicamente que o ciclista lesou o país, já que a equipe pela qual ele competia era patrocinada pelo serviço nacional de correios. O órgão já teria demonstrado interesse em ser ressarcido pelo atleta e por seu agente, Bill Stapleton, já que mais de 30 milhões de dólares
(mais de R$60 milhões) foram investidos no time.
Entrevista de Oprah ao programa 'This Morning'atiça ainda mais o público (Foto: AFP)
Sem chance de reaver seus títulos da Volta da França, conquistados entre 1999 e 2005, Armstrong deseja competir em provas de triatlo e corrida. Como vários destes eventos são regidos por organizações que seguem o código da Wada, segundo o qual ele está banido pelo resto da vida, sua participação está inviabilizada no momento.
Lance Armstrong se defendeu das acusações de doping por quase uma década. O dossiê que determinou a punição do americano foi formado a partir dos depoimentos de 26 pessoas que tiveram contato com o ex-ciclista na época, além de exames laboratoriais, e-mails e relatórios. Além de perder os sete títulos da Volta da França, o americano também pode ter sua medalha de bronze nas Olimpíadas de Sydney 2000 retirada, além de outros títulos conquistados no período em questão. Fora do esporte, Armstrong perdeu oito patrocínios nos últimos meses e deixou a presidência da fundação Livestrong, criada por ele mesmo em combate ao câncer.
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